O INTERIOR DA TERRA E O EXPERIMENTO GRAFICAMENTE ILUSTRADOS. AS LINHAS PONTILHADAS AZUIS MOSTRAM O CAMPO MAGNÉTICO EM TORNO DA TERRA. OS PESQUISADORES PRESSIONARAM E AQUECERAM AMOSTRAS DA HEMATITA DE ÓXIDO DE FERRO ENCONTRADA NO MANTO TERRESTRE ENTRE DOIS DIAMANTES (À DIREITA) PARA SIMULAR AS CONDIÇÕES EXTREMAS NO LOCAL. ENTÃO, FOI OBSERVADO QUE A SUBSTÂNCIA CONTINUAVA MAGNETIZADA NESSAS CIRCUNSTÂNCIAS. (FOTO: TIMOFEY FEDOTENKO)
Especialistas acreditavam que o magnetismo estaria "morto" nesta região interna do planeta
Um time internacional de cientistas anunciou a descoberta de magnetismo no manto terrestre, o que se opõe à antiga teoria de que o campo magnético nessa região da Terra estaria "morto". De acordo com os especialistas, provavelmente existem bolsões contendo óxido de ferro(Fe2O3) nesta camada — que fica logo abaixo da crosta, a cerca de 30 quilômetros da superfície.
"Esse novo conhecimento sobre o manto da Terra e a região fortemente magnética no Pacífico ocidental poderia lançar uma nova luz sobre quaisquer observações do campo magnético da Terra", afirmou em comunicado um dos autores da pesquisa, Ilya Kupenko, da Universidade de Münster (Alemanha). As novas descobertas poderiam, por exemplo, ser relevantes para observações futuras das anomalias magnéticas na Terra e em outros planetas, como Marte.
O achado foi realizado graças a uma série de experimentos, que envolveu o aquecimento de hematitas (mineral composto por 70% de ferro) e a análise magnética dos materiais: "Essas descobertas podem justificar outras conclusões relacionadas ao campo magnético inteiro da Terra", disse Carmen Sanchez-Valle, minerologista que participou da pesquisa.
O estudo poderá ajudar no entendimento de por que áreas intensas do campo magnético estão se deslocando mais rápido do que os modelos podem explicar — fato que interfere, inclusive, na atualização de sistemas de navegação, como o GPS. "O que sabemos agora — que existem materiais magneticamente ordenados lá embaixo no manto da Terra — deve ser levado em conta em qualquer análise futura do campo magnético da Terra e do movimento dos pólos", ressaltou o coautor Leonid Dubrovinsky, da Universidade de Bayreuth.
FONTE: REVISTA GALILEU
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