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Mostrando postagens de janeiro 5, 2020

O telescópio capaz de ver coisas que ocorreram há 13 bilhões de anos

GETTY IMAGES Ken Macdonald BBC Este observatório espacial é capaz de olhar para o ponto mais remoto do passado. O Telescópio Espacial James Webb (JWST, na sigla em inglês), uma missão internacional das agências espaciais dos EUA (Nasa), Europa (ESA) e Canadá (CSA), está sendo construído há vários anos, a um custo bilhões de dólares acima do orçamento. A previsão é que seja lançado em 2021 e fique posicionado a mais de um milhão de quilômetros da Terra. De acordo com cientistas, ele será capaz de detectar qualquer galáxia no universo. Mas uma peça chave do JWST é um instrumento construído por uma equipe de astrônomos e engenheiros de Edimburgo, na Escócia. Trata-se do Miri (instrumento infravermelho médio), uma ferramenta projetada para medir a faixa de comprimento de onda de radiação infravermelha média. O Miri, um dos quatro principais detectores do JWST, vai nos permitir olhar para o passado, para centenas de milhões de anos após o Big Bang, que teria ocorrido há ma

Cientistas identificam ‘berçário de estrelas’ na Via Láctea

A onda Radcliffe é uma estrutura de gás coesa em forma de filamento encontrada em nossa galáxia - ALYSSA GOODMAN / HARVARD UNIVERSITY Paul Rincon Editor de ciência BBC News Uma vasta estrutura, composta por vários "berçários de estrelas" interconectados, foi localizada em nossa galáxia por astrônomos. O longo filamento de gás tem 9.000 anos-luz de comprimento e 400 anos-luz de largura e fica a cerca de 500 anos-luz do Sol, o que é relativamente próximo em distâncias astronômicas. A estrutura foi batizada como onda Radcliffe, em homenagem ao Instituto Radcliffe para Estudos Avançados da Universidade de Harvard, nos EUA. "O que observamos é a maior estrutura de gás coesa que conhecemos na galáxia, organizada não em forma de anel, mas de um filamento maciço e ondulado", disse um dos membros da equipe científica, Joao Alves, da Universidade de Viena (Áustria) e Harvard. A estrutura fica no braço espiral (os alongamentos das galáxias do tipo espiral) mais p

Duas estrelas vão colidir e brilhar mais que qualquer outra no céu

Ilustração artística mostrando o processo que está ocorrendo com o binário V Sagittae, que finalmente se fundirá em uma nova estrela maior. [Imagem: LSU Department of Physics & Astronomy] Com informações da New Scientist Colisão de estrelas Um par de estrelas entrou em uma dança cósmica fatal, que as levará a uma explosão que poderá ser vista da Terra, um fenômeno que não é documentado há mais de 400 anos. As duas estrelas formam um binário chamado V Sagittae, na constelação de Sagitta (não confundir com Sagitário), e seu brilho aumentou 10 vezes ao longo do século passado. Neste século, elas vão continuar brilhando cada vez mais, até que finalmente se fundam, com sua explosão sendo visível a olho nu. O binário V Sagittae é composto de uma anã branca, que é o remanescente de uma estrela que esgotou seu combustível, e outra estrela cerca de quatro vezes mais massiva. À medida que as duas se circundam, o plasma é puxado da estrela para a anã branca, fazendo-as aproximar-s

Telescópio espacial distribuído será formado por nanossatélites

Pequenos satélites em órbita baixa, voando em formação, implementarão um telescópio espacial distribuído. [Imagem: CSL/Universidade de Illinois Urbana-Champaign] Telescópio distribuído A Fundação Nacional de Ciências dos EUA (NSF) deu o sinal verde - e o dinheiro - para o desenvolvimento de um telescópio espacial inovador, diferente de qualquer outro observatório já lançado. Em vez de um grande telescópio único, o VISORS será formado por uma frota de nanossatélites - também conhecidos como cubesats - trabalhando em conjunto, o que permitirá demonstrar a viabilidade de se alcançar resoluções superiores a qualquer observatório já construído O Centro de Voos Espaciais Goddard, da NASA, se juntará a 10 universidades para detalhar o projeto e construir o VISORS - a propósito, o nome é uma sigla para "óptica virtual de super-resolução com enxames reconfiguráveis", com os enxames referindo-se a grupos de naves voando em formação autônoma. "Desvendar os mistérios do

Fios sintéticos finalmente alcançam a força da seda de aranha

A seda de aranha sintética foi criada por uma versão modificada da eletrofiação. [Imagem: Xiaojian Liao et al. - 10.1126/science.aay9033] Resistência e tenacidade Superando o histórico conflito entre alta resistência e tenacidade no design de materiais, pesquisadores alemães conseguiram finalmente fabricar um fio polimérico sintético com propriedades mecânicas raramente vistas fora do mundo natural. O desenvolvimento promete abrir novos caminhos para o projeto e fabricação de fibras poliméricas biomiméticas fortes e resistentes, úteis em uma ampla variedade de aplicações, incluindo biomedicina, tecnologia espacial e têxtil. Para a maioria dos materiais sintéticos, existe um equilíbrio excludente entre resistência e tenacidade, uma limitação que representa um desafio tecnológico de longa data, cuja solução promete a criação de novas classes de materiais avançados. A seda de aranha natural, por exemplo, é tipicamente citada por sua resistência incomparável à deformação (alta

