Por Ryan F. Mandelbaum
A nave OSIRIS-REx, da NASA, chegou nesta segunda-feira (3) ao seu destino, o asteroide Bennu. Esse é um importante passo na missão da sonda de coletar uma amostra do asteroide e levá-la para a Terra.
A OSIRIS-REx foi lançada em 8 de setembro de 2016, do Cabo Canaveral, na Flórida. Ela carrega cinco instrumentos de coleta de dados, e os cientistas esperam aprender mais sobre as origens do Sistema Solar e até quais recursos um asteroide pode ter. O marco desta segunda-feira é também o fim de uma jornada de dois anos até o Bennu e o início de um período de estudo de um ano e meio.
“A chegada já vinha há muito tempo, e estamos bastante ansiosos para o próximo capítulo desta missão”, disse Heather Enos, pesquisadora-chefe da OSIRIS-REx, da Universidade do Arizona, em um vídeo da NASA.
Nesta segunda-feira (3), os cientistas queimaram os motores para posicionar a OSIRIS-REx em segurança em sua órbita em torno de Bennu, a sete quilômetros do asteroide em sua aproximação de menor distância. A espaçonave realizou manobras desde o meio do ano para mudar sua velocidade e se preparar para essa aproximação e chegada.
Orbitar asteroides (e o encontro com eles) não é fácil — essas rochas têm pouquíssima gravidade, e várias missões em órbitas de asteroides se depararam com problemas. O Bennu será o menor objeto astronômico já orbitado por uma espaçonave; são apenas 487 metros de ponta a ponta, em média. “O ambiente de baixa gravidade é um dos maiores desafios na condução dessa missão”, disse Rich Burns, gerente de projeto da OSIRIS-REx no Centro de Voos Espaciais Goddard, da NASA, em um vídeo da agência. Até mesmo a energia do Sol aquecendo a espaçonave pode mudar sua trajetória.
Os asteroides são de extremo interesse para os cientistas. Acredita-se que eles contenham um registro inalterado do antigo Sistema Solar, e eles podem ter sido o caminho percorrido por parte das águas da Terra para chegar ao nosso planeta em primeiro lugar. Essa água ou os metais do asteroide podem um dia servir como recursos úteis, de forma que exploradores do espaço não precisem levar esses materiais pesados com eles. E a órbita do Bennu faz dele um asteroide “potencialmente perigoso”, o que significa que ele é grande e pode ameaçar a Terra em um futuro distante. Portanto, os cientistas esperam caracterizá-lo ainda mais.
Os pesquisadores estão ansiosos para ter alguns pedaços reais do asteroide na Terra para analisar. “Estou particularmente empolgada com o momento em que a amostra será recuperada”, disse ao Gizmodo Neyda Abreu, professora associada de geociências e matemática na Universidade Estadual da Pensilvânia em DuBois. “Nós apenas arranhamos a superfície quando se trata de entender os asteroides.” Abreu espera que o Bennu revele uma variedade de diferentes materiais e terrenos, além de oferecer um local seguro para pousar.
A OSIRIS-REx é a primeira missão de retorno de amostras de asteroides da NASA e o maior retorno de amostra desde que a Apollo trouxe rochas lunares. Espera-se que a nave vá coletar até dois quilos de material. No entanto, esse não é o primeiro retorno de amostra de asteroides — a primeira missão “problemática” da sonda Hayabusa, do Japão, trouxe de volta 1.500 grãos de poeira do asteroide Itokawa, após dificuldades consideráveis. Sua sucessora, a Hayabusa2, está no meio de sua própria missão de pousar em outro asteroide, o Ryugu.
A equipe da OSIRIS-REx agora irá mapear o asteroide nos mínimos detalhes e medir sua massa. Isso ajudará os pesquisadores a determinar futuras órbitas e onde coletar amostras no asteroide, conforme revelou Coralie Adams, navegadora de voo da missão, em entrevista coletiva da NASA.
A espaçonave está programada para voltar para a Terra em setembro de 2023.
FONTE: GIZMODO BRASIL
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