[Imagem: Alexander Marshak et al. - 10.1002/2017GL073248]
Flashes na Terra
A partir do espaço, a milhares de quilômetros da Terra, satélites registram há anos brilhantes flashes de luz azul, observados tanto sobre áreas de terra quanto sobre oceanos. Pilotos de aviões também dão notícias deles frequentemente.
Mas o que são esses clarões e por que se formam? Essas perguntas foram respondidas por recentes estudos feitos pela NASA e pela ESA, as agências espaciais dos EUA e da Europa, respectivamente.
"Esses lampejos de luz provêm de cristais de gelo," garante Alexander Marshak, do Centro Espacial Goddard, mais especificamente quando os minúsculos cristais de gelo, que flutuam quase horizontalmente nas nuvens de grande altitude, refletem a luz do Sol.
A conclusão resultou da análise de dados coletados durante um ano sobre as latitudes onde ocorrem os clarões, os ângulos de observação e a absorção de oxigênio.
Ângulo de incidência da luz
Os lampejos já haviam chamado a atenção do astrônomo Carl Sagan, em 1993.
Analisando as imagens captadas pela sonda Galileo, que rumava para Júpiter, Sagan concluiu inicialmente que se tratavam de reflexos criados pela superfície do mar.
Mas imagens mais recentes da Terra, obtidas pelo satélite Dscovr (Deep Space Climate Observatory) e pelo astronauta, Andreas Mogensen, da ESA, a partir da Estação Espacial Internacional, mostram que os clarões surgem tanto sobre áreas de mar quanto de terra.
Os novos dados sugerem que sua visualização depende do ângulo criado entre o Sol, a Terra e o ponto de observação no espaço. Além disso, os lampejos coincidem com a localização de nuvens chamadas cirrus, que são finas, brancas, estão a mais de 5 km de altitude e são formadas por microcristais de gelo.
Para aferir seus resultados, a equipe voltou a analisar as imagens feitas pela sonda Galileo e comprovou que os clarões também apareciam sobre áreas de terra, a despeito do que havia concluído Sagan anteriormente.
Portanto, segundo Marshak, são os cristais, quando posicionados horizontalmente, que geram os flashes de luz, e que os flashes não são apenas azuis.
Vida em exoplanetas
As conclusões não apenas resolvem um mistério de muitos anos como também abrem novas possibilidades de investigação.
Os instrumentos de satélites como o Dscovr, diz Marshak, podem ajudar nas buscas por lampejos de água presente na atmosfera de exoplanetas, o que sinalizaria a existência de vida ou a possibilidade de vida nesses locais.
FONTE: SITE INOVAÇÃO TECNOLOGICA
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