Pular para o conteúdo principal

Asteroide que dizimou dinossauros ‘não poderia ter caído em pior lugar'


Imagem recriada: O asteroide atingiu a Terra com um energia equivalente a dez bilhões de bombas de Hiroshima (BARCROFT PRODUCTIONS/BBC)

Jonathan Amos
Correspondente da BBC Ciência

Está cada vez mais claro para cientistas que o asteroide de 15km de diâmetro responsável pela extinção dos dinossauros não poderia ter atingido a superfície da Terra em um pior lugar.

Pesquisadores perfuraram rochas do oceano do Golfo do México que foram atingidas pelo asteroide há 66 milhões de anos e trazem novos dados sobre o evento que dizimou os répteis pré-históricos.

Os últimos achados foram resumidos num documentário da BBC Two transmitido nesta segunda-feira.


Plataforma de perfuração no Golfo do México que coleta amostras de rochas para pesquisa

O asteroide atingiu uma área relativamente rasa do mar, chocou-se com as rochas de gesso mineral liberando quantidades colossais de enxofre na atmosfera o que prolongou o período de "inverno global". Os gases de enxofre são altamente tóxicos e densos. Se o asteroide tivesse caído num outro local, o resultado poderia ter sido diferente.

"É aí que está a grande ironia da história, porque no final das contas não foi o tamanho do asteroide, a escala da explosão ou seu impacto global que levou à extinção dos dinossauros; foi onde o impacto ocorreu", disse o biólogo evolucionista Ben Garrod, que apresenta The Day The Dinosaurs Died (O dia que os dinossauros morreram), com a paleontologista Alice Roberts.


Núcleo das rochas que foram atingidas por asteroides há 66 milhões de anos

"Se o asteroide tivesse caído momentos antes ou depois, em vez de atingir a costa de águas rasas ele poderia ter se chocado com o oceano profundo", continua o pesquisador.

"Um impacto nos oceanos Atlântico ou Pacífico significaria muito menos rochas vaporizadas - incluindo o mortal gesso. A nuvem seria menos densa e a luz do sol poderia ter chegado à superfície do planeta, ou seja, o que aconteceu poderia ter sido evitado".

"Naquele mundo frio e escuro, a comida nos oceanos acabou em uma semana, e os alimentos em terra firme, pouco depois, interrompendo subitamente a cadeia alimentar. Sem nada para comer em lugar algum do planeta, os imponentes dinossauros tiveram pouca chance de sobrevivência".

Entre abril e maio de 2016, Ben Garrod esteve na plataforma de perfuração localizada a 30km de distância da Península Yucatan, no México, onde uma expedição milionária investiga o evento histórico. Enquanto isto, Alice Roberts visitou áreas de escavações de fósseis nas Américas para entender melhor como a vida mudou de rumo após o impacto.

Da plataforma, foram coletados núcleos de rochas a 1,3km de profundidade no mar do golfo. O material vem de uma área da cratera chamada "anel de pico", formações rochosas que se elevaram e rodearam o centro da cratera após a grade colisão.

Com a análise de suas propriedades, a equipe do projeto de perfuração, coordenada pelos professores Jo Morgan e Sean Gulick, espera reconstruir o desenrolar do impacto e as mudanças ambientais decorrentes dele.


Cientistas que coordenam o projeto: Jo Morgan (à esquerda, do Imperial College London) e Sean Gulick (da Universidade do Texas)

Cratera Chicxulub - O impacto que mudou a vida na Terra


Local onde está a cratera conhecida como Chicxulub e é alvo das perfurações

O asteroide de 15km de diâmetro fez um buraco de 100km de extensão e 30km de profundidade na crosta terrestre.

Na sequência, a área impactada colapsou, e a cratera adquiriu 200km de extensão.

O centro da cratera colapsou de novo, produzindo um anel interno.

Hoje, grande parte da cratera está enterrada no mar, sob 600m de sedimentos.

Nas bordas da cratera, cobertas por calcário, formaram-se várias dolinas - cavidades naturais nas rochas dissolvidas pela passagem da água e que acabaram virando atrações turísticas.


