De acordo com as informações preliminares obtidas por observatório, o evento ocorreu a cerca de 1,2 bilhão de anos-luz de distância
Os astrônomos podem ter observado pela primeira vez as ondas gravitacionais resultantes de uma estrela de nêutrons sendo sugada por um buraco negro. Se confirmado, o evento, registrado pelos detectores gêmeos LIGO(EUA) e Virgem (Itália), prova que ambos os objetos cósmicos podem se emparelhar em sistemas binários.
O Observatório de Ondas Gravitacionais por Interferometria a Laser (LIGO, na sigla em inglês) foi desenvolvido para explorar o campo da astrofísica por meio da detecção de ondas gravitacionais, conforme previsto pela Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein.
Os resultados das observações revelariam novos detalhes sobre a natureza dessas fusões, incluindo se a estrela de nêutrons foi dilacerada antes de cruzar o limite do buraco negro ou se apenas foi "engolida". Os especialistas, contudo, ainda não têm certeza de que foi isso que aconteceu — na verdade, eles acreditam que a possibilidade de que o evento tenha ocorrido seja de 13%.
"Infelizmente, o sinal é bastante fraco. É como ouvir alguém sussurrar uma palavra em um café movimentado; pode ser difícil distinguir a palavra ou até mesmo ter certeza de que a pessoa sussurrou. Vai levar algum tempo para chegarmos a uma conclusão sobre esse acontecimento", relatou Patrick Brady, porta-voz da Colaboração Científica do LIGO, em comunicado.
A diferença entre um buraco negro e uma estrela de nêutrons não é lá muito grande, já que ambos são o resultado da morte de uma estrela. Uma vez que uma estrela queima seu suprimento de hidrogênio e derrama seu material externo em uma série de explosões, seu núcleo colapsa sob seu próprio peso.
Se esse núcleo estiver abaixo de três vezes a massa do Sol (com a estrela original entre 10 e 30 vezes a massa do Sol), ela se tornará uma estrela de nêutrons. Se é mais do que três massas solares, torna-se um buraco negro. (Estrelas que são muito pequenas para se tornar estrelas de nêutrons tornam-se anãs brancas — provável destino do Sol.).
Considerando outras possibilidades, os cientistas lembram que à medida que uma estrela de nêutrons se desintegra e é devorada por outra estrela, espera-se um surto de atividade eletromagnética — ainda não detectado: "O fato de ainda não encontrarmos uma contrapartida significaria que [o evento] está mais longe, o que é mais consistente com um sistema de buraco negro de estrela de nêutrons", contou Gabriela González, membro da equipe, à New Scientist. "Nós não veríamos estrelas de nêutrons binárias tão longe."
FONTE: REVISTA GALILEU
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