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Como vai ser a missão da NASA de colidir uma espaçonave contra um asteroide



Por: Ryan F. Mandelbaum

Uma missão para desviar asteroides que possam ameaçar a Terra começou sua fase de design e montagem finais, de acordo com um comunicado de imprensa. A NASA está testando uma técnica feita para proteger o planeta de um impacto iminente de asteroide, e ela é bem simples: eles vão chocar uma espaçonave contra a rocha.

A nave Double Asteroid Redirection Test (DART) seguirá até um sistema de dois asteroides, consistindo em um Didymos de 800 metros de diâmetro e no corpo de 160 metros que o orbita. A espaçonave vai colidir com o asteroide menor, chamado de “Didymoon”, a 21.436 km/h, na tentativa de desviá-lo.


Concepção artística da espaçonave indo em direção ao menor dos dois corpos que compõem o sistema Dydimos. Crédito: NASA/Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory

“Isso é legal por uma série de razões. É a primeira missão de defesa planetária da NASA”, disse Nancy Chabot, cientista de projeto da missão DART no Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, em entrevista ao Gizmodo. “Não é a solução final, de jeito algum, mas é o primeiro passo para como vamos lidar com potenciais perigos de asteroides e como minimizaríamos isso.”

Isso pode soar alarmista, mas já escrevemos muito sobre a ameaça real representada por asteroides. Mesmo uma rocha de 20 metros de diâmetro, como a que explodiu no céu de Chelyabinsk em 2013, poderia danificar uma cidade e machucar centenas de pessoas. Talvez, se os cientistas detectarem um asteroide ameaçador a tempo, uma missão como a DART poderia mudar o curso do asteroide de forma que ele evite a Terra.

O DART será lançado em algum momento entre dezembro de 2020 e maio de 2021. Ele vai contar com o NASA Evolutionary Xenon Thruster – Commercial (NEXT-C), um propulsor elétrico solar leve, para sair da órbita da Terra em direção ao Didymos. A nave chegará ao sistema em outubro de 2022. Câmeras e softwares de navegação vão direcionar a espaçonave até o asteroide menor. A colisão, com sorte, deverá mudar a velocidade do asteroide levemente, mas o suficiente para que os cientistas detectem a mudança com telescópios posicionados na Terra.

Mas não se preocupe com o Didymoon mudando de curso e atingindo a Terra ou algo assim. Atualmente, ele orbita o Didymos uma vez a cada 12 horas. Os cientistas do DART esperam que sua missão, se bem-sucedida, diminua esse tempo orbital em oito minutos.

Isso é apenas um teste para determinar se um método desses funcionaria. No entanto, governos não podem simplesmente enviar uma missão como essa sempre que acharem que um asteroide é uma ameaça. Quem quiser desviar um asteroide ainda precisará de dados sobre ele, como do que ele é composto. Isso exige melhores observações e simulações de asteroides, algo que falta ao governo dos EUA no momento, por exemplo.

Escrevemos diversas vezes sobre como os Estados Unidos não estão prontos para um impacto de asteroide de grande porte. Embora designado para catalogar 90% dos asteroides com mais de 140 metros de diâmetro, os pesquisadores estão talvez apenas a um terço do caminho — e poderia haver problemas com dados atuais. Precisamos de melhores estratégias de observação. O DART não terá utilidade contra um asteroide enorme que apareça do nada, porque não estaríamos o observando. Mas a missão experimental, ainda assim, pode ajudar a determinar se a estratégia de desvio de asteroide é sequer factível.

“Não dá para simplesmente fazer um pequeno desvio e mudar se você não tiver o aviso de tempo. O (DART) é apenas um aspecto da estratégia”, disse Chabot. “Identificar o que está por aí, rastrear e caracterizar é igualmente importante.”

No mínimo, colidir uma espaçonave contra um asteroide aparece o tipo de ciência patriótica que os Estados Unidos tanto deseja. Vamos esperar que ao menos tenhamos um vídeo disso.

[JHUAPL via Universe Today]

Imagem do topo: NASA

FONTE: GIZMODO BRASIL

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