Por: Guilherme Tagiaroli
Em setembro, o Museu Nacional, no Rio de Janeiro, foi alvo de um incêndio que destruiu boa parte de seu acervo. Todo mundo ficou perplexo com a situação, pois ficou claro que o local precisava de manutenção há um bom tempo, mas ninguém se preocupava muito com o museu. Pelo menos nesta sexta-feira (19), soubemos que a equipe de resgate conseguiu encontrar um dos itens mais valiosos do prédio histórico do Rio de Janeiro.
Trata-se do crânio da Luzia, o fóssil humano mais antigo das Américas, segundo informações da Agência Brasil. Os arqueólogos responsáveis pelo resgate dizem que foram encontrados 80% dos fragmentos, mas que ainda precisam ser feitos mais estudos para avaliar a extensão dos danos. Além disso, foram encontrados outras partes do fóssil, como um fêmur que também ficava guardado no museu.
Por ora, o que se sabe é que deverá ser gasta uma boa grana para reconstituir o crânio, que já tinha sido reparada anteriormente. “Parte do crânio que estava reconstituído perdeu a cola, então tivemos a liberação de fragmentos que estavam unidos. E alguma parte também foi afetada pelo fogo”, disse a arqueólogo Cláudia Carvalho, chefe da equipe de resgate do acervo, à Agência Brasil.
O processo de reconstituição, segundo estima o paleontólogo Alexander Kellner, diretor do Museu Nacional, deve custar entre R$ 10 milhões e R$ 15 milhões. Antes disso, os fragmentos precisam ainda serem higienizados e estabilizados para garantir que os itens não se deteriorem.
E o museu, hein?
O trabalho no museu parece ainda estar na etapa estrutural. Isso porque, tem sido implementadas medidas para estabilizar o local para permitir trabalhos técnicos mais aprofundados. Já foram liberados R$ 8,9 milhões junto ao Ministério da Educação para essas obras, que devem ser concluídas nos próximos 150 dias.
Então, ainda tem um longo caminho para o Museu Nacional voltar a ter condições mínimas para visitação. Kellner, responsável pelo local, já está pleiteando junto ao Congresso Nacional pelo menos R$ 56 milhões para iniciar a primeira fase da reconstrução. Ao todo, sugere, devem ser necessários R$ 300 milhões para torná-lo “um museu de primeira linha”.
Só nos resta ver como o próximo presidente do Brasil vai lidar com a situação. Além da importância histórica do museu, que continha um dos acervos mais completos da região, o local abriga parte da história do país. Que, pelo menos para isso, não haja mesquinharia política.
[Agência Brasil]
Imagem do topo: fragmentos da Luzia. Crédito: Léo Rodrigues/Agência Brasil
FONTE: GIZMODO BRASIL
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