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Meteorito contém material mais antigo do que o Sistema Solar


Partículas tem idade estimada em 7.5 bilhões de anos, quase 3 bilhões de anos mais antigas do que o Sol

A Terra já tem uma certa idade. Mas, para os padrões cósmicos, ela definitivamente está longe de ser uma anciã. O material planetário nativo mais antigo que podemos examinar consiste em pequenos cristais de zircão que se formaram aqui há cerca de 4,4 bilhões de anos atrás. Mas o Universo existe há aproximadamente 13,8 bilhões de anos, e vem construindo estrelas e forjando elementos pesados ​​desde que tinha 200 milhões de anos de idade. Isso significa que a matéria rica em elementos polui o espaço interestelar há muito, muito tempo.

Parte dessa matéria, especialmente aquela oriunda de estrelas mais antigas e de supernovas, condensou-se e na forma de grãos microscópicos de compostos de silicato e carbono. Com opassar do tempo, esses grãos de poeira estelar podem vir a ser atraídos pelo empuxo gravitacional exercido por estrelas e planetas que estão em formação.

Mas a intensidade e a agitação típicos desse período de formação de estrelas e planetas podem apagar as evidências da idade real desses minúsculos “tijolos de construção”. Alguns dos mais antigos fragmentos a que temos acesso para nossos estudos estavam dentro de certos tipos de meteoritos volta e meia caem convenientemente na Terra. Enquanto o Sistema Solar estava em seu processo de formação a poeira estelar estava por toda a parte.

Agora, um artigo de autoria de de Heck et al., publicado na revista Proceedings da National Academy of Sciences, parece ter localizado grãos interestelares com idade de 7,5 bilhões de anos. Essa idade antecede ao surgimento de todo o nosso Sistema Solar em cerca de 3 bilhões de anos.

A pesquisa utilizou material do famoso meteorito de Murchison que caiu sobre a Austrália e se espalhou por diferentes partes do país (incluindo a cidade de Murchison) em 1969. Esse meteorito é um condrito carbonáceo, um objeto extremamente “primitivo” e rico em compostos de carbono. A matéria dele se agrupou a 4,5 bilhões de anos atrás, a partir de material disperso no meio interestelar, que nunca passou por qualquer processamento dentro de interior de corpos proto-planetários. Ao esmagarem uma amostra e dissolvê-la em ácido, os pesquisadores conseguiram isolar os chamados grãos pré-solares ou interestelares – que são pequenas migalhas resistentes, com apenas alguns micrômetros de diâmetro. Mas como se pode estimar suas idades?

Acontece que o universo fornece, de certa forma, um relógio. Os raios cósmicos estão constantemente cruzando o espaço e, quando essas partículas energéticas (como os prótons e as partículas alfa) colidem com os núcleos atômicos de um grão, o dano que ocorre no núcleo deixa uma assinatura isotópica. Quanto mais tempo o grão flutua no espaço, mais se acumulam esses efeitos no núcleo.

O avanço na investigação a fim de explicar as diferentes composições iniciais das diferentes fontes estelares de elementos, e identificar todos os traumas potenciais que os grãos podem ter sofrido causados pelo aquecimento e pelo impacto, é possível usar uma assinatura de raios cósmicos para que se possa estimar por quanto tempo os grãos ficaram pelo espaço interestelar.

Nesse caso, usando como indicador em particular o acúmulo de Neon-21, a maioria dos grãos do Murchison analisados parece ter menos de algumas centenas de milhões de anos (proporcional à quantidade de tempo que estavam originalmente à deriva antes de ficarem presos no corpo de Murchison) . Mas pelo menos 8% do material têm uma idade surpreendentemente antiga, atingindo aproximadamente 7,5 bilhões de anos, cerca de dois bilhões de anos mais antigos do que qualquer amostra anterior.

A faixa de idades dos grãos também é consistente com a ideia de que, há cerca de 7,5 bilhões de anos, a formação de novas estrelas estava ocorrendo numa intensidade muito maior, não apenas na Via Láctea, mas em todo o universo. É um resultado notável, e que demonstra que às vezes os segredos do cosmos podem literalmente cair em nosso quintal.

Caleb A. Scharf

FONTE: Scientific American Brasil

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