O K. biceae, encontrado na Nova Zelândia, tinha 1,77 m, 100 kg e um bico mais comprido que o dos pinguins atuais.
Você gosta de pinguins? Então temos boas notícias: eles, como batatas de fast food, vem no tamanho grande. Muito grande.
Há 55 milhões de anos, caminhou pela Terra um pinguim de 1,77 m chamado Kumimanu biceae. O esqueleto da ave gigante foi descoberto encravado em uma rocha no sul da Nova Zelândia, e os resultados da análise saíram ontem na Nature. Para efeito de comparação, a maior espécie de pinguim que ainda existe, o pinguim-imperador (Aptenodytes forsteri), atinge cerca de 1,20 m. O que já é bem alto, mas ainda é duas réguas escolares mais baixo que seu parente fóssil.
O K. biceae era um pouco diferente dos pinguins contemporâneos: ao contrário das manchas brancas e pretas, provavelmente tinham as costas marrons. Seu bico era mais longo e sua aparência não era tão fofa assim. Além de ser um dos maiores pinguins já encontrados, ele também está entre os mais antigos. Os pinguins pré-históricos conhecidos até agora atingiam no máximo 1,60 m, e viveram há algo entre 20 milhões e 50 milhões de anos. Com 100 kg, o grandão não era capaz de voar, mas, à exemplo de seus primos atuais, era um excelente nadador.
Alguns dos ossos e fragmentos encontrados. As letras ‘d’ e ‘e’ mostram uma vértebra da altura do tórax de dois ângulos diferentes. A letra ‘g’ mostra o esterno, osso que une as costelas na frente da caixa toráxica. (Nature Communications / A Paleocene penguin from New Zealand substantiates multiple origins of gigantism in fossil Sphenisciformes/Reprodução)
O pódio de pinguins gigantes é um nicho disputado da história natural. A rocha em que o K. biceae foi encontrado já é conhecida há cerca de uma década, mas demorou para ser escavada por ser muito rígida. Nesse meio tempo, pinguins maiores e mais fáceis de desenterrar deram as caras. Segundo o jornal The Guardian, ossos descobertos na Antártida em 2014 podem ter pertencido a um pinguim de 115 kg, 2 m e 37 milhões de anos chamado Palaeeudyptes klekowskii.
Os pinguins extra grandes – como, diga-se de passagem, todas as aves – descendem diretamente dos dinossauros, e começaram a aumentar de tamanho alguns poucos milhões de anos após a extinção desses répteis. Naquele estágio, suas asas ainda não se assemelhavam tanto a nadadeiras quanto as dos pinguins atuais. Há 20 milhões de anos, com a ascensão de mamíferos marinhos de grande porte (como baleias e focas), competir por alimento e espaço deixou de ser uma opção, e pinguins menores passaram a sobreviver ao crivo da seleção natural – forçando as aves a voltar para o tamanho que conhecemos.
Ilustração de Gerald Mayr mostra a comparação do tamanho do antigo pinguim Kumimanu biceae com um ser humano (Foto: Gerald Mayr/Senckenberg Research Institute/AP)
FONTE: super.abril.com.br
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