Por: George Dvorsky
O projeto Hayabusa2, do Japão, sofreu um pequeno imprevisto nesta quarta-feira (12). A sonda falhou ao completar o exercício de prática durante as preparações para que ela aterrisse no asteroide Ryugu.
Lançado pela JAXA (a agência espacial japonesa) em dezembro de 2014, a Hayabusa2 tentará extrair materiais da superfície do Ryugu, um asteroide de 900 metros localizado a aproximadamente 95.400 km da Terra.
Ao estudar os fragmentos que compõem Ryugu, os cientistas esperam fazer descobertas importantes sobre a composição do antigo Sistema Solar e as condições que deram origem à vida na Terra. Os asteroides são objetos antigos e, muitas vezes, possuem traços de água ou de materiais orgânicos (ou ricos em carbono).
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— Roman Tkachenko (@_RomanTkachenko) 10 de setembro de 2018
A Hayabusa2 se aproximou do Ryugu em junho, e tudo tinha ocorrido bem desde então. Inclusive, nesse tempo, a sonda tirou fotos bem legais desse asteroide de formato tão estranho. Nesta quarta-feira (12), no entanto, os planejadores da missão viram tiveram a primeira falha da missão, quando a sonda empacou durante um ensaio para aterrissagem.
Na preparação para a aterrissagem, que está prevista para outubro, os planejadores da missão programaram um série de ensaios, sendo que o primeiro será entre 10 e 12 de setembro. O objetivo do primeiro ensaio, chamado de TD1-R1, é fazer com que a Hayabusa2 se aproxime até 40 metros da superfície do asteroide. Após isso, a sonda iria retornar para sua posição de origem, a cerca de 20 km do centro do Ryugu. A ideia do TD1-RI era “confirmar a operação de aterrissagem da sonda e confirmar com segurança a aterrissagem no local escolhido ao fotografar a superfície…de uma distância muito próxima”, segundo o comunicado da JAXA.
Infelizmente, as coisas não aconteceram como planejado. No terceiro dia do TD1-R1 (12 de setembro), a sonda autônoma repentinamente interrompeu sua descida quanto atingiu uma distância de 600 metros da superfície, e aí começou a subir de volta.
A JAXA ainda não tem sabe ao certo o que aconteceu, mas a agência diz que o problema tem relação com o altímetro a laser presente na espaçonave e o instrumento LIDAR, que mede a distância entre a superfície do asteroide e a sonda. A entidade diz que a baixa refletividade do asteroide pode ter prevenido o altímetro à laser de funcionar corretamente; então, a Hayabusa2 automaticamente parou sua descida no momento em que não conseguia mais medir a distância do asteroide.
Além deste incidente, tudo parece estar bem, e a Hayabusa2 ainda está funcionamento normalmente. A sonda está retornando para sua posição inicial da órbita em volta do Ryugu. A JAXA está agora preparando o segundo ensaio, que deve ser bem melhor que este. Na preparação, a equipe da JAXA está trabalhando em um novo procedimento para descida, o que inclui a revisão de configurações do LIDAR e seus ajustes.
A superfície do Ryugu visto de uma distância de 1km. Crédito: JAXA, Universidade de Tóquio, Universidade de Kochi, Universidade Rikkyo, Universidade de Nagoya, Chiba Institute of Technology, Universidade Meiji, Universidade Aizu., AIST
Ainda não motivo para pânico, mas se o segundo ensaio não funcionar, aí as coisas podem complicar. Esta é uma missão muito ambiciosa e que envolve muitas peças móveis, então contratempos já eram esperados. Além disso, numa olhada na superfície do Ryugu é possível reparar que é um local hostil, cheio de cantos, fendas e pedras afiadas. Se a missão tiver sucesso, a Hayabusa2 volta à Terra com as amostras em 2020, o que representaria um baita feito científico.
[JAXA]
Imagem do topo: uma visão do asteroide Ryugu durante o exercício de 12 de setembro. A imagem foi tirada quando a Hayabusa2 estava a uma distância de 635 metros da superfície do asteroide. Só é possível ver a sombra da Hayabusa2 — é este pequeno ponto escuro na região clara na parte central à esquerda (o brilho é causado pelo reflexo do Sol). Crédito: JAXA
FONTE: GIZMODO BRASIL
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