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Mostrando postagens de março 1, 2020

Moléculas orgânicas encontradas em Marte podem indicar vida microbiana antiga

Curiosity perfurando o solo marciano (Foto: NASA) Por Daniele Cavalcante Compostos orgânicos chamados tiofenos, encontrados aqui na Terra em carvão e petróleo bruto, foram descobertos pelo rover Curiosity em Marte. A NASA já havia confirmado a existência de moléculas orgânicas em rochas marcianas, mas, com a mais recente descoberta, pesquisadores trabalham com a hipótese de que essas moléculas surgiram no Planeta Vermelho através de processos biológicos envolvendo bactérias. Isso significaria, em outras palavras, a confirmação de vida antiga em Marte, ainda que apenas microbiana. Schulze-Makuch e Jacob Heinz, autores de um novo estudo publicado na revista Astrobiology, analisaram possíveis cenários que teriam criado os tiofenos — e derivados — em Marte. Eles identificaram possibilidades biológicas “que parecem mais prováveis ​​que as químicas”, mas reconhecem que ainda precisam de provas para fazer uma afirmação tão importante quanto essa. É que processos abióticos, ou seja, sem

Perseverance é o nome do rover da NASA que buscará bioassinaturas em Marte

Por Patrícia Gnipper No ano passado, a NASA pediu que estudantes estadunidenses dos ensinos fundamental e médio enviassem sugestões de nome para o rover que buscará sinais de vida no terreno marciano, como parte da missão Mars 2020, a ser lançada neste ano. Agora, saiu o resultado do concurso Name the Rover — e o próximo rover da NASA a ser lançado para Marte se chama Perseverance ("perseverança", em português). A escolha foi anunciada pela agência espacial nesta quinta-feira (5). Quem sugeriu o nome vencedor foi um aluno da sétima série em uma escola no estado de Virgínia, chamado Alexander Mather. Sua sugestão foi a escolhida entre 28 mil inscrições feitas por estudantes de todo o território dos EUA, deixando para trás nomes como Endurance, Tenacity, Promise, Vision, Clarity, Ingenuity, Fortitude e Courage — todos também sugeridos por alunos de escolas públicas e privadas. Vale lembrar que envolver estudantes na tomada de decisões quanto a nomes de missões e sonda

Abrigo de seres vivos? NASA encontra entrada de caverna em Marte

Caption Por Daniele Cavalcante A NASA divulgou a imagem de um buraco incomum em Marte, que mais parece uma entrada para uma espécie de caverna subterrânea. Descoberto pelo HiRISE, a câmera a bordo da sonda Mars Reconnaissance Orbiter (MRO), o buraco está localizado nas encostas do vulcão Pavonis Mons. De acordo com as análises da NASA, a abertura tem cerca de 35 metros de diâmetro, enquanto o ângulo interno da sombra indica que a caverna subjacente tem aproximadamente 20 metros de profundidade. As cores que vemos na imagem, capturada em 2011, são apenas representativas. Buracos como esse são de grande interesse para pesquisadores porque estão relativamente protegidas do ambiente hostil na superfície de Marte. Isso significa que eles podem ser lugares interessantes para algum provável tipo de vida marciana se desenvolver, já que a radiação solar não atinge as profundidades das cavernas subterrâneas. No segundo semestre deste ano, a NASA planeja enviar uma nova sonda para Mart

Veja a paisagem marciana nesta incrível foto panorâmica tirada pelo Curiosity

Por Daniele Cavalcante A NASA divulgou uma imagem impressionante de Marte, capturada pelo rover Curiosity. Esta é a vista panorâmica de maior resolução do Planeta Vermelho até o momento, composta por mais de 1.000 fotografias tiradas pela Mast Camera - ou Mascam - do robô exploratório. Nela, há nada menos do que 1,8 bilhão de pixels capturados por uma lente teleobjetiva durante o feriado de Ação de Graças de 2019, enquanto a equipe da missão estava de férias. A lente de ângulo médio do Curiosity também produziu outro panorama de baixa resolução e quase 650 milhões de pixels, que inclui o convés e o braço robótico do rover. Panorama de Marte montado com uma sequência de mais de 1.000 fotografias capturadas pelo rover Curiosity (Imagem: NASA/JPL-Caltech/MSSS) As imagens que compõem os panoramas foram cuidadosamente reunidas nos meses seguintes. Os dois cenários mostram uma região chamada Glen Torridon, localizada ao lado do Monte Sharp, onde o Curiosity está fazendo sua explor