O México se tornou famoso por suas dolinas que se formaram nas bordas da cratera

Pesquisadores hoje têm uma noção melhor da escala da energia liberada pelo impacto do asteroide na Terra - o equivalente a 10 bilhões de bombas atômicas de Hiroshima.

Eles também têm mais conhecimento sobre como a depressão assumiu a estrutura que observamos hoje e como ocorreu o retorno da vida ao local do impacto.

Umas das sequências fascinantes do programa da BBC Two mostra a visita de Alice Roberts a uma pedreira de Nova Jérsei, nos Estados Unidos, onde 25 mil fragmentos de fósseis foram descobertos - uma evidência da morte em massa de criaturas que ocorreu no dia do impacto.

"Todos os fósseis têm uma camada que não tem mais de 10cm de largura", contou a Roberts o palenteologista Ken Lacovara.

"Eles morreram de repente e foram enterrados rapidamente. Isto mostra que foi um momento específico no período geológico. Pode ter durado dias, semanas, talvez meses; mas não milhares de anos ou centenas de milhares de ano. Foi um evento essencialmente instantâneo".


Alice Roberts visitou uma pedreira de Nova Jérsei, nos EUA, com o paleontologista Ken Lacovara


Parte dos 25 mil fragmentos de fósseis dispostos num grande depósito

FONTE: BBC BRASIL

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Arquivo Ovni: Caso Jardinópolis

Jardinópolis esta distante 335 km da capital paulista, localizada na região de Ribeirão Preto foi palco de um acontecimento insólito na noite de 27 de dezembro de 2008, onde um grupo de adolescentes na época teriam presenciado a descida de luzes vermelhas e azuis num terreno baldio próximo de onde estavam, um dos garotos tomou uma imagem com seu celular, porém de baixa resolução. A seguir trecho extraído do blog feito por membros dos familiares dos jovens, contendo relatos e frame do vídeo feito. Relato dos envolvidos: "Por Luciene [AVISTAMENTO DE MEU FILHO] Sábado 27/12/2008, meu filho de 15 anos chega assustado em casa aproximadamente umas 23:45. Meu filho faz parte de um grupo de jovens da igreja católica, e acabando a missa, ele e seus amigos foram para uma pracinha. Essa pracinha fica em um bairro novo. E próximo daquele lugar tem uns terrenos baldios cheios de mato. Eles estavam conversando quando avistaram de longe luzes vermelhas e azuis no céu e logo essa luz ...

Mémorias da Ufologia: Caso SANTA ISABEL

FOTOS DO LAUDO Na localidade de Santa Izabel(SP) em junho de 1999, a Sra. Alzira Maria de Jesus foi encontrada morta na sua cama, e por volta das 8 hs da manhã sua nora percebe o fato e sai imediatamente para ir ao orelhão e ligar para o seu marido e espera à ajuda e , ao chegar de volta em casa quase 40 min.depois a nora vê o corpo da sra. com o rosto totalmente desfigurado e praticamente sem carne; foi feito o boletim de ocorrência na delegacia da cidade sob n°145/99 em 24 de Junho. Posteriormente confirmou-se que à causa da morte foi a parada respiratória, mas o que aconteceu realmente como rosto desta sra. num espaço menor de uma hora?O laudo é cita sobre as configurações do mesmo, inclusive nas cavidades oculares, mas o que teria causado à perda do rosto ficou indeterminada. Mais estranho ainda é que na noite anterior aos fatos foram vistas bolas de luz voando nessa região rural e no início da madrugada os animais,como cachorros,gansos,e outros começaram à fazer um intenso bar...

Uma Nova Etapa!

Passados dez anos, Ufos Wilson trocou de nome e plataforma! Agora nos chamamos Banco de Dados Ufológicos e Científicos (BDUC). Nosso conteúdo segue o mesmo, levando informações sérias com foco principal na Ufologia Científica, porém divulgando e abrangendo todas as disciplinas científicas! A seguir o link do site, compartilhem e divulguem: https://bancodedadosufologicosecientificos.wordpress.com/