Satélite que estudará matéria escura será lançado pela ESA em 2022

Por Felipe Junqueira ESA e Arianespace anunciaram uma parceria que deve ajudar no estudo da matéria escura, um dos maiores mistérios ainda sem respostas no nosso universo. A agência espacial e a empresa francesa assinaram um contrato de lançamento para o satélite Euclid, previsto para partir do Centro Espacial de Kourou, na Guiana Francesa, em 2022. A missão Euclid faz parte do programa científico de 2015-2025 da ESA, com participação de cientistas de 13 países europeus e mais uma equipe de colaboradores da NASA. O nome foi escolhido em homenagem ao matemático grego considerado o pai da geometria, Euclides de Alexandria. A ideia é que, segundo a teoria da relatividade de Einstein, a gravidade, força fundamental que rege o universo em larga escala, está intimamente ligada à geometria do espaço-tempo. “Euclid vai investigar a fundo a natureza do nosso universo, lançando luz a seu lado escuro - as misteriosas matéria escura e energia escura - e desenvolvendo os grandes progressos

Vela espacial movida a laser pode permitir a exploração de estrelas distantes

Gráfico ilustra como a Breakthrough Starshot pretende enviar naves com velas movidas a lasers instalados na Terra. Por Daniele Cavalcante Viagens interestelares são comuns na ficção científica e um sonho antigo da humanidade, mas fisicamente inviável com a tecnologia atual. Nossas espaçonaves podem viajar para a Lua e outros planetas vizinhos, mas ainda não são capazes de visitar outros sistemas estelares. A solução pode estar na evolução de um conceito apresentado por Carl Sagan na década de 1970 — as velas solares, como a LightSail2 e a SIASAIL-I —, com o "empurrão" de raios laser. O principal problema com os propulsores que as naves espaciais atuais usam para viajar no espaço é a massa. Viagens longas exigem muito propelente, o que torna a nave pesada. Por sua vez, o peso exige mais propulsor, aumentando o peso, e a assim por diante. Quanto maior a espaçonave, mais difícil equilibrar essa equação. Também é preciso considerar as distâncias astronômicas. Por exemplo

Água restante em Marte pode desaparecer mais rapidamente do que se imagina

Por Daniele Cavalcante Há algum tempo, pesquisadores trabalham com a ideia de que Marte já foi coberto por oceanos e rios de água líquida, algo que os próprios vales do Planeta Vermelho sugerem. A maior parte água teria se perdido no espaço há bastante tempo, e um novo estudo indica que o restante dela pode continuar desaparecendo — e rápido. Além disso, se a pesquisa estiver correta, significa que o planeta pode ter perdido seus oceanos de forma muito mais veloz do que se imaginava. Observações anteriores detectaram a presença de gelo abaixo do solo, em especial nas calotas polares do planeta. Ali há menos de 10% da água que já houve na superfície marciana. Esse gelo ainda libera água em forma de vapor na superfície, mas ela está se perdendo. É que essa água alcança a atmosfera superior, onde a radiação ultravioleta do Sol acaba por dividir suas moléculas para formar hidrogênio e oxigênio. Grande parte desse hidrogênio flutua para espaço, porque o gás é extremamente leve e a g

Novo sinal repetitivo de rádio é detectado vindo do espaço e intriga cientistas

Imagem: Observatório Gemini/AURA Por Daniele Cavalcante Uma equipe internacional de astrônomos detectou um novo sinal repetitivo de rádio (fast radio bursts, ou simplesmente “FRB”), semelhante a outro que foi rastreado em 2019. Desta vez, a fonte do sinal é um pouco mais próxima de nós - uma galáxia espiral a meio bilhão de anos-luz de distância, o que torna este FRB o mais próximo já detectado. Outro sinal do tipo já foi detectado em 2018, também. Os FRBs são um dos fenômenos que mais intrigam os astrônomos porque ainda ninguém sabe explicar a causa dessas “explosões” de rádio. Eles contêm radiação com energia equivalente a 500 milhões de sóis e duram apenas alguns milissegundos. Dois tipos de FRBs são conhecidos até o momento: as explosões únicas e as que se repetem. Um FRB repetitivo foi detectado em 2019, mas os sinais recém-descobertos vieram de uma fonte diferente, aumentando o mistério da origem das emissões. Não apenas isso, mas, de acordo com o astrônomo Kenzie Nimmo,

