Pesquisadores afirmam que uma das possíveis missões da sonda Chang'e-4 é encontrar combustível que alimentaria foguetes para viagens a outros planetas
Além do feito de pousar no lado oculto da Lua pela primeira vez na história, a sonda chinesaChang'e-4 estaria em busca de realizar outro feito inovador para a humanidade: cientistas acreditam que uma das missões lunares propostas pela Administração Nacional Espacial da China é encontrar a matéria-prima para a fabricação de um combustível que possibilitaria a realização de viagens para outros planetas no futuro.
Ao investigar a composição do que há no interior da Lua, os pesquisadores chineses estariam em busca de hélio-3, um isótopo não-radioativo que poderia ser uma fonte de energia para alimentar foguetes com motores de grande potência — os isótopos são as variantes de um elemento químico, que possuem um número diferente de nêutrons em seus átomos. Modelos prévios realizados por astrônomos indicam que a composição lunar poderia ser abundante em hélio-3.
Com isso, seria possível fazer da Lua uma estação de abastecimento e partida de missões humanas para outros planetas. Apesar de ser um plano que ainda demorará décadas para ser concretizado, especialistas acreditam que a China já teria um plano estruturado para suas missões futuras. O governo chinês não confira nenhuma dessas especulações.
No último dia 03 de janeiro, a Chang'e-4 iniciou seu trabalho de reconhecimento de regiões até então inexploradas do satélite natural da Terra. Como a comunicação direta com o lado oculto da Lua é difícil de ser realizada, as informações registradas pela sonda passam por um satélite de retransmissão espacial batizado de Queqiao antes de chegar à Terra.
Por conta da sincronia entre os movimentos da Terra e da Lua, parte do nosso satélite sempre permanece oculto ao nosso olhar, o que também dificulta o lançamento de naves para essa região: é a primeira vez que uma sonda desembarca nesse local.
De acordo com a Administração Nacional Espacial da China, o trabalho da sonda Chang'e-4 será a de fazer medições detalhadas do terreno e da composição mineral da Lua: acredita-se que a região do Polo Sul lunar tenha sido formada durante uma gigantesca colisão.
Enquanto a missão é realizada, os chineses já planejam uma nova viagem ao satélite natural. A missão Chang'e-5 será lançada ainda neste ano e terá o objetivo de trazer amostras da Lua pela primeira vez à Terra desde a década de 1970. A sonda pretende aterrissar em um mar lunar chamado Oceanus Procellarum. Nenhuma nova amostra lunar entrou em laboratórios terrestres desde a expedição Luna 24, da antiga União Soviética, no ano de 1976.
FONTE: REVISTA GALILEU
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