LUZ INTERNA NO AGLOMERADO DE GALÁXIAS ABELL S1063 (FOTO: NASA, ESA, AND M. MONTES (UNIVERSITY OF NEW SOUTH WALES, SYDNEY, AUSTRALIA))
Segundo cientistas, a luz interna dos aglomerados de galáxias, registrada nas fotos, ajuda a mostrar onde a matéria escura é distribuída
Astrônomos usaram dados do programa Frontier Fields do Telescópio Espacial Hubble da NASA e da Agência Espacial Europeia (ESA) para detectar matéria escura em aglomerados de galáxias e entender a sua distribuição. Os resultados foram publicados na revista Monthly Notices da Royal Astronomical Society.
"Nós encontramos uma maneira de 'ver' a matéria escura", explicou Mireia Montes, da Universidade de New South Wales, na Austrália. "Descobrimos que a luz muito fraca em aglomerados de galáxias, a luz interna, mapeia como a matéria escura é distribuída."
A luz interna dos aglomerados é subproduto das interações entre galáxias. Nelas, as estrelas são removidas de suas galáxias e flutuam livremente dentro do aglomerado. E elas acabam indo onde a maioria da massa do aglomerado, principalmente a matéria escura, reside. "Essas estrelas têm uma distribuição idêntica à matéria escura", disse Montes.
LUZ INTERNA NO AGLOMERADO DE GALÁXIAS MACS J0416 (FOTO: NASA, ESA, AND M. MONTES (UNIVERSITY OF NEW SOUTH WALES, SYDNEY, AUSTRALIA))
A nova pesquisa mostrou que a luz interna está alinhada com a matéria escura, traçando sua distribuição com mais precisão do que qualquer outro método já usado. Os resultados do estudo introduzem a possibilidade de explorar toda a natureza da matéria escura.
"Se a matéria escura é auto-interagente, poderíamos detectar isso como desvios na distribuição de matéria escura em comparação com o brilho estelar muito fraco", declara Ignacio Trujillo, do Instituto de Astrofísica de Canárias, na Espanha.
FRONTEIRA FINAL DO AGLOMERADO DE GALÁXIAS ABELL S1063 (FOTO: NASA, ESA, AND J. LOTZ (STSCI))
O que se sabe sobre a matéria escura é que ela parece interagir gravitacionalmente com a matéria regular. Segundo os pesquisadores, descobrir que se ela realmente auto-interage poderia ampliar análises científicas.
Por enquanto, Montes e Trujillo planejam avaliar mais aglomerados para ver se o método que usaram continua correto. “Há possibilidades interessantes que devemos ser capazes de investigar nos próximos anos”, comentou o astrônomo.
FRONTEIRA FINAL DO AGLOMERADO DE GALÁXIAS MACS J0416.1–2403 (FOTO: NASA, ESA AND THE HST FRONTIER FIELDS TEAM (STSCI))
FONTE: REVISTA GALILEU
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