
EXOPLANETA HR 8799 C TEM ÁGUA NA ATMOSFERA E NÃO APRESENTA METANO (FOTO: W. M. KECK OBSERVATORY/ADAM MAKARENKO/C. ALVAREZ)
Pesquisa também indicou que não há metano na atmosfera do jovem exoplaneta, que é um gigante composto de gás
Cientistas doObservatório W. M. Keck, nos Estados Unidos, identificaram a presença de água e a falta de metano na atmosfera de um planeta localizado a 179 anos-luz de distância. Ele está localizado na constelação de Pegasus, em um sistema que possui a estrela principal HR 8799, e seus exoplanetas orbitantes: 'HR 8799 b', 'c', 'd' e 'e'.
A HR 8799 é uma estrela de sequência principal de 30 milhões de anos. A nova descoberta trata-se do exoplaneta HR 8799 c, observado pela primeira vez em 2008. Ele é um jovem gigante de gás com cerca de sete vezes a massa de Júpiter e orbita a sua estrela a cada 200 anos.
As observações foram realizadas pela combinação de duas tecnologias de telescópio no Keck. A primeira é a óptica adaptativa, que neutraliza efeitos de desfocagem da atmosfera da Terra. A segunda é um espectrômetro no telescópio Keck 2, chamado NIRSPEC, de alta resolução e que trabalha com luz infravermelha.
"Esse tipo de tecnologia é que queremos usar no futuro para procurar sinais de vida em um planeta parecido com a Terra. Ainda não chegamos lá, mas estamos indo em frente", disse Dimitri Mawet, professor de astronomia no Instituto de Tecnologia da Califórnia, EUA.
O sistema de HR 8799 é o primeiro multiplanetário a ter imagens feitas diretamente. Uma vez captadas, elas podem ser analisadas quanto à composição química nas atmosferas dos planetas. Neste caso, o NIRSPEC foi fundamental, pois ele opera com infravermelho Banda – tipo de luz que tem comprimento de onda de cerca de 3,5 micrômetros, e uma região do espectro com impressões digitalizadas detalhadas.

SISTEMA HR 8799 E SEUS EXOPLANETAS (FOTO: NRC-HIA/C. MAROIS/W. M. KECK OBSERVATORY)
"A Banda L já passou despercebida porque o céu é mais brilhante neste comprimento de onda", falou Mawet. "Se você fosse um alienígena com olhos atentos a banda L, veria um céu extremamente brilhante. É difícil ver exoplanetas através desse véu."
Ao combinar a espectografia da Banda L com a óptica adaptativa, os astrônomos conseguiram fazer as medições mais precisas do exoplaneta. A pesquisa, publicada no no Astronomical Journal, teve como autor principal Ji Wang, professor na Ohio State University.
"Agora, com Keck, já podemos aprender sobre a física e a dinâmica dos gigantes planetas exóticos, que não são nada como os planetas do sistema solar", afirmou Wang. "Estamos certos sobre a falta de metano neste exoplaneta. Isso pode ser devido à uma mistura. O metano, que esperamos estar na superfície, poderia ser diluído se o processo de convecção levar camadas mais profundas do planeta que não têm metano."
Os pesquisadores estão se preparando para o próximo e novo instrumento no Observatório Keck: o Keck Planet Imager e Characterizer (KPIC), que usará óptica adaptativa espectroscopia para ter um efeito ainda melhor. Com ele será possível analisar planetas ainda mais fracos e mais próximos de suas estrelas do que HR 8799 c.
FONTE: REVISTA GALILEU
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