WFIRST: NASA consegue aprovação para desenvolver novo telescópio espacial

Por Daniele Cavalcante A NASA anunciou a aprovação de uma de suas próximas missões. O observatório espacial WFIRST (Wide Field Infrared Survey Telescope), que estava sob ameaça constante de ser cancelado por falta de apoio no Governo, recebeu permissão para a próxima fase de desenvolvimento. Foi um longo caminho cheio de desafios para o WFIRST. Propostas de orçamento para o ano fiscal de 2019 e 2020 já excluíam o projeto das planilhas, em parte por causa dos atrasos de outro grande telescópio espacial, o James Webb (que seria lançado em março de 2021, mas a data deve ser adiada mais uma vez). Uma proposta de orçamento da Casa Branca para a NASA previa um aumento de 12% para o ano fiscal de 2021, mas o valor deveria ser aplicado em projetos focados nas missões que levarão novos astronautas à Lua em 2024 e na exploração de Marte na década de 2030. Isso deixaria uma série de programas na gaveta, incluindo o WFIRST. No entanto, apesar de tudo, a agência espacial anunciou que o proj

Planeta Água: a Terra era um mundo submerso quando a vida surgiu, segundo estudo

Benjamin Johnson na Austrália Ocidental, onde os geólogos estudam a crosta oceânica de 3,2 bilhões de anos. Por Daniele Cavalcante No filme Waterworld - O Segredo das Águas, de 1995, Kevin Costner interpreta um anfíbio em um planeta Terra que foi completamente coberto pelos oceanos devido ao superaquecimento. Acontece que este “mundo de água”, de continentes submersos, pode ter sido o passado do nosso planeta, 3,2 bilhões de anos atrás. De acordo com um novo estudo publicado na revista Nature Geoscience, geólogos chegaram a essa conclusão depois de analisar dados de isótopos de oxigênio da antiga crosta oceânica onde agora a terra está exposta, formando a Austrália. Se essa teoria estiver correta, ela poderá nos trazer grandes implicações na investigação sobre a origem da vida. Benjamin Johnson e Boswell Wing, os geólogos por trás do artigo, escreveram que "uma Terra primitiva sem continentes emergentes pode se parecer com um 'waterwolrd' [mundo de água], fornecen

Sonda da NASA descobre "sem querer" buraco negro a 30 mil anos-luz de distância

Por Daniele Cavalcante A sonda OSIRIS-REx foi lançada pela NASA em 2016 para estudar de perto e coletar amostras do asteroide Bennu, mas, agora, acabou detectando “sem querer” um buraco negro até então desconhecido pelos cientistas, a cerca de 30.000 anos-luz de distância, na constelação Columba, a Pomba. Enquanto focava no asteroide, o instrumento REgolith X-Ray Imaging Spectrometer (REXIS) capturou os raios-X emitidos pelo buraco negro. O REXIS foi desenvolvido para medir raios-x emitidos por Bennu ao receber luz solar, mas, em novembro de 2019, uma fonte de raios-x muito além do asteroide praticamente invadiu as análises da sonda. O principal objetivo do REXIS é preparar a próxima geração de cientistas e engenheiros, dando a eles experiência prática ao trabalharem em uma missão real. Ironicamente, os alunos obtiveram uma das melhores experiências para qualquer astrônomo, que é encontrar algo imprevisto e desconhecido. "Decidimos treinar os alunos a construir e operar in

Matéria de Capa: em busca de ETs

Descobrir se existem ou não outras civilizações no universo é uma questão fundamental para a ciência. Afinal, a resposta a esta questão pode ajudar a esclarecer inúmeras outras. Entre elas a maior interrogação de todas: de onde viemos e para onde vamos? Nesta edição do Matéria de Capa, você confere tudo sobre a busca de vida em outros planetas. FONTE: Matéria de Capa

Antimatéria não revela segredos sobre por que o Universo existe

O experimento foi feito em uma instalação chamada "Desacelerador de Antiprótons". [Imagem: CERN] Estávamos certos... infelizmente Os físicos bem que poderiam estar comemorando mais um sucesso das suas teorias, mas o que se vê é um monte deles se entreolhando meio sem-graça, tentando disfarçar um quê de decepção. Primeiro o fato: Um experimento mostrou que a antimatéria comporta-se exatamente igual à matéria no tocante à simetria CPT (carga-paridade-tempo), como previsto há mais de 70 anos pela mecânica quântica. A Colaboração Alpha, no CERN, realizou as mais precisas medições espectroscópicas do anti-hidrogênio, um átomo formado por um antipróton e um pósitron (a antipartícula de um elétron) - bem mais precisas do que as realizadas em 2016, quando já se mostrava que a antimatéria brilha exatamente igual à matéria. Os resultados indicam que as diferenças entre os níveis de energia no anti-hidrogênio estão em excelente concordância com as medições feitas anteriormen

