REPRESENTAÇÃO ARTÍSTICA DE PROXIMA CENTAURI B (FOTO: ESO/M. KORNMESSER/WIKIMEDIA COMMONS)
Cientistas afirmam que planeta teria condições de preservar água líquida em algumas áreas de sua superfície
Pesquisadores descobriram que o exoplaneta Proxima Centauri b pode sustentar enormes áreas de água líquida em sua superfície, aumentando as perspectivas de abrigar organismos vivos. Ele está localizado a cerca de 4,2 anos-luz de distância da Terra, na constelação de Centaurus e é chamado de exoplaneta por estar fora do Sistema Solar.
O resultado é de uma pesquisa que aplicou modelos usados para estudar as mudanças climáticas no planeta terrestre. "A principal mensagem das nossas simulações é que há uma boa chance de que o planeta seja habitável", disse Anthony Del Genio, cientista do Instituto Goddard de Estudos Espaciais da NASA, nos Estados Unidos.
Segundo o relatório da análise, publicado na revista Astrobiology, a massa de Proxima Centauri b é 1,3 vezes maior que a da Terra e que seu período orbital é de 11 dias. Como os cientistas sabem pouco sobre o exoplaneta, eles tiveram que fazer algumas suposições para o estudo: que ele tinha uma atmosfera e um oceano na superfície.
Proxima Centauri b fica na zona habitável de sua estrela principal, recebendo luz o suficiente para manter sua superfície mais quente que a temperatura que congela água. Essa área é bem perto da estrela-mãe e é provável que o Proxima Centauri b sempre mostre a mesma face para a sua principal estrela.
Em um artigo de 2016 publicado na revista Astronomy & Astrophysics, pesquisadores modelaram uma atmosfera hipotética para Proxima Centauri b. Eles sugeriram que o hemisfério do exoplaneta voltado para as estrelas poderia ser cozido sob um brilho intenso, enquanto um oceano voltado para o espaço seria congelado. Portanto, apenas um círculo de mar quente pode existir no exoplaneta – um cenário que a equipe de Del Genio chamou de "globo ocular da Terra".
As novas simulações foram mais abrangentes do que as anteriores, incluindo um oceano dinâmico e circulante, que conseguia transferir calor de um lado do exoplaneta para o outro. "Mesmo que o lado da noite nunca veja nenhuma luz estelar, há uma faixa de água líquida que se sustenta na região equatorial", explicou Del Genio à Live Science.
Os especialistas executaram 18 cenários de simulação, observando os efeitos de continentes gigantes, atmosferas rarefeitas, diferentes composições atmosféricas e até mudanças na quantidade de sal no oceano global. Em quase todos os modelos, Proxima Centauri b acabou apresentando uma oceano amplo que persistiu em boa parte de sua superfície.
"Quanto maior a fração do planeta com água líquida, melhores as chances de que, se houver vida lá, possamos encontrar evidências dessa vida com futuros telescópios", comentou Del Genio.
FONTE: REVISTA GALILEU
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