POR SALVADOR NOGUEIRA
Caso de polícia estelar: astrônomos descobrem que anã marrom matou seu astro companheiro.
A VIDA DAS ESTRELAS
O fato de estrelas serem objetos relativamente simples contrasta com a vida social intensa que levam. Nascem em grupos, costumam viver em casais (quando não em regimes de poliamor) e nem sempre convivem de forma harmoniosa. Aliás, um caso de relacionamento abusivo entre duas estrelas acaba de ser revelado por astrônomos brasileiros.
ESTELICÍDIO
HS 2231+2441 fica na constelação do Pégaso. Lá, uma tragédia digna de programa do Datena aconteceu. Em resposta a anos de abuso, uma anã marrom matou seu astro companheiro.
CASAL MODESTO
A e b nasceram juntos, há bilhões de anos. Ele, um astro da sequência principal, ou seja, capaz de realizar fusão nuclear. Ela, uma anã marrom, que em sua formação jamais atingiu massa suficiente para fundir núcleos atômicos. Viveram juntos por eras, mas, quando os astrônomos puseram seus olhos no casal, descobriram que A estava morto.
RIGOR MORTIS
O aspecto do cadáver é algo que os cientistas chamam de anã branca. Será esse o destino final do Sol, depois que inchar como uma gigante vermelha e então esgotar seu combustível. No caso em questão, contudo, o astro morreu de morte matada.
DOMÍNIO E OPRESSÃO
Reconstituindo a cena do crime, os astrônomos encabeçados por Leonardo Almeida, da USP, descobriram uma história escabrosa. Por muito tempo, A e b viveram em harmonia. Mas, quando A atingiu a fase de gigante vermelha, passou a abusar da pequenina b. Com sua atmosfera expandida, trouxe-a cada vez mais para perto de si. Ele praticamente a engoliu.
BOMBA-RELÓGIO
Ao ser tragada por A, a pequenina b perdia energia de movimento, que era transferida às camadas superiores de A. Isso acabou levando à ejeção prematura de boa parte da massa de A — um beijo de morte que o deixou incapaz de realizar fusão nuclear e o transformou numa anã branca. O cadáver agora esfria, e b permanecerá em órbita dele, dando uma volta em cerca de 3 horas — um lembrete de que o casamento das estrelas nem sempre tem final feliz.
FONTE: mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br
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