Marte tem tremores diários e campo magnético inesperadamente forte

Martemotos fazem Marte tremer - mas mais suavemente do que os terremotos agitam a Terra. [Imagem: NASA/JPL - Caltech] Terremotos em Marte Quinze meses depois do pouso da sonda estacionária InSight em Marte, as equipes responsáveis pelos diversos equipamentos da nave anunciaram os primeiros resultados de suas análises. A primeira grande conclusão é que Marte é mesmo sismicamente ativo. O primeiro martemoto, um terremoto marciano, foi detectado logo depois que a InSight começou a funcionar, mas agora o sismógrafo já detectou 450 martemotos, o que dá quase um por dia. Desse total, os geólogos já conseguiram analisar 174 eventos, que ajudaram a construir um quadro bastante abrangente de como deve ser o interior de Marte. Os eventos sísmicos marcianos podem ser classificados em duas famílias: A primeira inclui 24 martemotos de baixa frequência, com magnitudes entre 3 e 4, com as ondas propagando-se pelo manto marciano. Uma segunda família compreende 150 eventos com magnitudes me

Estudante de astronomia descobre 17 planetas — e um deles pode ser habitável

Tamanhos dos 17 novos planetas em comparação com Marte, Terra e Netuno. Os planetas laranjas são os recém-descobertos e o verde é o KIC-7340288 b, um planeta rochoso raro na Zona Habitável. (Imagem: Michelle Kunimoto) Por Daniele Cavalcante A estudante de astronomia Michelle Kunimoto, de 26 anos, encontrou 17 novos exoplanetas, incluindo um potencialmente habitável. Ela já havia encontrado quatro planetas longe do Sistema Solar quando trabalhava em sua graduação na University of British Columbia, no Canadá. Agora, enquanto é candidata a doutorado, descobriu os novos mundos a cerca de mil anos-luz de distância da Terra através de dados do telescópio espacial Kepler, aposentado pela NASA em 2018. Entre esses planetas, está o KIC-7340288 b, localizado na zona habitável da órbita de sua estrela. Ele tem 1,5 o tamanho da Terra, o que significa que pode ser considerado um mundo rochoso, em vez de gasoso. "Esta é uma descoberta realmente empolgante, já que apenas 15 planetas confi

Veja a nova "minilua" da Terra em foto tirada por observatório no Havaí

The international Gemini Observatory/NSF’s National Optical-Infrared Astronomy Research Laboratory/AURA/G. Fedorets) Por Patrícia Gnipper Nesta semana, ficamos sabendo que a Terra tem uma pequena nova lua temporariamente, e que já está por aqui há três anos, mas só agora foi descoberta. Na verdade, não estamos falando de uma segunda Lua propriamente dita, mas sim de um possível asteroide que foi capturado pela atração gravitacional de nosso planeta, e nos deixará em breve — provavelmente em abril. Mas, enquanto ele ainda nos faz companhia, cientistas já se apressaram para registrá-lo em imagens. Astrônomos operando o Observatório Gemini, no Havaí, conseguiram localizar o objeto 2020 CD3 para fotografá-lo. A imagem mostra um pequeno ponto brilhante em meio ao fundo escuro, com trilhas coloridas que foram formadas pela passagem de estrelas durante a exposição da imagem. Ainda que a foto, por si só, não seja lá muito chamativa, é notável o fato de um observatório terrestre conseg

Como eram as primeiras criaturas a habitar a Terra

A Namíbia é um dos únicos lugares que registra a transição entre os períodos Ediacarano e Cambriano - SIMON DARROCH Jasmin Fox-Skelly BBC Future Quando a vida complexa surgiu na Terra antiga, não se parecia com nada que conhecemos hoje. No extremo sudeste de Terra Nova, no Canadá, falésias acidentadas se elevam de maneira imponente sobre o mar. As rochas escarpadas são conhecidas como Mistaken Point (Ponto Errado, em tradução livre), uma homenagem aos muitos navios que encontraram seu fim prematuro no local depois que os marinheiros os confundiram com outros lugares. Agora, os penhascos selvagens e irregulares são famosos por outro motivo. Eles estão no centro de um debate sobre um dos maiores mistérios da Terra — exatamente como e quando a vida complexa evoluiu pela primeira vez. "Se você andar pelas rochas, encontrará superfícies cobertas literalmente por milhares de fósseis", diz Frankie Dunn, paleobiologista da Universidade de Oxford. Os fósseis foram preser