Um "optrodo" - um eletrodo óptico - leva luz azul para o coração por meio de uma fibra óptica. À direita, esquema da célula cardíaca com uma opsina (oval azul), que trabalha junto com as proteínas do próprio coração (oval amarelo) para converter luz em energia.[Imagem: Patrick M. Boyle]
Luz no coração
Quando o coração sai do ritmo, o tratamento é bem conhecido: um disparo de corrente elétrica feito por um desfibrilador ou por um marca-passos.
Esses equipamentos salvam vidas, mas é necessário pagar o preço: além da dor, as células do coração onde foi aplicada a corrente simplesmente morrem.
"Quando usamos um desfibrilador, é como arrombar uma porta da qual não temos a chave. Ele aplica força demais sem nenhuma sutileza. Nós queremos controlar esse tratamento de uma forma mais inteligente," diz Natalia Trayanova, da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos.
A proposta é substituir o choque elétrico por algo bem mais gentil: a luz.
Pesquisadores já haviam demonstrado que é possível usar luz para controlar células do cérebro, abrindo a possibilidade de criar próteses biônicas ligadas ao cérebro por luz.
A Dra. Trayanova e seus colegas usaram essa mesma técnica, conhecida como optogenética, para controlar o ritmo de células cardíacas.
No futuro, eles esperam que a técnica possa se tornar a forma padrão de lidar com arritmias e paradas cardíacas.
Optogenética
A optogenética trabalha com a inserção de proteínas sensíveis à luz, chamadas opsinas, dentro nas células. Quando expostas à luz, essas proteínas tornam-se pequenos portais no interior das células-alvo, o que permite criar um fluxo de íons - essencialmente uma corrente elétrica.
É essa corrente elétrica, induzida opticamente, que os pesquisadores usam para colocar o coração de volta no ritmo.
Por enquanto, o processo funcionou bem em corações simulados em computador, mas simulados a partir de dados experimentais com opsinas incorporadas em células cardíacas in vitro.
"O mais promissor de contar com uma estrutura digital que é tão precisa e confiável é que podemos antecipar quais experiências realmente vale a pena fazer para levar esta tecnologia adiante com mais rapidez," disse Patrick Boyle, coautor do trabalho.
Segundo os pesquisadores, a grande vantagem no uso da luz é que ela pode ser dirigida para áreas muito específicas, além de usar uma fração da energia usada nos choques elétricos dados pelos desfibriladores e marca-passos.
FONTE: SITE INOVAÇÃO TECNOLOGICA
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