
Usando observações do telescópios SDSS (Sloan Digital Sky Survey), a equipe analisou a distribuição espacial de 3,6 milhões de estrelas e descobriu ondulações que suportam evidências de impactos antigos na Via Láctea.
Crédito: Universidade do Kentucky
Uma equipe do Departamento de Física e Astronomia da Universidade do Kentucky observou evidências de impactos antigos que se pensa terem moldado e estruturado a nossa Galáxia, a Via Láctea.
Deborah Ferguson, licenciada em 2016 no Reino Unido, é a autora principal de um artigo publicado esta semana na revista The Astrophysical Journal. Ferguson realizou a investigação como estudante juntamente com os coautores Susan Gardner, professora de física e astronomia na Faculdade de Ciências e Artes do Reino Unido, e Brian Yanny, cientista da equipe e astrofísico do Centro Fermilab para Astrofísica de Partículas.
O seu artigo apresenta evidências observacionais de ondulações assimétricas no disco estelar da nossa Galáxia, que há muito se pensava que era suave. Usando observações do telescópio SDSS (Sloan Digital Sky Survey) no estado norte-americano do Novo México, Ferguson, Gardner e Yanny analisaram a distribuição espacial de 3,6 milhões de estrelas e encontraram ondulações que confirmam os trabalhos anteriores dos coautores seniores. Estes resultados podem ser interpretados como evidências de impactos antigos da Via Láctea, que podem incluir um impacto com a enorme galáxia anã de Sagitário há cerca de 0,85 bilhões de anos atrás.
"Pensa-se que esses impactos tenham sido os 'arquitetos' da barra central e dos braços espirais da Via Láctea," comenta Gardner. "Assim como ondulações à superfície de um lago liso sugerem a passagem de um barco distante, procuramos desvios das simetrias que esperamos ver nas distribuições das estrelas a fim de encontrar evidências de impactos antigos. Nós encontramos evidências extensas da quebra de todas estas simetrias e, portanto, cresce o caso do papel dos impactos antigos na formação da estrutura da nossa Via Láctea."
Este novo artigo continua os trabalhos anteriores de Gardner com Yanny e outros da quebra da simetria norte/sul no disco estelar da Via Láctea. O seu trabalho anterior revelou uma assimetria que aparece como uma "ondulação" vertical nas contagens dos números de estrelas como uma amostra na distância vertical do centro do disco galáctico. No novo artigo, a equipa analisou a maior amostra até agora e confirmou a sua interpretação anterior da assimetria norte/sul e também encontrou evidências da quebra de simetria no plano do disco galáctico.
"O acesso a milhões de estrelas com o SDSS permitiu-nos estudar a estrutura galáctica de uma maneira totalmente nova, dividindo o céu em regiões mais pequenas sem a perda de estatísticas," explica Ferguson, que reproduziu pela primeira vez os resultados da assimetria vertical que Gardner e Yanny encontraram nas suas análises anteriores. "Foi incrível assistir à evolução deste projeto e à determinação dos resultados à medida que traçávamos as densidades estelares e víamos padrões intrigantes. À medida que são feitos mais estudos neste campo, estou ansiosa para ver o que podemos aprender sobre a estrutura da nossa Galáxia e sobre as forças que ajudaram a moldá-la."
FONTE: http://www.ccvalg.pt
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