
O CENTRO DA VIA LÁCTEA (FOTO: SOUTH AFRICAN RADIO ASTRONOMY OBSERVATORY)
Radiotelescópio foi usado para localizar o buraco negro Sagittarius A*, que fica no meio da galáxia
Pesquisadores criaram uma imagem do buraco negro supermassivo Sagittarius A*, a 25 mil anos-luz de distância, que está no centro da Via Láctea. Isso foi possível a partir de dados coletados pelos radiotelescópio MeerKAT, da África do Sul, que tem 64 parabólicas espalhadas no país.
O centro galáctico é a parte mais brilhante (perto do meio da figura) e mede cerca de mil anos-luz de diâmetro. As outras áreas brilhantes são coisas remanescentes de supernovas (evento astronômico no final da evolução de algumas estrelas) e regiões de formação de estrelas.
Não é possível observar Sagittarius A* em luz visível, pois ele está envolvido com espessas nuvens de poeira e gás. Usando o MeerKAT é possível espiar através das substâncias e vislumbrar o buraco negro e seus arredores.
A imagem ainda inclui filamentos perto do próprio buraco negro, e que não aparecem em nenhum outro lugar da galáxia. Descobertos na década de 1980, esses filamentos são longos, estreitos e magnetizados.

ANTENAS DO OBSERVATÓRIO (FOTO: SOUTH AFRICAN RADIO ASTRONOMY OBSERVATORY)
"Essa imagem é notável", disse em comunicado Farhad Yusef-Zadeh, da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos. “A imagem do MeerKAT tem tanta clareza. Mostra muitos recursos nunca antes vistos.”
Os cientistas criaram a figura para mostrar a capacidade do radiotelescópio, que foi ligado em maio de 2018 (só após a conclusão das 64 antenas). Cada uma tem cerca de 13,5 metros de diâmetro e, juntas, elas podem produzir dois mil pares de antenas exclusivas, usadas para estudar diferentes regiões do céu.
"O centro da galáxia era um alvo óbvio: único, visualmente impressionante e cheio de fenômenos inexplicáveis, mas também difícil de imaginar usando radiotelescópios", falou em nota Fernando Camilo, cientista-chefe do Observatório Astronômico Sul-Africano, que construiu e opera o MeerKAT. "Embora o MeerKAT seja novo, e ainda há muito a ser otimizado, decidimos usá-lo e ficamos surpresos com o resultado."
FONTE: REVISTA GALILEU
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