O jornalista Jay Barbree é autor do livro “Neil Armstrong: A biografia essencial do primeiro homem a pisar na lua", recém-lançado no Brasil
Desde que acompanhou o lançamento da primeira missão tripulada americana para o espaço, o jornalista Jay Barbree não parou mais. Acompanhou 166 lançamentos espaciais, começando pelo voo de Alan Shepard, em 1961, a bordo da Freedom. Ou seja, ele estava presente em todas as vezes que algum foguete partia dos EUA durante cinquenta anos, até a missão Atlantis em julho de 2011, última da NASA.
Tanta experiência Já viraram sete livros, sendo o último, lançado em 2014, a biografia “Neil Armstrong: A biografia essencial do primeiro homem a pisar na lua", recém-lançado no Brasil pela Editora Tordesilhas. Jay Barbree conta um pouco mais do que sabe sobre o comandante da missão Apolo 11 eprimeiro homem a pisar na Lua.
O senhor é o jornalista com maior experiência na cobertura das viagens espaciais, tendo sido o único a cobrir todas as missões tripuladas dos EUA. Nesse sentido, Neil Armstrong foi realmente o melhor piloto que o senhor conheceu?
Sem a menor sombra de dúvida. Isso em nada diminui o valor de pessoas como Buzz Aldrin ou Jim Lovell (comandantes de outras missões Apolo), que foram todos excelentes pilotos. Mas Neil tinha uma habilidade incomum para enfrentar situações difíceis, como ao ter realizado o primeiro retorno de emergência do espaço a bordo da Gemini 8.
Ele era um piloto extremamente dedicado ao que fazia e, por isso, conseguiu fazer tudo o que fez. Sinto que ele tinha uma paixão legítima por desempenhar seu papel da melhor forma possível, sem preocupações de ordem pessoal. Ele nunca buscou ganhar vantagens por ter sido o primeiro homem a pisar na Lua. Por exemplo, ele poderia muito bem ter aberto uma rede de sanduíches chamada “Moonburger” e ficaria milionário, botando figuras como Donald Trump no chinelo. Mas ele nunca se aproveitou disso.
E como o próprio Neil Armstrong via a si mesmo?
Acima de tudo, ele sentia que precisava estar preparado para qualquer tipo de situação, dedicando-se aos treinamentos de forma muito mais intensa que a maioria das pessoas. Ele pilotou toda espécie de aviões de treinamento, realizou toda espécie de voos que exigiram dele.
Sua preocupação era apenas fazer um bom trabalho. Por exemplo, ele nunca se preocupou em ficar fazendo lobby para ser o primeiro homem na Lua; ele não era esse tipo de pessoa. Sua postura era esta: ‘Não preciso falar para ninguém sobre a minha capacidade; em vez de falar, mostro o que sou capaz de fazer’.
Tendo sido o primeiro a pisar em solo lunar, Neil Armstrong chegou a expressar com o senhor algum incômodo com o fato de não termos retornado à Lua por tanto tempo?
Sim. Para ele, é como se as caravanas que conquistaram o Oeste americano tivessem dado meia-volta após chegar até lá. Mas, nos últimos anos de vida, Neil estava contente com o que via, como se estivéssemos de volta aos trilhos. Ele sempre defendeu que deveríamos colonizar a Lua. A Terra é a nossa espaçonave, com mais de 12 mil km de diâmetro, e somos todos astronautas a bordo dessa nave.
Nosso planeta ainda tem bilhões de anos de expectativa de vida, mas o que vamos fazer se, por acaso, vier outro asteroide como o que causou a extinção dos dinossauros? Nós não estamos sequer nos preparando para uma eventualidade dessas. A partir do momento em que paramos de explorar novos espaços, em que deixamos de aumentar nosso estoque de conhecimento, estamos simplesmente nos colocando em perigo.
FONTE: Revista Galileu - WorkingFreeLancer
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