NEIL ARMSTRONG DEMONSTRAVA SEU BRILHANTISMO DESDE CRIANÇA (FOTO: REPRODUÇÃO / NASA)
Astronauta pulou séries na escola, perdeu uma filha, liderou missões difíceis da NASA e evitava os holofotes
O estadunidense Neil Alden Armstrong foi astronauta, engenheiro aeronáutico, piloto militar e professor que fez história em 1969 ao ser o primeiro homem a pisar na Lua. Ele era considerado por pessoas próximas um homem sereno, quieto, extremamente focado e dedicado, além de ser capaz de agir com rapidez e precisão mesmo em situações em que era submetido a muita pressão. Mas, antes conquistar o espaço, Armstrong passou por diversas etapas na Terra tão desafiadoras e incríveis quanto estudar o universo. Abaixo, conheça um pouco da história do astronauta:
Infância
Extraordinário aos olhos dos outros, Armstrong tinha uma vida pessoal tão pacata que beirava o tédio. Nascido em 05 de agosto de 1930, na cidade de Wapakoneta, Ohio, nos Estados Unidos, era considerado o “certinho” da família.
O menino prodígio, incentivado pela mãe Viola Armstrong, adquiriu gosto pela leitura desde pequeno e aos três anos de idade já lia placas de rua. No primeiro ano do ensino fundamental, ele leu mais de cem livros e, na série seguinte, foi pego por um professor lendo para alunos da quarta série.
NEIL ARMSTRONG AOS 6 ANOS DE IDADE (FOTO: REPRODUÇÃO/PINTEREST)
Aos oito anos de idade Armstrong pulou do segundo para o quarto ano na escola. Além de estudante nota dez, era considerado o filho predileto da mãe, segundo relato de seus irmãos descritos no livro “O Primeiro Homem: a Vida de Neil Armstrong” (Editora Intrínseca) – que inspirou o filme "O Primeiro Homem", lançado em outubro de 2018, com o ator Ryan Gosling interpretando o astronauta.
O garoto, apaixonado por aprender, era considerado “um menino autêntico” pela mãe, de acordo com uma entrevista que ela deu à revista Life em 1969. O rapaz era tão focado nos estudos que, por um lapso de memória, não se lembrava que sua avó paterna, Laura Armstrong, havia morado com ele durante 13 anos – na época em que ele ainda estava no colégio.
Juventude
Aos dez anos, Armstrong conseguiu o seu primeiro emprego como cortador de grama em um cemitério, um trabalho que lhe rendia 10 centavos por hora. Posteriormente, incrementou o seu currículo como auxiliar de padaria, foi funcionário administrativo de uma mercearia e depois de uma loja de construção. Ele ainda fez entregas para uma farmácia, ganhando 40 centavos por hora.
O jovem Armstrong, um garoto tranquilo e avesso a badalação, era amante de música e participou da orquestra escolar, de um coral e de uma banda. Aos 16 anos graduou-se no colégio Blume High School.
Começo de carreira
Assim que se formou, foi aceito no Programa de Cadetes da Aviação Marinha e foi para a Universidade de Purdue, no estado de Indiana. O programa tinha duração de sete anos. Destes, dois anos foram destinados, obrigatoriamente, a estudar engenharia aeronáutica dentro da sala de aula.
NEIL ARMSTRONG QUANDO JOVEM (FOTO: UNITED STATES NAVY/WIKIMEDIA COMMONS)
No entanto, após um ano e meio, Armstrong foi antecipado na faculdade e passou a servir como piloto de caça, atuando até 1952, pois faltavam profissionais da área. Durante o período, ele lutou na Guerra da Coreia, colecionando 78 missões cumpridas e recebeu a Medalha no Ar por 20 missões de combate. Ainda como piloto de testes, Neil voou no avião-foguete X-15 na Base Aérea de Edwards, na Califórnia.
Em 1950, recebera a sua Insígnia, uma espécie de distintivo das Forças Aéreas, e em 1955 conseguiu se formar em engenharia aeronáutica. Tempos depois, ele entrou para o Conselho Nacional de Aeronáutica (NACA), que posteriormente se tornou a National Aeronautics and Space Administration (NASA).
NEIL ARMSTRONG COM TRAJE DE ASTRONAUTA (FOTO: SCAN BY ED HENGEVELD/WIKIEMDIA COMMONS)
Casamento
No dia 28 de janeiro de 1956, Armstrong casou-se com a ex-colega da faculdade, Janet Shearon. O matrimônio gerou três filhos: Eric Alan, Karen e Mark. A sintonia dois também se dava ao fato de que ambos eram entusiastas do aprendizado.
