
Imagem de Urano em cores falsas, obtida em 1998 pelo Hubble, no infravermelho próximo, que mostra bandas de nuvens anéis e luas.
Crédito: NASA e Erich Karkoschka (Universidade do Arizona)
De acordo com uma nova investigação, Urano foi atingido por um objeto massivo com aproximadamente o dobro do tamanho da Terra, o que provocou a inclinação do planeta e poderia explicar as suas baixíssimas temperaturas.
Astrônomos da Universidade de Durham lideraram uma equipe internacional de especialistas na investigação de como Urano ficou inclinado de lado e que consequências teria um gigantesco impacto na evolução do planeta.
A equipe realizou as primeiras simulações de computador de alta resolução de diferentes colisões massivas com o gigante gelado a fim de tentar descobrir como o planeta evoluiu.
A investigação confirma um estudo anterior que afirmou que a inclinação de Úrano foi provocada por uma colisão com um objeto massivo - provavelmente um jovem protoplaneta feito de rocha e gelo - durante a formação do Sistema Solar há cerca de 4 bilhões de anos.
As simulações também sugeriram que os detritos do impactor poderiam ter formado uma fina concha perto da camada gelada do planeta e ter prendido o calor emanado do núcleo de Urano. Os cientistas disseram que o aprisionamento desse calor interno poderia em parte ajudar a explicar a temperatura extremamente baixa da atmosfera exterior de Urano (-216º C).
Os achados foram publicados na The Astrophysical Journal.
Impacto gigante
O autor principal, Jacob Kegerreis, investigador de doutoramento do Instituto de Cosmologia Computacional da Universidade de Durham, disse: "Urano gira de lado, o seu eixo aponta quase em ângulo reto em relação a todos os outros planetas do Sistema Solar. Isto quase certamente foi provocado por um impacto gigante, mas sabemos muito pouco sobre como isto realmente aconteceu e de que outras formas um evento tão violento afetou o planeta."
"Corremos mais de 50 cenários diferentes para o impacto, usando um supercomputador para ver se podíamos recriar as condições que moldaram a evolução do planeta."
"As nossas descobertas confirmam que o resultado mais provável foi que o jovem Úrano esteve envolvido numa colisão cataclísmica com um objeto duas vezes mais massivo que a Terra, se não maior, colocando-o de lado e definindo os eventos que ajudaram a formar o planeta que vemos hoje."
Havia dúvidas sobre como Úrano conseguiu manter a sua atmosfera aquando da violenta colisão, que a poderia ter expelido para o espaço.
De acordo com as simulações, isto pode muito provavelmente ser explicado pelo objeto que "raspou" o planeta durante a colisão. A colisão foi forte o suficiente para afetar a inclinação de Urano, mas o planeta foi capaz de reter a maioria da sua atmosfera.
Anéis e luas
A investigação também poderá ajudar a explicar a formação dos anéis e luas de Urano, com as simulações a sugerir que o impacto poderia ter lançado pedras e gelos para órbita em redor do planeta. Estas rochas e gelos podem ter-se agrupado para formar os satélites interiores do planeta e talvez alterado a rotação de quaisquer luas pré-existentes já em órbita de Urano.
As simulações mostram que o impacto pode ter derretido gelo e pedaços de rocha dentro do planeta. Isto pode ajudar a explicar o campo magnético inclinado e fora do centro de Urano.
Urano é semelhante ao tipo mais comum de exoplanetas - planetas para lá do nosso Sistema Solar - e os investigadores esperam que as suas descobertas ajudem a explicar como esses planetas evoluíram e a entender mais sobre a sua composição química.
O Dr. Luis Teodoro, coautor do artigo, do Centro de Pesquisa Ames da NASA, disse: "Todas as evidências apontam para que os impactos gigantescos tenham sido frequentes durante a formação planetária, e com este tipo de investigação estamos agora a obter mais informações sobre os seus efeitos em exoplanetas potencialmente habitáveis."
FONTE: ASTRONOMIA ONLINE
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