No começo da década de 1960, os Estados Unidos brigavam com a União Soviética pela hegemonia no espaço. Os soviéticos saíram na frente quando Iuri Gagarin tornou-se o primeiro humano na órbita da Terra, em abril de 1961.
Menos de um ano depois, em fevereiro de 1962, foi a vez do primeiro norte-americano, John Glenn, que deu três voltas na órbita terrestre. O que pouca gente sabe é que o sucesso do programa espacial da NASA deveu-se em grande parte a um grupo de mulheres conhecidas como computadores. Em especial, de um trio de mulheres negras, numa época em que as leis de segregação racial ainda estavam em vigor.
A história dessas figuras anônimas é contada no filme Estrelas além do tempo, de Theodore Melfi, um misto de drama com momentos de humor, que concorre a três Oscar: o de melhor roteiro adaptado, o de melhor atriz coadjuvante (para Octavia Spencer) e o de melhor filme.
Na trama, Katherine G. Johnson (interpretada por Taraji P. Henson) – que tem 98 anos e recebeu a Medalha da Liberdade em 2015, concedida pelo presidente Barack Obama –, Dorothy Vaughan (Octavia Spencer) e Mary Jackson (Janelle Monáe) triunfaram apesar das adversidades, como ter de pedir licença especial para estudar em universidades de brancos e andar meia hora para chegar ao único banheiro para negras da NASA. “Não sabia nada sobre essas mulheres”, disse Spencer em entrevista à GALILEU durante as filmagens, em Atlanta.
O longa-metragem chega em um momento crucial, em que o primeiro presidente negro dos Estados Unidos deixa o cargo e a própria Hollywood discute como ser mais inclusiva. “O que acontece hoje em dia nos mostra que caminhamos um bocado, mas não o suficiente”, afirmou Taraji P. Henson. “Estrelas além do tempo vem em boa hora. E quando você termina de assistir, percebe que realmente não deveria importar a cor da sua pele, sua raça, seu sexo, nada. O que importa é: você consegue dar conta do trabalho?”
Saiba mais sobre o trabalho delas abaixo:
(FOTO: HELENA SBEGHEN)
KathErine Johnson
Os cálculos de Katharine G. Johnson foram fundamentais para colocar John Glenn no espaço – na verdade, o astronauta disse que só entraria na nave se tivesse os números do novíssimo computador instalado na NASA checados por ela. Mais tarde, trabalhou nas missões Apollo (inclusive a que colocou o homem na Lua) e nos ônibus espaciais.
Dorothy Vaughan
Dorothy Vaughan foi a primeira supervisora negra da NASA Langley Research Center e aprendeu praticamente sozinha a programar o então novíssimo computador da IBM, incentivando suas colegas a aprender a mexer nas máquinas e, assim, continuar relevantes mesmo com a nova tecnologia.
Mary Jackson
Mary Jackson precisou pedir autorização num tribunal para frequentar uma escola para brancos, a única que podia lhe dar os créditos necessários para se tornar uma engenheira. Foi a primeira engenheira aeroespacial da NASA, talvez a primeira engenheira dos Estados Unidos.
FONTE: REVISTA GALILEU
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