Seguindo os passos de sua “irmã”, a Voyager pode estar chegando cada vez mais longe no espaço
Seis anos depois da Voyager 2 deixar o Sistema Solar, parece que sua sonda companheira, Voyager 2, também está chegando perto deste limite interestelar. De acordo com a NASA, a espaçonave começou a detectar o mesmo aumento de radiação cósmica que atingiu a Voyager 1 antes dela entrar no espaço interestelar.
Ainda que a Voyager 2 tenha sido lançada duas semanas antes da Voyager 1, no distante ano de 1977, a sonda 1 tinha uma trajetória mais curta – e, por isso, atingiu Júpiter e Saturno antes.
Adicionalmente, enquanto ela recebeu assistência gravitacional destes dois planetas e Urano, teve sua velocidade diminuída ao passar por Netuno, ficando ainda mais atrás do que sua irmã.
Enquanto as duas sondas continuam sua época jornada, em 25 de agosto de 2012 a Voyager 1 oficialmente cruzou a fronteira entre nosso sistema solar e o espaço além, tornando-se o primeiro objeto humano a atingir o espaço interestelar.
Agora, a Voyager 2, honrando seu nome, deve tornar-se a segunda a atingir o objetivo.
A pressão no espaço é absurdamente baixa, mas ainda existe. Em todo o Sistema Solar, o veto causado pelo Sol gera uma pressão externa. Em certo ponto, ele deixa de ser forte o suficiente para criar frente ao espaço interestelar.
Este ponto, que localiza-se a cerca de 123 unidades astronômicas (18,4 bilhões de quilômetros) do Sol é conhecido como heliopausa.
POR MAIS QUE SE CHAME VOYAGER 2, O ARTEFATO FOI LANÇADO ANTES DA VOYAGER 1 (FOTO: NASA)
A Voyager 2 tem viajado pela parte externa da heliosfera desde 2007, quando cruzou um ponto no qual o vento solar diminui e fica abaixo da velocidade do Sol. “Desde o final de agosto, o Subsistema de Raio Cósmico da Voyager 2 tem medido um aumento de cerca de 5% dos raios cósmicos que atingem a espaçonave, comparando com o mesmo período do ano anterior”, afirmou a NASA em um comunicado.
Em maio de 2012, cerca de três meses antes de crusar a heliopausa, a Voyager 1 viu um aumento similar dos raios – mas a similaridade não significa que a Voyager 2 está prestes a cruzar esta barreira. Isso se explica porque o Sistema Solar se expande levemente para depois contrair durante um ciclo solar de 11 anos. Quando o Sol está no mínimo – algo do qual estamos nos aproximando -, seus níveis de atividade são baixos, assim como o vento solar.
Então enquanto é possível tentar adivinhar algumas coisas, há surpresas pela frente – e é por isso que o time responsável pela Voyager vai ficar de olho aberto em cada pequena alteração. Até agora, a única previsão que pode ser feita com algum nível de certeza é que ela entrará no espaço interestelar antes de 2030.
FONTE: REVISTA GALILEU
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