POR SALVADOR NOGUEIRA
A China anunciou aonde pretende enviar sua próxima missão lunar não tripulada: o Mons Rümker, uma região rica em rochas vulcânicas quase na divisa entre o lado próximo e o lado afastado da Lua.
Até o fim deste ano, deve pousar lá a sonda Chang’e 5, a primeira do programa chinês a colher amostras do solo lunar e trazê-las de volta à Terra.
A missão é extremamente audaciosa e serve como precursora para o futuro envio de astronautas chineses — ou taikonautas, como se diz no Ocidente — à superfície da Lua.
Isso porque, diferentemente de todas as missões de retorno automatizado de amostras (realizadas até hoje somente pela antiga União Soviética), a Chang’e 5 não envolve um regresso direto do solo lunar à Terra. Em vez disso, o módulo de ascensão da superfície da Lua fará um encontro e acoplamento com um módulo de retorno em órbita lunar — exatamente como foram realizadas as missões tripuladas americanas do projeto Apollo, entre 1969 e 1972.
Os veículos chineses são menores, claro, uma vez que não precisam comportar astronautas. Mas são quase um modelo em escala reduzida do que poderia ser um plano tripulado de exploração lunar chinês.
O anúncio oficial dos planos para a Chang’e 4 foi feito durante a Conferência Global para Exploração Espacial, realizada em Pequim. Na mesma ocasião, Yang Liwei, primeiro astronauta chinês e vice-diretor do programa espacial tripulado de seu país, anunciou que a China já começou estudos preliminares para o envio de humanos ao solo lunar.
Antes disso, contudo, o programa chinês verá um surto de atividade, com dois lançamentos tripulados por ano a partir de 2020. Os chineses esperam iniciar a construção de sua própria estação espacial em 2019.
E os mais atentos podem se perguntar: e a Chang’e 4, que não voou?
O jipe Yutu fotografa o módulo da Chang’e-3, que o trouxe até a Lua em 2013. (Crédito. CNSA)
A sonda — uma virtual réplica da Chang’e 3, com direito a jipe robótico — de início seria apenas uma reserva, caso sua gêmea falhasse. Mas, com o sucesso, ela se tornou uma missão ainda mais audaciosa, que deve realizar o primeiro pouso da história no lado afastado da Lua, em 2018. O local exato ainda não foi definido, mas marcará o momento em que os chineses, pela primeira vez, farão no espaço algo jamais realizado antes.
E ninguém duvida que esse possa ser apenas o começo.
FONTE: http://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br
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