Eclipse de duas estrelas conhecidas há séculos surpreende astrônomos

Por Daniele Cavalcante Uma equipe de astrônomos teve uma grande surpresa enquanto usava os dados do telescópio espacial TESS, da NASA. Eles descobriram que a estrela Alpha Draconis e sua estrela companheira eclipsam-se entre si. A novidade foi anunciada na segunda-feira (6) durante a reunião da Sociedade Astronômica Americana em Honolulu, no Havaí. A Alpha Draconis é uma estrela bem conhecida desde a época do antigo Egito, visível a olho nu e localizada a cerca de 270 anos-luz de distância, na constelação do norte Draco. Os astrônomos já sabiam que este era um sistema binário, mas os eclipses foram uma surpresa, e os pesquisadores também ficaram impressionados pelo fato de que ninguém havia percebido isso antes. A NASA criou o vídeo abaixo para ilustrar a órbita das estrelas e o momento em que elas se eclipsam: Angela Kochoska, pesquisadora de pós-doutorado da Universidade Villanova, explicou o que teria dificultado essa descoberta até agora. De acordo com ela, “os eclipses

Nova técnica permitirá encontrar exoplanetas ricos em oxigênio com mais rapidez

Imagem conceitual de um exoplaneta com presença de água (à esquerda) e um seco (à direita), ambos com atmosferas ricas em oxigênio. Os objetos que se parecem luas crescentes são outros planetas no sistema, e a esfera vermelha é uma estrela anã M em torno da qual os exoplanetas orbitam. O exoplaneta seco está mais próximo da estrela, então a estrela parece maior (Imagem: NASA/GSFC/Friedlander-Griswold) Por Daniele Cavalcante Os cientistas esperam fazer grandes descobertas quando o telescópio espacial James Webb estiver ativo, e uma delas é encontrar sinais de vida em outros planetas. Para detectar bioassinaturas, será necessário “enxergar” a atmosfera desses mundos em busca de elementos essenciais à vida, tais como oxigênio. Mas o que o telescópio James Webb deve procurar para saber se um planeta tem a quantidade certa de oxigênio? Em um novo estudo, pesquisadores encontraram uma maneira de detectar rapidamente o oxigênio em planetas: eles identificaram um forte sinal que as molé

Detectadas mais ondas gravitacionais geradas por colisão de estrelas de nêutrons

Simulação artística de uma colisão de estrelas de nêutrons Cientistas já sabiam que Einstein estava certo quando teorizou a respeito da existência de ondas gravitacionais, algo que foi comprovado por meio de observações reais há alguns anos. Em setembro de 2019, os cientistas conseguiram “ouvir” o eco de um buraco negro e confirmaram de novo a teoria de Einstein. Agora, astrônomos divulgaram que detectaram, mais uma vez, o evento de ondas gravitacionais. De acordo com uma apresentação na reunião da Sociedade Astronômica Americana (AAS) nesta segunda-feira (6), o Observatório de Ondas Gravitacionais com Interferômetro a Laser (LIGO) detectou novas ondas gravitacionais causadas pela colisão de dois corpos extremamente massivos a 520 milhões de anos-luz de distância. O problema é que ainda não se sabe exatamente que corpos são esses. É possível que tenham sido duas estrelas de nêutrons, só que a massa desses objetos detectados é tão grande que desafia os modelos de estrelas de nêut

Tatooine da vida real: planeta descoberto pela NASA orbita duas estrelas

Por Patrícia Gnipper Além de anunciar a descoberta de seu primeiro exoplaneta do tamanho da Terra que está na zona habitável de sua estrela, a NASA acaba de revelar, também, que o telescópio espacial TESS descobriu um "Tatooine da vida real" — o planeta TOI 1338b, que orbita duas estrelas, tal qual o mundo do universo Star Wars. A descoberta partiu de Wolf Cukier, estudante que analisa os dados do TESS relacionados ao brilho de estrelas observadas pelo telescópio. Ele explica que, quando procurava nos dados tudo o que havia sido sinalizado como um sistema binário eclipsante (sistema em que duas estrelas circulam entre si), ele se deparou com o sinal do sistema TOI 1338. "No começo, pensei que fosse um eclipse estelar, mas o tempo estava errado. Acabou que era um planeta", diz. O TOI 1338b é o primeiro planeta descoberto pelo TESS que orbita duas estrelas, no que se chama de planeta circumbinário. Esse sistema fica a 1.300 anos-luz de distância, e as duas est

Descoberto exoplaneta do tamanho da Terra na zona habitável de sua estrela

Por Patrícia Gnipper Dia histórico na exploração espacial! A NASA acaba de confirmar que seu telescópio espacial TESS descobriu seu primeiro exoplaneta do tamanho da Terra e que fica na zona habitável de sua estrela — a região do sistema estelar em que as temperaturas médias são adequadas para permitir a existência de água no estado líquido. O planeta TOI 700d fica ao redor da estrela TOI 700, que é uma anã do tipo M localizada a pouco mais de 100 anos-luz de distância. Essa estrela tem 40% da massa e do tamanho do nosso Sol, com cerca de metade da temperatura em sua superfície. O TESS, em seu primeiro ano de missão, viu essa estrela aparecer em 11 dos 13 setores monitorados no céu, então foi possível capturar vários trânsitos dos três planetas ao seu redor. Inicialmente, a estrela havia sido classificada de maneira incorreta na base de dados da NASA — ela constava como mais parecida com o Sol, o que significa que seus planetas pareciam maiores e mais quentes do que realmente s