ÁTOMOS DE COBALTO MAGNETIZADOS (FOTO: RADBOUD UNIVERSITY)
Dispositivo ainda vai demorar para chegar em equipamentos eletrônicos, mas promete guardar milhares de vezes mais informações
Pesquisadores da Universidade Radboud, na Holanda, deram um novo passo no armazenamento compacto de dados: criaram um "HD" feito com um único átomo. Eles desenvolveram um mecanismo que pode funcionar em temperatura ambiente, e que pode ter capacidade praticamente infinita para guardar vídeos e fotos.
Segundo o portal Science Alert, os átomos são o menor objeto em que é possível armazenar um bit (unidade de informação). Com isso, o tamanho dos discos rígidos existentes poderiam ser diminuídos em cerca de mil vezes.
No novo estudo, publicado na revista Nature Communications, foram escolhidos átomos de cobalto de uma camada de fósforo preto semicondutor. O método usado para magnetizar os átomos para armazenar bits diferia da abordagem usual de utilizar o momento angular de spin (modo como os elétrons giram enquanto orbitam um núcleo).
"Descobrimos uma maneira de fazer energia diferente entre alguns dos orbitais do átomo de cobalto e usamos o momento angular orbital para nossa memória atômica", disse Brian Kiraly. "Isso tem uma barreira energética muito maior e pode ser viável para tornar a memória de átomo estável à temperatura ambiente."
A pesquisa ainda é experimental e pode demorar um pouco para chegar aos equipamentos eletrônicos. De acordo com o Science Alert, os novos materiais e métodos podem resolver o problema de manter os átomos magnetizados e estáveis o suficiente para serem úteis.
"O que define um ímã permanente é que ele tem um pólo norte e um pólo sul, que ficam na mesma orientação", falou Alexander Khandoorians. "Mas quando você chega a um único átomo, o pólo norte e sul começam a virar e não sabem em que direção devem apontar, à medida que se tornam extremamente sensíveis ao ambiente."
Em pesquisas anteriores sobre o armazenamento de um único átomo, especialistas usaram temperaturas baixas para garantir essa estabilidade – cerca de -233 graus Celsius. O novo experimento também exigiu frio extremo para funcionar, mas os cientistas afirmam que o "HD atômico" não é tão sensível ao aumento da temperatura quanto outros métodos.
Os especialistas usaram um microscópio de varredura especial para escanear átomos – dispositivo que usa o "fenômeno de tunelamento" da mecânica quântica para empurrar elétrons por meio de uma barreira específica.
Para os estudiosos, caso este método chegue nos equipamentos, será possível salvar quantas fotos e vídeos o usuário quiser. "O que esse trabalho significa é que, se pudéssemos construir um disco rígido real de todos esses átomos, e ainda estamos muito longe disso, você poderia armazenar milhares de vezes mais informações", declarou Khandoorians.
FONTE: REVISTA GALILEU
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