
Os astrônomos descobriram três buracos negros supermassivos em uma galáxia localizada a mais de 4 bilhões de anos-luz de distância.
Segundos os cientistas, este é o trio mais notável e mais "íntimo" de buracos negros conhecidos até o momento (devido sua proximidade um do outro), de um total de quatro sistemas de buracos negros triplos já descobertos, já que a maioria das galáxias possuem apenas um em seu centro (geralmente com uma massa entre 1.000.000-10.000.000.000 de vezes maior do que o Sol).
Mas, se a maioria das galáxias contêm um buraco negro supermassivo - por que esta galáxia tem três?
A razão provável é que galáxias como a J1502-1115 é o produto da recente coalescência de três pequenas galáxias.
Os dois mais próximos buracos negros são mostrados acima, e foram solucionados pela grande variedade coordenada de ondas de rádio de antenas que estão espalhadas pela Europa, Ásia e África.
Estes dois buracos negros supermassivos estão separadas por cerca de 500 anos-luz e cada um tem uma massa provavelmente de 100 milhões de vezes a massa do nosso sol.
A descoberta sugere que estes buracos negros supermassivos são muito mais comuns do que se pensava.
A equipe, liderada pelo Sul-Africano Dr. Roger Deane da Universidade da Cidade do Cabo, usaram uma técnica chamada "Very Long Baseline Interferometry " (VLBI) para descobrir dois buracos negros internos do sistema triplo.
Esta técnica combina os sinais de grandes antenas de rádio separadas por até 10.000 quilômetros entre si, para ver detalhes 50 vezes mais nítidos do que é possível ver com o Telescópio Espacial Hubble.
As observações foram feitas com a "European VLBI Network" (EVN) e os dados foram correlacionados no "Joint Institute for VLBI" na Europa (JIVE) em Dwingeloo, na Holanda.
"O que resta de extraordinário para mim é que esses buracos negros, que estão no extremo da Teoria da Relatividade Geral de Einstein, estão orbitando um ao outro a uma velocidade de 300 vezes a velocidade do som na Terra ", diz Deane.
Esses sistemas são importantes por diversas razões, em termos de evolução de galáxias, sabe-se que os buracos-negros, especialmente os localizados em núcleos galácticos ativos (AGN), influenciam na forma de como as galáxias evoluem, e entender como muitas vezes os buracos negros se fundem é fundamental para este trabalho.
Além disso, um sistema como este é uma fonte de ondas gravitacionais no Universo, se a Relatividade Geral estiver correta.
Radiotelescópios do futuro, tais como o SKA*, "Square Kilometre Array" será capaz de medir as ondas gravitacionais de tais sistemas. Mas, neste momento, muito pouco se sabe sobre os sistemas de buracos negros que são tão próximos um do outro e a emissão de ondas gravitacionais detectáveis.
Para entender melhor o VLBI e e-VLBI
VLBI é um método astronômico pelo qual vários radiotelescópios distribuídos através de grandes distâncias observam a mesma região do céu ao mesmo tempo.
Os dados de cada telescópio é enviado para uma central de "correlação" para produzir imagens com maior resolução do que os mais poderosos telescópios ópticos.
Normalmente esses dados são gravados em discos rígidos que são enviados para o correlator, mas os dados também podem ser transmitidos e correlacionados em tempo real, uma técnica conhecida como e-VLBI.
Os autores utilizaram a técnica de e-VLBI para a seleção inicial de seu alvo a partir de uma amostra de seis duplas de candidatos a buracos negros supermassivos.
FONTE: As Maravilhas do Céu Estrelado
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