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Uma nova abordagem na procura de vida em outros planetas


Ampliação de uma fotografia, pelo Telescópio Espacial Hubble, de uma enorme bolha em forma de balão soprada para o espaço por uma estrela gigante e superquente. O objeto tem o nome Nebulosa da Bolha, ou NGC 7635.
Crédito: NASA, ESA e Equipe de Arquivo do Hubble (STScI/AURA), F. Summers, G. Bacon, Z. Levay e L. Frattare (Equipe Viz 3D, STScI)

Desde o início da civilização que a Humanidade se pergunta: "estamos sozinhos no Universo?" À medida que a NASA e outras agências espaciais exploram o nosso Sistema Solar e além, são desenvolvidas ferramentas sofisticadas para abordar esta questão fundamental. Dentro do nosso próprio Sistema Solar, as missões têm procurado sinais de vida antiga e atual, especialmente em Marte e em breve na lua de Júpiter, Europa. Para lá do nosso Sistema Solar, missões como Kepler e TESS estão a revelar milhares de planetas em órbita de outras estrelas.

A explosão de conhecimento de planetas em órbita de outras estrelas, os chamados exoplanetas, e os resultados de décadas de investigações sobre as assinaturas de vida - que os cientistas chamam de bioassinaturas - encorajaram a agência espacial norte-americana a abordar, de maneira cientificamente rigorosa, se a Humanidade está sozinha. Além de procurar evidências de vida microbiana, a NASA está agora a explorar maneiras de procurar vida suficientemente avançada para criar tecnologia.

As tecnoassinaturas são sinais que, se observados, nos permitiram inferir a existência de vida tecnológica noutras partes do Universo. A tecnoassinatura mais conhecida são os sinais de rádio, mas existem muitas outras que não foram exploradas totalmente.

O que são tecnoassinaturas?

O termo tecnoassinatura tem um significado mais amplo do que a procura por inteligência extraterrestre, que geralmente tem sido limitada a sinais de comunicação. As tecnoassinaturas como emissões de rádio ou laser, sinais de estruturas massivas ou uma atmosfera cheia de poluentes, poderiam implicar inteligência.

Nas últimas décadas, os setores privado e filantrópico têm realizado esta pesquisa. Usam métodos como a busca de padrões em frequências de rádio de banda baixa usando radiotelescópios. De facto, as próprias transmissões de rádio e televisão da Humanidade já estão no espaço há anos. O programa SETI da NASA terminou em 1993 depois do Congresso, operando sob um déficit orçamental e apoio político diminuído, ter cancelado o financiamento para uma pesquisa de alta-resolução do céu em micro-ondas. Desde então, os esforços da NASA foram direcionados para melhorar a nossa compreensão fundamental da própria vida, as suas origens e a habitabilidade de outros corpos no nosso Sistema Solar e na nossa Galáxia.

A história da busca por vida tecnológica

Os esforços para detetar a vida tecnologicamente avançada são anteriores à era espacial, pois os pioneiros do rádio, no início do século XX, previram a possibilidade de comunicação interplanetária. O trabalho teórico que postulava a possibilidade de transportar sinais em bandas de rádio e micro-ondas, através de grandes distâncias na Galáxia e com pouca interferência, levou às primeiras experiências de "escuta" na década de 1960.

Graças à descoberta da missão Kepler da NASA de milhares de planetas para lá do nosso Sistema Solar, incluindo alguns com importantes parecenças com a Terra, é agora possível não apenas imaginar a ficção científica de encontrar vida noutros mundos, mas um dia provar cientificamente que existe vida para lá do nosso Sistema Solar.

A Estratégia Astrobiológica da NASA de 2015 afirma: "A vida complexa pode evoluir para sistemas cognitivos que podem utilizar tecnologia de maneiras que podem ser observáveis. Ninguém sabe a probabilidade, mas sabemos que não é zero." Ao considerarmos os ambientes de outros planetas, as "tecnoassinaturas" poderiam ser incluídas nas possíveis interpretações de dados que recebemos de outros mundos.

