POR SALVADOR NOGUEIRA
A China acaba de lançar um laboratório espacial que permitirá a seus astronautas que passem até 30 dias em órbita realizando experimentos. O Tiangong-2 (traduzido como “Palácio Celeste”) partiu do Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, na região central do país, às 11h04 desta quinta-feira (15), pelo horário de Brasília.
Trata-se de mais um feito importante para o programa espacial chinês. O módulo-laboratório passará por checagens técnicas e ajustes de órbita para ser visitado por uma tripulação de dois yuhangyang (nome que os chineses dão a seus astronautas, conhecidos no Ocidente como taikonautas). A espaçonave Shenzhou-11, que deve levá-los até lá, deve partir em meados de outubro.
A Tiangong-2 deve ser o último precursor tecnológico antes de o país realizar o antigo sonho da estação espacial própria. O primeiro módulo do futuro complexo orbital deve ser lançado no começo da década de 2020, mais provavelmente em 2022.
“O lançamento da Tiangong-2 irá fornecer uma fundação sólida para a construção e operação de uma estação espacial permanente no futuro”, disse Wu Ping, vice-diretora do escritório de engenharia do programa espacial tripulado chinês, à agência estatal Xinhua.
Concepção artística da Tiangong-2 recebendo a visita da Shenzhou-11 (Crédito: CNSA)
HERANÇA
A Tiangong-2 é praticamente uma réplica da Tiangong-1, lançada em 2011, que recebeu duas tripulações entre 2012 e 2013 e agora está desativada (e vai cair de forma descontrolada na Terra na segunda metade de 2017). Enquanto a primeira Tiangong tinha por objetivo testar tecnologias, essa segunda, já aperfeiçoada, será mais focada em permitir o desenvolvimento de experimentos no espaço. Serão mais de 40 deles, em temas tão variados quanto medicina aeroespacial, física e biologia, reparos de equipamentos em órbita, transmissão de dados quânticos, relógios atômicos e estudos solares.
Por isso, ela está sendo celebrada como o primeiro laboratório espacial prático da China. Na parte de testes tecnológicos, ela receberá a primeira nave cargueira chinesa, a Tianzhou-1, em abril de 2017 — outra peça fundamental no quebra-cabeças que envolve manter uma estação espacial de longa duração.
A China se tornou em 2003 o terceiro país a colocar um ser humano em órbita da Terra, depois da União Soviética (1961) e dos Estados Unidos (1962). Conduzindo um programa espacial tripulado arrojado desde então, tem progredido para construir uma estação espacial e, depois, preparar voos tripulados à Lua, o que deve acontecer no final da década de 2020.
FONTE: http://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/
Comentários
Postar um comentário