OS BRAÇOS ESPIRAIS DA NGC 3981 CAPTADO PELO ESO. (FOTO: ESO)
O Observatório Europeu do Sul (ESO) é um dos mais produtivos do mundo. Pesquisadores de suas 15 nações-membro— time que o Brasil integrava até há pouco tempo — tem que se revezar para utilizar seus concorridos telescópios. Mas tem dias que não adianta nem tentar. Seja por nebulosidade ou pela luz da lua, em algumas circunstâncias os telescópios não conseguem coletar dados suficientemente confiáveis. Para essas horas, foi criado o projeto Joias Cósmicas.
Quando está em seu funcionamento normal, os dados coletados pelo ESO tem foco puramente científico. Esses dados, no entanto, não são muito bons para formar imagens coloridas do universo. Com o projeto, as horas que ficariam vagas são utilizadas para produzir imagens de objetos celestiais que, se não tem grande utilidade científica, são suficiente para encantar os apaixonados pela astronomia.
Uma dessas oportunidades apareceram em maio deste ano sobre o Very Large Telescope, no Chile. A galáxia espiral NGC 3981 foi o alvo de sua lente. Com a ajuda do FORS2, um espectrômetro que consegue captar imagens hiper sensíveis de grandes áreas do céu, revelaram grandes braços espirais, salpicados de enormes correntes de poeira e regiões de formação estelar, e um disco proeminente de estrelas jovens quentes.
A galáxia encontra-se inclinada na direção da Terra, permitindo aos astrônomos olhar diretamente para o coração da galáxia e observar o seu centro brilhante, uma região altamente energética que contém um buraco negro supermassivo. Podemos ver também a estrutura espiral mais exterior de NGC 3981, parte da qual parece estender-se para além da galáxia, provavelmente devido à influência gravitacional de um encontro galáctico passado.
Situada a aproximadamente 65 milhões de anos-luz de distância da Terra, a galáxia faz parte do grupo NGC 4038, o qual contém as Antenas, duas galáxias em interação. Esse grupo é um componente menor do Superaglomerado de Virgem, uma enorme coleção de galáxias que engloba a nossa própria Via Láctea.
O NGC 3981 não é o único objeto interessante capturado nesta imagem. Além de várias estrelas em primeiro plano pertencentes à nossa galáxia, a Via Láctea, o FORS2 capturou ainda um asteroide que corta o céu, visível como um risco fraco na direção do topo da imagem.
FONTE: REVISTA GALILEU
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