Morte de Karen
Em 1961, durante um passeio em um parque, sua filha do meio tropeçou e caiu no chão. O acidente, que parecia uma coisa normal de criança, teve consequências graves. Na hora, a queda resultou apenas em um galo na cabeça e um pouco de sangue escorrendo pelo nariz. Contudo, os sintomas pioraram. Karen ficou estrábica, tinha dificuldades de coordenação e de locomoção.
A menina foi submetida a uma série de exames e descobriu-se que tinha um Glioma da Ponte de Varólios, espécie de tumor maligno localizado no tronco encefálico.
Após seis meses lutando contra o tumor cerebral, em 28 de janeiro de 1962 e com apenas dois anos e nove meses de idade, Karen faleceu no chalé da família em Juniper Hills. Na data, Armstrong estava viajando a trabalho.
NEIL ARMSTRONG E FAMÍLIA (FOTO: REPRODUÇÃO/REVISTA LIFE)
Carreira decolando
No ano seguinte ao da morte de sua filha, ele entrou para o programa dos nove astronautas da NASA e serviu como comandante em sua primeira missão espacial: Gemini VIII, o 14° voo do programa espacial tripulado dos Estados Unidos.
A tripulação da Gemini VIII foi a primeira a unir duas espaçonaves na órbita da Terra. Este marco seria vital para o sucesso das futuras missões de pouso na Lua. Alcançar a espaçonave que já está em órbita também foi essencial durante as missões à Estação Espacial Internacional (EEI).
Segundo a NASA, o comandante Armstrong e o piloto David Scott fizeram a mais ambiciosa missão espacial até hoje – e por pouco a viagem não acabou em tragédia. A nave deveria completar um acoplamento com outra espaçonave, a Agena, no espaço, como parte de um dos testes para a ida à Lua. Um curto circuito nos propulsores fez com que as naves girassem sem controle e os astronautas tiveram que abortar a missão.
NEIL ARMSTRONG COM A ROUPA DE ASTRONAUTA (FOTO: NASA/WIKIMEDIA COMMONS)
Apollo 11
Em 1969, Armstrong enfrentou o que seria a sua missão mais importante. Ao lado de Michael Collins e Buzz Aldrin, ele foi selecionado como um dos integrantes do primeiro grupo da NASA que iria até a Lua.
A espaçonave iniciou a viagem de mais de 300 mil quilômetros de distância no dia 16 de julho de 1969, sob comando do próprio Armstrong, que tinha como missão pilotar a nave Módulo Lunar Eagle e aterrizá-la em segurança – o que aconteceu com sucesso.
NEIL ARMSTRONG NA LUA (FOTO: NASA/DIVULGAÇÃO)
Ao chegar à Lua, ele e Buzz saíram da nave, enquanto Collins ficou dentro do Módulo Lunar. Foram quase três horas caminhando, conduzindo experimentos científicos, coletando amostras e tirando fotos da Lua, inclusive de suas próprias pegadas. A missão foi televisionada para a Terra e até hoje gera controvérsias – teorias da conspiração falam que as imagens eram irreais, feitas em estúdios de cinema, e que nunca nenhum homem foi à Lua.
Após esta missão, Armstrong comunicou que não realizaria mais nenhuma viagem ao espaço. Em 1970 saiu da NASA, tornando-se professor de engenharia aeroespacial na Universidade de Cincinnati.
Morte e legado
O astronauta mais famoso da história evitava os holofotes. Mas ao contrário do que pode parecer, ele não era nem um pouco egocêntrico, e era extremamente humilde. “Ele não se considerava uma pessoa especial, mas todo mundo o considerava assim”, escreveu Jay Barbree, amigo dele e autor do livro “Neil Armstrong: a Biografia Essencial do Primeiro Homem a Pisar na Lua” (Editora Tordesilhas).
NEIL ARMSTRONG EM FEVEREIRO DE 2012, MESES ANTES DE SUA MORTE (FOTO: NASA/BILL INGALLS/WIKIMEDIA COMMONS)
No dia 7 de agosto de 2012, após ser constatado que estava com artérias entupidas, Armstrong precisou passar por uma cirurgia de emergência no coração. Ele acabou falecendo semanas depois, durante a recuperação ainda no hospital, no dia 31 de agosto de 2012.
Assim como o brilho de uma estrela persiste durante anos mesmo após a sua morte, o brilho e legado de Armstrong irão perpetuar na história da humanidade e da astronomia.
FONTE: REVISTA GALILEU
Biógrafo revela detalhes da personalidade de Neil Armstrong
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