Por: George Dvorsky
Uma equipe internacional de pesquisadores diz ter descoberto a pegada mais antiga do mundo. Com uma data de 550 milhões de anos e encontrada numa cama de pedra calcária na China, as impressões foram feitas por uma criatura animal que era bem estranha.
Fósseis do Período Ediacarano, também chamado de período Vendiano, são raros. Os poucos animais que viveram durante essa época, entre 635 milhões e 541 milhões de anos atrás, tinham uma casca mole, não tinham ossos, dentes ou cascas duras. Tecidos moles não são propensos a fossilização, pois eles se degradam rapidamente após a morte, então cientistas têm apenas uma ideia de como eram os primeiros animais de nosso planeta.
O Ediacarano foi o período imediatamente antes da Explosão Cambriana (541 milhões a 510 milhões de anos atrás), um período em que a vida teve uma rápida diversificação. Mas tirando as bactérias e algas verdes, havia alguns animais notáveis no Período Ediacarano. Algumas das primeiras criaturas que surgiram nesse período, como mostrado por esse fósseis. Quanto ao que essas criaturas cavavam, nós só podemos imaginar. Dito isso, os paleontologistas descobriram marcas escorregadias gravadas nas superfícies da rocha antiga, o que sugere que os animais pareciam vermes, que ficavam escorregando e escavando por muito tempo.
Claramente, animais complexos começaram a surgir durante o Período Ediacarano, incluindo animais com corpo simétrico. Conhecidos como organismos bilaterais, esses animais tinham uma cabeça, uma cauda, costas e estômago. E para alguns, um corpo simétrico também evoluiu para pares de apêndices. Uma nova pesquisa publicada nessa semana na Science Advance revela detalhes de pegadas fossilizadas deixadas por uma dessas criaturas, e é considerado a mais antiga encontrada de uma criatura bilateriana com apêndices pareados.
O fóssil Shibantan, como é chamado, foi encontrado na formação Dengying área de Yangtze Gorges, na China. Durante o Ediacarano, esta porção de terra ficava no topo de uma área antiga de mar. Usando a técnica de urânio para descobrir a data, os cientistas da Academia de Ciências da China e da Virginia Tech descobriu que o fóssil tem entre 551 milhões de anos e 541 milhões de anos. Esculpida em calcário, os trilhos consistem em duas linhas de impressões arranjadas em grupos repetidos.
Os pesquisadores, liderado por Zhe Chen e Shuhai Xiao, disseram que é muito provável que essas impressões foram produzidas por um animal bilateral com apêndices pareados, mas eles sabem muito pouco além disso. A natureza das pegadas sugere que as criaturas conseguiam levantar seu corpo acima do sedimento do fundo do oceano. Além disso, os rastros parecem estar conectados a tocas, sugerindo a presença de comportamentos complexos. Este animal, segundo a crença, cavava sedimentos e tapetes microbianos (camadas de microorganismos) em busca de comida comida e goles de oxigênio.
“Se conexões similares entre essas trilhas e tocas forem confirmadas com exemplos adicionais no futuro, podemos inferir que a trilha do Shibantan pode ter sido capaz de cavar e andar sobre os tapetes microbianos”, escrevem os pesquisadores no estudo.
De fato, não saberemos com certeza até que mais fósseis sejam descobertos. Por ora, nós temos que nos contentar em imaginar como era a vida muito antes de nós humanos emergirmos.
[ScIence Advances]
Imagem do topo: Trilhas fossilizadas feitas por uma desconhecida criatura. Credito: NIGP.
FONTE: GIZMODO BRASIL
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