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Regiões caóticas em Mercúrio podem ter abrigado formas de vida no passado


A bacia Caloris é a vasta formação no hemisfério norte de Mercúrio

Por Daniele Cavalcante

Mercúrio é um planeta hostil cujas temperaturas podem ultrapassar os 425 °C, mas, apesar de parecer improvável que tal ambiente possa abrigar vida, uma nova pesquisa diz o contrário. Um grupo de cientistas levanta a possibilidade de que algumas partes abaixo da superfície do planeta possam ter sido capazes de gerar química prebiótica - e talvez algumas formas de vida simples.

No planeta mais próximo do Sol, existe uma região chamada Bacia Caloris, extensa cratera de impacto com aproximadamente 1.550 km de diâmetro, que é uma das maiores do Sistema Solar. Ela está cercada por um anel de montanhas de aproximadamente de 2 km de altura. De acordo com o artigo, os terrenos caóticos do lado oposto à Caloris são produzidos pela remoção de grandes volumes de voláteis da crosta superior.

Alexis Rodriguez, autor principal do artigo publicado na revista Nature, explica que essa descoberta significa que “Mercúrio tinha uma crosta rica em voláteis - possivelmente mas não necessariamente rica em água - neste local". As temperaturas por lá são extremas, tanto no dia quanto à noite, e por isso sua superfície tem sido descartada como possivelmente habitável. No entanto, a história poderia ser diferente em regiões abaixo da superfície.

A hipótese que a equipe de Rodriguez levanta é que os vales e montanhas desses terrenos caóticos “já fizeram parte de depósitos geológicos ricos em voláteis, a alguns quilômetros de profundidade”. Ou seja, eles “não consistem em superfícies de crateras antigas sismicamente perturbadas devido à formação da bacia de impacto Caloris, no lado oposto do planeta, como alguns cientistas especularam”.

Um forte indício que levou a essa descoberta foi perceber que o desenvolvimento desses terrenos caóticos persistiu até aproximadamente 2 bilhões de anos após a formação da bacia Caloris. Por exemplo, a equipe identificou perdas de elevação da superfície em vários quilômetros nos terrenos caóticos localizados no ponto oposto à grande bacia. Isso indica que enormes volumes de voláteis crustais se transformaram em gás, que por sua vez escapa da crosta superior do planeta.

E não é apenas nessa região que a diminuição da elevação indica a perda de voláteis. A pesquisa aponta que existem vários outros terrenos caóticos em outras partes do planeta, a ponto dos autores cogitarem que a crista de voláteis pode ser até mesmo global em extensão. Além disso, esses voláteis podem ser diversos em composição, o que pode ter oferecido à crosta superior de Mercúrio um grande número de condições composicionais e térmicas - algumas talvez habitáveis.

Para fortalecer ainda mais essa hipótese, o estudo mostra que "vastos campos de lava se formaram logo após o desenvolvimento dos terrenos caóticos, de modo que o calor vulcânico poderia ter desestabilizado e liberado os aparentemente vastos volumes de voláteis crustais".

Essa crosta rica em voláteis pode ter chegado em Mercúrio através de impactos de corpos que vieram dos limites gelados do Sistema Solar externo ou do cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter. "Mesmo que as condições habitáveis tivessem existido apenas brevemente, relíquias da química prebiótica ou da vida rudimentar ainda poderiam existir nos terrenos caóticos", disse Jeff Kargel, coautor do estudo.

Se essas hipóteses forem confirmadas, essa e outras áreas de Mercúrio “podem ser considerações importantes para futuros locais de aterrissagem, a fim de investigar a origem da crosta rica em voláteis do planeta e, talvez, até seu potencial astrobiológico”, concluem os pesquisadores.

FONTE: Space Daily via canaltech.com.br

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