Por: Ryan F. Mandelbaum
Um dos principais telescópios da NASA, o observatório de raios-X Chandra, entrou em modo de segurança na semana passada, depois de problemas com um de seus giroscópios. Agora, esse telescópio está de volta à ativa.
O observatório de raios-X Chandra coleta raios X de fontes de alta energia no espaço sideral, produzindo imagens incríveis de supernovas, nebulosas, pulsares e outras esquisitices astrofísicas. O telescópio entrou em modo de segurança na última quarta-feira (10), devido a uma falha em um giroscópio, o mesmo componente que manteve o Telescópio Espacial Hubble fora de serviço por mais de uma semana.
Os cientistas do Chandra estão confiantes depois do conserto, segundo Belinda Wilkes, diretora e astrofísica sênior do Chandra no Harvard Smithsonian Center for Astrophysics. “Estamos esperando que o Chandra funcione por mais cinco a dez anos”, ela contou ao Gizmodo.
Na última quarta-feira, às 10:55 (horário de Brasília), o Chandra entrou em modo de segurança, ajustando as posições de seus painéis solares e espelhos e colocando seu hardware essencial em backup. Depois de uma análise, os operadores do telescópio descobriram que um giroscópio havia apresentado falhas, levando a uma coleta ruim de dados e a um cálculo incorreto da quantidade de movimento do telescópio. O cálculo equivocado é o que desencadeou o modo de segurança, segundo um comunicado de imprensa do Chandra.
Os operadores estão tirando o giroscópio de serviço e mudando para um backup. O telescópio agora está em seu modo operacional normal e irá retornar para coletar dados nesta semana, depois de uma correção no software.
Raios X ainda são um importante tipo de luz para entender o nosso universo. Eles são comprimentos de onda de luz que vêm de alguns dos objetos mais estranhos no espaço, como a área em torno de buracos negros, estrelas de nêutrons, restos de supernovas e aglomerados de galáxias. A resolução espacial do Chandra permite ao telescópio olhar para esses objetos com grandes detalhes.
Imagem de um magnetar em raios X, capturada pelo Chandra. Imagem: raio X: NASA/CXC/Universidade de Amsterdã/N.Rea et al; Optical: DSS
“Você só consegue uma imagem completa de fontes celestiais olhando para todas as bandas de onda”, disse Wilkes. “Os raios X vêm dos lugares mais quentes e violentos do universo”, como o instante após uma supernova, o colapso explosivo de uma estrela massiva.
O Chandra tem 19 anos, muito além da sua expectativa inicial de vida de cinco anos. Como o Hubble, ele detecta rotação e se mantém imóvel usando giroscópios. Também como o Hubble, esses giroscópios apresentam componentes mecânicos que podem falhar. Mas, diferentemente do Hubble, cujo sucessor científico deve ser lançado em 2021, não há um telescópio de raios X em construção que iguale ou supere a resolução do Chandra. Uma proposta, o Lynx, depende da Pesquisa Decadal da Academia Nacional de Ciência de 2020, na qual os astrônomos se reúnem uma vez a cada dez anos como uma comunidade e decidem sobre a maior prioridade para o futuro do campo. A academia irá recomendar um estudo conceitual ou uma combinação de quatro estudos conceituais a serem construídos para lançamento em algum momento das décadas de 2030 e 2040.
Enquanto isso, o Hubble segue fora de ação depois de um de seus próprios giroscópios apresentar problemas recentemente. Cientistas tentaram colocar um dos giroscópios de reserva online depois que um antigo falhou, mas o backup não estava operando devidamente. Atualmente, um conselho está lidando com o problema e propondo soluções, segundo um comunicado da NASA. Se eles conseguirem fazer o giroscópio funcionar novamente, o telescópio irá continuar suas operações normais. Caso contrário, os astrônomos irão operar o Hubble com menos giroscópios — uma estratégia que estenderá a vida útil do telescópio, mas que limitará levemente para onde ele pode apontar.
O reparo do Chandra mais uma vez mostra a incrível resiliência desses telescópios — mas também ilustra que está na hora de lançar novos.
[Chandra]
Imagem do topo: NASA/CXC/University of Amsterdam/N.Rea et al; Optical: DSS
FONTE: GIZMODO BRASIL
Comentários
Postar um comentário