“O vazio” é mais do que uma metáfora para uma corrosiva dor existencial. Na verdade, uma nova pesquisa de uma equipe internacional de cientistas sugere que um grande vazio ao lado da nossa vizinhança extragaláctica pode estar impactando como a nossa galáxia, e outras ao redor, se movem.
O professor Yehuda Hoffman da Universidade Hebraica de Jerusalém e seus colegas estudaram esse assustador vazio – chamado repulsor dipolo – que está repelindo nosso Grupo Local de galáxias para longe dele. Enquanto cientistas durante muito tempo acreditaram que um grande conjunto de galáxias de alta densidade chamado Superaglomerado Shapley puxava a Via Láctea (e outras galáxias) para perto de si, essa nova prova mostra que o vazio de baixa densidade também é responsável pelo movimento das galáxias. Os autores levantaram a hipótese que esses dois pontos controlam o movimento do nosso Grupo Local de galáxias, daí o nome “dipolo”. As descobertas do grupo foram publicadas em 30 de janeiro na Nature Astronomy.
O grupo usou o Telescópio Hubble entre outras ferramentas poderosas para criar modelos 3D que traçaram o fluxo da matéria de regiões de baixa para alta densidade. O grupo foi capaz que confirmar que as galáxias estavam na verdade se afastando do vazio repulsor dipolo e indo em direção do Superaglomerado Shapley.
“Ao fazer o mapa 3D do fluxo das galáxias no espaço, nós descobrimos que a nossa Via Láctea está se afastando de uma grande região de baixa densidade previamente não identificada. Por ela repelir ao invés de atrair, estamos chamando essa região de Repulsor Dipolo”, o professor Yehuda Hoffman disse em um comunicado à imprensa. “Além de ser atraído em direção do conhecido Superaglomerado Shapley, também estamos sendo repelidos pelo recém descoberto Repulsor Dipolo. Parece ter ficado aparente que a atração e a repulsão tem importâncias comparáveis na nossa localização”.
Essa nova prova vai ajudar cientistas a entenderem a direção na qual a Via Láctea e as nossas galáxias vizinhas estão se dirigindo conforme o nosso universo se expande. “Pesquisas futuras mais sensíveis feitas das ondas óticas, próximas ao infravermelho e rádio são necessárias para identificar diretamente as galáxias que são afetadas pelo vazio e confirmar diretamente o fluxo das galáxias para longe das regiões vazias e em direção a concentrações de grande massa”, diz a Nature.
Se você está perdido no espaço, talvez seja bom ter um mapa.
[Nature]
Imagem do topo: NASA/ESA/Hubble Heritage Team
FONTE: GIZMODO BRASIL
Comentários
Postar um comentário