JADEÍTE MAIA ENCONTRADA POR CIENTISTAS DA UNIVERSIADE DE LOUISIANA, NOS ESTADOS UNIDOS (FOTO: HEATHER MCKILLOP/LSU)
Pesquisadores se surpreenderam com a descoberta, já que itens feitos de jade eram utilizados em rituais ou para presentear líderes
Um grupo de cientistas da Universidade de Louisiana, nos Estados Unidos, encontrou uma ferramenta maia feita de jade. O artefato foi descoberto em Belize, numa área que costumava ser a salinaEk Way Nal, que era utilizada pelos maias para a extração de sal.
Embora essa tenha sido a primeira vez que um objeto de jade foi descoberto junto com seu cabo (feito da madeira de jacarandá que existe em Honduras), o fato de ter sido encontrado em uma salina foi o que mais surpreendeu os especialistas. "A jade translúcida de alta qualidade é normalmente associada a contextos ritualísticos ou cerimoniais na área maia", explicaram os pesquisadores, liderados pela arqueóloga e antropóloga Heather McKillop, em artigo. "A ferramenta de Ek Way Nal é feita de jade de excepcional qualidade, o que é surpreendente, dado seu contexto utilitário."
De acordo com os especialistas, o uso da pedra de jade no Período Clássico dos maias (300-900 dC), era reservado para placas cerimoniais, estatuetas e tampões de ouvido (brincos) únicos e elaborados para a realeza e outras elites. "Objetos de jade altamente trabalhados foram destinados para uso em cerimônias maias dinásticas, como presentes a outros líderes para solidificar alianças, ou como oferendas de sepultamento para acompanhar as dinastias e outras elites", escreveram os arqueólogos no estudo.
CABO DA FERRAMENTE FEITO DE MADEIRA JACARANDÁ DE HONDURAS (FOTO: HEATHER MCKILLOP/LSU)
Ek Way Nal é um dos 110 locais que compõem o Paynes Creek Salt Works, restos submersos de uma antiga oficina de sal — o local foi abandonado por conta da elevação do nível do mar. "Os trabalhadores do sal eram empreendedores bem-sucedidos que conseguiam obter ferramentas de alta qualidade para seu ofício por meio da produção e distribuição de uma necessidade biológica básica: o sal", disse McKillop em comunicado.
A equipe acredita que a peça de jade não tenha sido usada em materiais muito duros, como pedras ou madeira, mas em atividades mais delicadas, como raspar sal, cortar peixes e carnes, ou limpar frutas. "O uso da jade como uma ferramenta utilitária em um trabalho de sal indica que mesmo materiais exóticos, que muitas vezes exigem perícia para moldar ferramentas, foram selecionados por sua dureza", escrevem os autores.
PESQUISADORES EM EK WAY NAY (FOTO: HEATHER MCKILLOP/LSU)
FONTE: REVISTA GALILEU
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