
REGISTRO FEITO DA EXPLOSÃO DE ETA CARINAE (FOTO: NASA/ESA/HUBBLE SM4 ERO TEAM)
Evento aconteceu há 170 anos na estrela Eta Carinae
Até a virada do século 19, o sistema estelar Eta Carinae (inicialmente, imaginava-se que era formado por duas estrelas) estava praticamente invisível no céu terrestre. Porém, com o avanço do tempo, ele foi ficando cada vez mais brilhoso e chegou a ganhar o título de segundo astro mais brilhoso do céu (perdendo o pódio apenas para Sirius) durante o início da década de 1840, quando queimou no espaço.
Porém, diferente de uma supernova comum, a estrela Eta Carinae não se dissipou no espaço. Curiosamente, sua forma permaneceu – e permanece até hoje, apesar de ela não são mais visível a olho nu desde o século 20.
Ainda assim, o astro permanece sendo um assunto relevante para a astronomia por três razões: em primeiro lugar, porque duas de suas estrelas pesam centenas de vezes a massa do Sol; por ele entrar em supernova; e, ainda mais importante, porque foi capaz de sobreviver a uma explosão potente e grandiosa há cerca de 170 anos atrás (evento que os cientistas chamam de “supernova impostora”, porque se assemelha ao fenômeno estelar, mas termina antes da destruição do astro).
Apesar de 1843 estar tão distante de nós, só agora a ciência foi capaz de estimar a quantidade de material que foi expelido pela estrela naquela ocasião, em apenas um vigésimo da velocidade da luz.
Essa surpreendente velocidade fez com que Eta Carinae fosse classificada como a mais rápida estrela de todo o espaço a explodir e não se destruir . Foi assim que classificaram os pesquisadores do estudo, publicado no periódico científico Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

UMA OUTRA PERSPECTIVA DA EXPLOSÃO DA ESTRELA ETA CARINAE (FOTO: NASA)
A equipe acredita que o material ejetado pelo astro moveu-se entre 10 a 20 mil quilômetros por segundo, o que equivale a vinte vezes mais velocidade do que os ventos tipicamente produzidos por estrelas massivas.
“Nós vemos essa alta taxa de velocidade frequentemente em supernovas que resultam na obliteração da estrela”, afirmou o astrônomo Nathan Smith, da Universidade do Arizona (EUA). “Alguma coisa deve ter despejado tanta energia na estrela nesse curto espaço de tempo.”
A equipe de cientistas acredita que o sistema Eta Carinae deveria ter uma terceira estrela, que possivelmente colidiu com outra e deu origem a uma estrela monstruosa. E dentro de meio milhão de ano, essa estrela massiva irá originar uma supernova e explodir.
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores ficaram sete anos observando Eta Carinae e as luzes emitidas e refletidas durante a explosão. A luz chegou até nós em 1843 e, desde então, seus fótons perdidos foram redirecionados pelo meio interestelar.
“Um eco de luz é a próxima melhor coisa para se viajar no tempo”, disse Smith. “É por isso que ecos de luz são tão belos. Eles não dão uma chance de revelar os mistérios de uma rara erupção estelar que foi presenciada há 170 anos atrás, mas utilizando nossos modernos telescópios e câmeras [...] Esta foi uma explosão estelar gigante de uma estrela-monstro muito rara, como nunca aconteceu em nossa Via Láctea.”
FONTE: REVISTA GALILEU
Comentários
Postar um comentário