Ilustração que mostra a viagem das ondas de rádio das novas galáxias, passando pela Via Láctea e chegando ao radiotelescópio Parkes na Terra (não está à escala).
Crédito: ICRAR
Pesquisadores descobriram centenas de galáxias escondidas a meros 250 milhões de anos-luz da Terra, praticamente vizinhas em termos astronômicos. Como elas ficaram desconhecidas por tanto tempo? A culpa não é delas, é da nossa própria Via Láctea.
O Centro Internacional de Pesquisa em Radioastronomia acaba de concluir uma pesquisa, publicada no Astronomical Journal, que detalha as centenas de galáxias recém-descobertas, e dá uma ideia muito melhor de onde estão algumas galáxias já conhecidas.
Ao todo, eles mapearam 883 galáxias à espreita da Via Láctea, e 238 delas – um terço do total – nunca haviam sido observadas antes.
Em um comunicado à imprensa, a astrônoma Renée Kraan-Korteweg diz: “uma galáxia contém em média 100 bilhões de estrelas, então encontrar centenas de novas galáxias escondidas atrás da Via Láctea aponta para uma grande quantidade de massa que não conhecíamos até agora”.
Como tudo isso ficou escondido por tanto tempo? Para entender, dê uma olhada nesta imagem:
Imagem: NASA/JPL-Caltech/ESO/R. Hurt
Este é um mapa da Via Láctea que a NASA fez no ano passado, e mostra que o brilho da nossa própria galáxia nos deixa cegos.
A Via Láctea é cheia de poeira, estrelas, luz e gás, tudo reunido em uma espiral. É um lugar bonito, mas limitante: a luz das galáxias ao nosso redor se perde na iluminação mais brilhante e mais próxima que rodeia o planeta Terra.
Para contornar este problema, os pesquisadores usaram um radiotelescópio e um novo receptor desenvolvido especialmente para o levantamento da chamada “Zona de Evasão”.
Os cientistas já conheciam diversas galáxias ao redor da Via Láctea, e acreditam que elas estão se aproximando graças a algo chamado de “Grande Atrator” – que estaria puxando galáxias em direção a ele com uma força gravitacional equivalente a 1.000.000.000.000.000 (um quatrilhão) de sóis.
Lister Staveley-Smith, principal autor do estudo, explica que “existem algumas coleções muito grandes de galáxias que chamamos de aglomerados e superaglomerados, e toda a nossa Via Láctea está se movendo em direção a eles a mais de 2.000.000 km/h”.
Astrônomos têm conhecimento do misterioso Grande Atrator desde a década de 70, e o estudo identificou várias novas estruturas que podem ajudar a explicar o movimento da Via Láctea, incluindo três concentrações de galáxias e dois aglomerados.
É um lembrete incrível de que ainda precisamos descobrir muito no espaço, mesmo ao nosso redor. [ScienceDaily]
Imagem: concepção artística das galáxias recém-descobertas/ICRAR
Animation showing hidden galaxies discovered in the 'Zone of Avoidance' from ICRAR on Vimeo.
FONTE: GIZMODO BRASIL
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