Uma simulação mostra o caminho esperado do asteróide 99942 Apophis. Os pontos azuis representam satélites em órbita e as linhas rosas representam a Estação Espacial Internacional: NASA
Por Ryan F. Mandelbaum
Enquanto as agências espaciais simulavam impacto de asteroides nesta semana durante a Conferência de Defensa Planetária de 2019, um outro monitoramento estava sendo feito em paralelo. Isso porque existe uma chance real de que um desses objetos passe bem perto da Terra daqui a apenas dez anos.
O 99942 Apophis está entre os mais infames objetos próximos da Terra. Quando astrônomos do Observatório Nacional de Kitt Peak o descobriram em 2004, foi calculada uma chance de 2,7% de que ele atingiria o nosso planeta e atribuído um nível 4 na escala de Turim, o maior nível de um objeto próximo à Terra dado até hoje.
Desde então, ele foi rebaixado e não representa mais uma ameaça ao planeta – porém, cientistas o monitoram e simulam o seu provável caminho.
“A aproximação de Apophis em 2029 será uma oportunidade incrível para a ciência”, disse Marina Brozovic, cientista de radares no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA em Pasadena, na Califórnia.
O Apophis tem 340 metros de diâmetro e, quando chegar pertinho da gente no dia 13 de abril de 2029, passará raspando a Terra. Ele deve chegar a 33 mil quilômetros de distância da superfície da Terra – para efeitos de comparação, a distância média entre a Terra e a Luz é de 384,4 mil quilômetros. Será uma oportunidade rara para se estudar um asteroide de tão perto.
Você pode se perguntar como os cientistas descartaram a chance de impacto de 2,7% e excluíram o perigo de um asteroide tão grande atingir a Terra. A resposta é simples: observações únicas e modelos têm uma margem de erro, que representa uma faixa de locais potenciais nas quais o asteroide pode passar. Quanto maior a quantidade de observações, menores a margem de erro e o número de caminhos potenciais.
Por enquanto, os pesquisadores possuem observações o suficiente de Apophis para descartar um impacto em 2029. Além disso, os dados mostram que, quando o asteroide passar novamente pelo planeta em 2036, nada deve acontecer.
É difícil calcular as aproximações seguintes, mas, nesse momento, não é preciso se preocupar com esse objeto celeste.
Em vez de esquentar a cabeça com impactos, os cientistas irão discutir quais conhecimentos eles podem obter com a aproximação do asteroide e se eles deveriam enviar uma missão para estudá-lo.
Impactos de asteroides são uma preocupação real de cientistas. Na Conferência de Defesa Planetária que aconteceu nesta semana, NASA, FEMA e outras agências simularam uma situação bem similar com aquela que foi prevista durante a descoberta de Apophis em 2004.
Eles não estão discutindo apenas qual é a melhor maneira de observar um asteroide, mas também tentando descobrir o que eles devem fazer caso uma ameaça à Terra se torne iminente. Ainda precisamos percorrer um longo caminho até nos sentirmos totalmente confiantes na capacidade de lidar com um impacto de asteroide.
Existem asteroides que ainda não descobrimos, e pode ser que haja imprecisões nos dados que os cientistas já coletaram. Por enquanto, precisamos ser gratos por os cientistas levarem a sério esses riscos.
Abaixo animação mostra o caminho ao longo da Terra, onde Apohis será visível em 13 de abril de 2029. Quando o asteroide passa sobre o oceano Atlântico, seu caminho muda brevemente de vermelho para cinza - esse é o momento de maior aproximação. Após a aproximação, o asteroide se moverá pelo céu durante o dia e não será mais visível.
FONTE: GIZMODO BRASIL
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