Por Patrícia Gnipper
Com previsão de ficar pronta para ser lançada em 2022, a espaçonave reutilizável Space Rider (Reusable Integrated Demonstrator para Europe Return) está em desenvolvimento pela ESA, a agência espacial europeia. A nave, capaz de sair do planeta e reentrar na atmosfera, deverá ser lançada pela primeira vez a bordo de um também em desenvolvimento foguete Vega-C na Guiana Francesa.
O veículo, contudo, não será tripulável, mas contará com recursos de alta tecnologia que fornecerão acesso ao ambiente espacial tanto para empresas científicas, quanto comerciais. A ESA o descreve como "um laboratório espacial de alta tecnologia sem fios" capaz de permanecer em órbita por até dois meses. Seu compartimento de cargas acomodará até 800 quilos e fornecerá 600 watts de energia para alimentar a carga útil.
O Space Rider não será apenas um veículo de reentrada reutilizável capaz de voar em altitudes de 450 km, mas também poderá pousar próximo a zonas habitadas aqui na Terra, com precisão controlada. “O Space Rider é o primeiro veículo de transporte espacial reutilizável da Europa. Este fascinante desafio aperfeiçoará as nossas competências numa variedade de tecnologias de ponta, o que reforçará a nossa posição neste mercado competitivo”, comentou José Longo, gerente do programa de desenvolvimento de pilotos espaciais da ESA.
A agência espacial diz que o Space Rider servirá para se fazer todo tipo de experimento em microgravidade, além de oferecer possibilidades educacionais e ajudar a provar tecnologias para observar a Terra, além de atividades científicas, de telecomunicações e robótica. Todos os detalhes do projeto ainda serão revelados quando finalizado, mas o Centro Italiano Ricerche Aerospaziali (CIRA), que está fabricando o equipamento, já antecipou que a nave será capaz de se acoplar à Estação Espacial Internacional por meio do braço robótico que há ali — braço este que, hoje, é acionado para "agarrar" a nave Dragon, da SpaceX, que leva cargas periodicamente à ISS.
De acordo com a ESA, o Space Rider manterá o custo por quilograma para cargas úteis e alimentará a competição neste mercado espacial, que carece cada vez mais de soluções sustentáveis de lançamento. Entre um voo e outro, a nave precisará apenas de uma reforma mínima para substituir os componentes que fatalmente se estragam em um lançamento, e por isso manterá baixos custos de operação.
O projeto do Space Rider foi proposto em 2016, e a ESA espera fazer uma revisão crítica de seu projeto no final de 2019, prevendo um primeiro voo de teste dentro de três anos.
FONTE: ESA, Universe Today via canaltech.com.br
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