Seus ouvidos estão preparados para as composições musicais de sinos giroscópicos na microgravidade?
PorBecky FerreiraTraduzido porAmanda Guizzo Zampieri
Os astronautas amam uma boa jam session orbital. A tripulação da Gemini 6 tocou “Jingle Bells” no espaço em uma gaita de boca, em 1965, por exemplo, e os os teclados já invadiram a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês). Sem mencionar a inesquecível performance flutuante do astronauta Chris Hadfield interpretando “Space Oddity” do Bowie em 2015.
Essa rica tradição musical fora do planeta será ainda mais amplificada com a ajuda do “Telemetron”, um instrumento musical futurístico novo desenvolvido por Nicole L'Huillier e Sands Fish, do laboratório de Mídia do MIT.
Diferentemente de violões, sintetizadores, flautas e outros instrumentos que já foram para o espaço, o Telemetron foi especificamente desenvolvido para um ambiente de microgravidade. Em vez de dedilhar cordas ou soprar nas palhetas, os astronautas só precisam deixar o Telemetron rodando em pleno espaço.
“Sinos” giroscópicos suspensos dentro da câmara dodecaédrica do Telemetron transmitem a telemetria. Esses dados são traduzidos para notas musicais, que são apropriadamente espaciais, com um timbre semelhante à aparência de canções subaquáticas. O instrumento pode ser ativamente sacudido, a fim de realizar composições mais altas, com tempos maiores, ou pode ser deixado passivamente em um riff, como se flutuasse e quicasse em superfícies.
A ideia, de acordo com L’Huillier e Fish, é “expandir a expressão além dos limites dos instrumentos e músicos presentes na Terra” e “explorar o modo como o design e a criatividade podem evoluir conforme avançamos, além de simplesmente sobreviver no espaço”.
O Telemetron ainda não foi levado ao espaço, mas L’Huillier e Fish realizaram testes bem-sucedidos em voos parabólicos em gravidade zero, e Fish falou sobre o projeto na conferência Novas Interfaces de Expressão Musical (NIME, na sigla em inglês) no último 6 de junho.
Mesmo que o instrumento nunca saia de nosso planeta, ele cria possibilidades de que as futuras culturas de exploração espacial possam desenvolver suas próprias formas de expressão artística nos contextos de microgravidade nas quais elas vão habitar.
FONTE: www.vice.com
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