
ESTRUTURA NA NEBULOSA DE ÓRION CONTÉM 55 FILAMENTOS DE GÁS (FOTO: ESO/H. DRASS/ALMA (ESO/NAOJ/NRAO)/A. HACAR)
Diversos telescópios investigaram em detalhes a estrutura da Nebulosa de Órion — imagem é de tirar o fôlego
Uma das coisas mais legais sobre nosso Universo é que não é preciso inventar nenhuma máquina do tempo para estudar, por exemplo, como o Sol se formou. Basta dar uma espiadinha em algum dos muitos berçários de estrelas espalhados pela Via Láctea para ter a chance de acompanhar, em primeira mão, os processos que regem a formação estelar.
Entre esses agitados ninhos de sóis bebês, a famosa Nebulosa de Órion é uma das que mais se destacam. A apenas 1.350 anos-luz da Terra, trata-se da maternidade de estrelas massivas mais próxima de nós. Um bom exemplo é o Aglomerado do Trapézio, grupo de estrelas branco-azuladas visível no canto superior esquerdo da foto acima.
Astrônomos interessados em aprender mais sobre os primeiros milhões de anos de vida das estrelas aproveitam para investigar a região nos mínimos detalhes. Em um estudo recente, uma equipe de astrônomos usou o ALMA, maior radiotelescópio do mundo, localizado no Chile, e outros dois telescópios para produzir uma das mais impressionantes imagens já feitas de um berçário estelar.
A equipe fez bom uso das poderosas capacidades do ALMA, um dos poucos instrumentos no mundo capaz de estudar os objetos astrofísicos em comprimentos de onda que beiram um milímetro, ou menos. Graças ao diferencial, os pesquisadores conseguiram identificar uma intrincada rede com 55 filamentos de gás na Nebulosa de Órion.
É justamente esse gás, muito frio e invisível a instrumentos que operam nas faixas visível ou infravermelha do espectro da luz, o grande responsável pela formação estelar. Quando a ação da própria gravidade faz com que ele colapse, surgem as protoestrelas. Os astrônomos queriam entender melhor sobre sua estrutura e composição.
Juntando um total de 296 bases de dados diferentes, eles produziram um dos mosaicos de maior resolução retratando uma região de formação de estrelas em comprimento de onda milimétrico.
Apesar de o gás ser muito frio, ele ganhou esse tom flamejante graças aos dados do ALMA e do telescópio IRAM, na Espanha. Já as áreas mais azuladas da imagem foram produzidas por um instrumento do VLT, também no Chile, que realiza observações no infravermelho.
FONTE: REVISTA GALILEU
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