![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWp-ZGzEWlDTJfNafPsgcmvv9m5gAnfgaKQs7MIfTxeKsEXrk6gxlbR6maaOAdg8j_ktdznIxnH2gJ0jm6DZb_7-asMGxOnJ5f3vWL_W3HD7R6krWYAd-moVHISJSy2dIjGlVfoFi51Rz_/s1600/debra-fischer-750x422.jpg)
POR SALVADOR NOGUEIRA
O projeto para a busca de cem planetas gêmeos da Terra pode se expandir pelo céu do hemisfério Sul. De acordo com Debra Fischer, pesquisadora da Universidade Yale e coordenadora da iniciativa, há planos para instalar uma réplica do instrumento caçador de Terras no Observatório Soar, telescópio brasileiro no Chile. Caso aconteça, colocará o Brasil no primeiro time dos caçadores de planetas.
Fischer esteve no Brasil para a Reunião Anual da Sociedade Astronômica Brasileira, que se realizou neste semana em São Paulo. Lá, ela detalhou como pretende encontrar planetas com a massa da Terra, em órbitas similares à nossa em torno de estrelas similares ao Sol. Em termos de parâmetros básicos, é o mais perto que se pode chegar de gêmeos terrestres.
A essa altura, já conhecemos um punhado de planetas rochosos e de porte similar ao da Terra fora do Sistema Solar, mas praticamente todos eles giram ao redor de estrelas de menor porte, como as anãs vermelhas, ou estão a muitas centenas de anos-luz da Terra, como é o caso da maioria dos mundos descobertos pelo satélite Kepler, o grande caçador de planetas da Nasa. Foi o suficiente para provar que planetas similares em massa e diâmetro são abundantes no Universo, mas ainda não temos uma amostragem boa o suficiente de mundos desse tipo ao redor de estrelas próximas e que sejam mais parecidas com o Sol.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9RlQVDvSCr7A2qnr7oVfGh-LlKCmiKpN4u2q6JaQTMEhv7fQ8deCHZM2Lj9_HJUVLyCc7gDO-9lrtBUqYgoR8sC43ZpGFCg6kPSyDJP9p_6lgZxxPiAFwuPGGh_fBsI1yOvSzWUbFTtLf/s1600/p1535ay-crop.jpg)
A busca por planetas parecidos com a Terra em estrelas como o Sol vai começar (Crédito: Nasa)
O Projeto das Cem Terras pretende fechar essa lacuna. Para realizá-lo, Fischer está desenvolvendo um novo instrumento, chamado Expres. Trata-se de um acrônimo simpático para Espectrógrafo de Precisão Extrema, um equipamento que já está sendo construído e deve ser instalado no Telescópio Discovery Channel do Observatório Lowell, no Arizona, com seus 4,3 metros de abertura. O início das operações está marcado para novembro deste ano.
O que o instrumento faz é medir com alta precisão a “assinatura de luz” das estrelas, o que os cientistas chamam de espectro. Sabe-se que o espectro sofre um deslocamento para trás ou para a frente, conforme a estrela está “indo” ou “vindo” com relação a nós — algo que ela faz ao ser induzida por planetas ao seu redor a realizar um bamboleio gravitacional, conforme eles giram ao redor dela. Medindo o tamanho e a frequência dos bamboleios da estrela, é possível descobrir a massa aproximada e o período orbital dos planetas que estão ao seu redor.
Contudo, a observação estaria limitada ao céu do hemisfério Norte. Daí a ideia de instalar uma réplica aperfeiçoada do experimento no Soar, chamada de Sorceress. A vantagem de replicar o trabalho seria conseguir construir o instrumento em pouco tempo — 18 meses. Mas Fischer ainda está buscando financiamento, cerca de US$ 5 milhões, para alavancar a iniciativa.
Confira a seguir a entrevista que o Mensageiro Sideral fez com Debra Fischer, em mais um episódio de CONEXÃO SIDERAL.
FONTE: http://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br
Comentários
Postar um comentário