O debate sobre a probabilidade de encontrar sinais de vida avançada é muito variado. Em 1961, o astrônomo Frank Drake criou uma fórmula para estimar o número de potenciais civilizações inteligentes na Galáxia, a chamada equação de Drake, e calculou uma resposta de 10.000. A maioria das variáveis na equação continuam a ser estimativas aproximadas, sujeitas a incertezas. Outra famosa especulação sobre o assunto, o paradoxo de Fermi, postulado pelo físico italiano Enrico Fermi, afirma que se realmente existirem outras formas de vida inteligente, já as teríamos encontrado.

O trabalho SETI da NASA começou com uma proposta de 1971 pelo investigador biomédico John Billingham no Centro de Pesquisa Ames da NASA para um conjunto de 1000 telescópios de 100 metros que captariam sinais de televisão e rádio de outras estrelas. O "Projeto Ciclope" não recebeu financiamento mas, em 1976, o Centro Ames estabeleceu uma filial do SETI para continuar a investigação nesta área. O JPL da NASA também começou com o trabalho do SETI.

Em 1988, a sede da NASA em Washington endossou formalmente o programa SETI, que levou ao desenvolvimento do levantamento HRMS (High Resolution Microwave Survey). Anunciado no dia 12 de outubro de 1992 - 500 anos após a chegada de Colombo ao continente norte-americano - este projeto com a duração de 10 anos e de 100 milhões de dólares incluía uma busca direcionada de estrelas liderado pelo Centro Ames usando o radiotelescópio de 300 metros em Arecibo, Porto Rico, e uma pesquisa de todo o céu liderada pelo JPL usando a sua antena DSN (Deep Space Network). O programa durou apenas um ano antes que a oposição política eliminasse o projeto e acabasse efetivamente com os esforços de pesquisa SETI pela NASA.

Porquê começar a procurar tecnoassinaturas agora?

Alimentado pela descoberta de que a Via Láctea está repleta de planetas, o interesse em detetar sinais de vida tecnologicamente avançada está a borbulhar novamente. A descoberta do Kepler, em 2015, de flutuações irregulares no que veio a ser conhecida como a Estrela de Tabby, levou à especulação de uma megaestrutura alienígena, embora os cientistas tenham concluído que uma nuvem de poeira é a causa mais provável. No entanto, a Estrela de Tabby demonstrou a potencial utilidade de procura por anomalias em dados recolhidos do espaço, pois os sinais de vida tecnologicamente avançada podem aparecer como aberrações da norma.

Os cientistas advertem que precisaremos de mais do que um sinal inexplicado para provar definitivamente a existência de vida tecnológica. Por exemplo, pode haver muita interferência rádio de fontes terrestres.

A NASA vai continuar a avaliar os promissores esforços atuais de pesquisa sobre tecnoassinaturas e a investigar onde podem ser feitos investimentos para avançar a ciência. Embora ainda tenhamos que encontrar sinais de vida extraterrestre, a NASA está a ampliar a exploração do Sistema Solar e além a fim de responder se a Humanidade está sozinha no Universo.

Desde estudar água em Marte, passando pela análise de promissores "mundos oceânicos" como Europa ou a lua de Saturno, Encélado, a procurar bioassinaturas nas atmosferas de exoplanetas, as missões científicas da NASA trabalham em conjunto com o objetivo de encontrar sinais inconfundíveis de vida para lá da Terra. E talvez essa vida possa realmente ser tecnologicamente mais avançada do que a nossa.


Esta ilustração mostra um hipotético anel disforme de poeira em redor de KIC 8462852, também conhecida como Estrela de Boyajian ou Estrela de Tabby.
Crédito: NASA/JPL-Caltech

FONTE: ASTRONOMIA ONLINE

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