PINTURA DE JOHAN CHRISTIAN DAHL RETRATA ERUPÇÃO DO VULCÃO DO VESÚVIO (FOTO: DOMÍNIO PÚBLICO)
A erupção do vulcão Vesúvio (Itália), em 79 d.C., é conhecida até hoje como uma das piores catástrofes da humanidades, tendo destruído completamente duas cidades do Império Romano: Pompeia e Herculano. Mas o que já parecia bem ruim, ficou ainda mais chocante depois que cientistas descobriram que, durante o desastre, o sangue de algumas pessoas pode ter evaporizado e, seus crânios, explodidos por conta do vapor.
Um grupo de arqueólogos do Hospital Universitário Italiano Federico II estudaram alguns ossos humanos recuperados de 12 câmaras cheias de cinzas que estavam no litoral da cidade de Herculano. Ao analisarem os restos mortais, descobriram um estranho resíduo vermelho e preto impregnado nos ossos (incluindo o interior dos crânios) e ao redor das cinzas.
Usando as técnicas de espectrometria de massa com plasma indutivamente acoplado e microespectroscopia Raman, descobriu-se que esse resíduo continham ferro e óxidos de ferro – que surgem quando o sangue do corpo ferve e se transforma em vapor. "Pela primeira vez foram descobertas evidências que sugerem a rápida vaporização de fluidos corporais e tecidos moles das vítimas da erupção de 79 por causa do calor extremo", escreveram os pesquisadores no artigo publicado com o resultado do estudo.
Ainda não está totalmente claro por que os resíduos de ferro estavam nos corpos. Outro fator é que alguns restos mortais tinham artefatos de metal, como moedas e anéis, próximos a eles. Apesar disso, e defendendo que o ferro encontrado não é proveniente de nenhum metal, o antropólogo forense, Pier Paolo Petrone, acredita que os resíduos de sangue foram degradados pelo calor da erupção.
Se sangue vaporizado já não era suficiente, os estudiosos também notaram que a maioria dos ossos também continham fraturas similares como as vistas em ossos cremados, o que indicaria uma exposição causada pelo calor extremo. "A análise dos esqueletos revelou rachaduras e explosão da calota craniana, além do escurecimento da parte mesa externa e interna dos ossos”, explicaram.
Em outras palavras, os cérebros das vítimas ferviam rapidamente, produzindo muito valor que não tinha para onde escapar por conta do espaço. Assim, os crânios acabavam sendo naturalmente explodidos. Está aí uma maneira bem horrível de morrer...
Vale lembrar que com a erupção do Vesúvio, a região foi atingida por uma imensa onda quente de 200 e 500 graus Celsius que viajavam com velocidades entre 100 e 300 quilômetros por hora. As pessoas que moravam nas câmaras no litoral de Herculano teriam morrido instantaneamente.
Hoje, o Vesúvio ainda está ativo - sua erupção mais recente foi em 1944 - e mais de 3 milhões de pessoas (bem corajosas, diga-se de passagem) vivem em suas proximidades.
FONTE: REVISTA GALILEU
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