As simulações mostram as bioassinaturas da Terra ao longo de bilhões de anos.
[Imagem: Wendy Kenigsberg/Cornell]
A cor da vida
Usando a paleta de cores da natureza da Terra ao longo de sua história, astrônomos criaram um roteiro para localizar bioassinaturas e ajudar a entender onde os exoplanetas podem estar ao longo de seu próprio espectro evolutivo.
"Em nossa busca para entender os exoplanetas, estamos usando a Terra primordial e seus marcos biológicos na história como uma pedra de Roseta. Os cientistas podem observar bioassinaturas superficiais além da vegetação em exoplanetas semelhantes à Terra usando nosso próprio planeta como a chave para o que estão procurando," disse Jack O'Malley-James, que simulou a aparência da Terra ao longo de sua história juntamente com Lisa Kaltenegger, ambos do Instituto Carl Sagan, da Universidade de Cornell, nos EUA.
No último meio bilhão de anos - cerca de 10% da vida do nosso planeta - a clorofila, presente em muitas formas de vida vegetal, como folhas e líquens, tem sido o componente-chave na bioassinatura da Terra.
Mas outras floras, como as cianobactérias e as algas, são muito mais antigas do que a vegetação terrestre atual. E suas estruturas contendo clorofila deixam seus próprios sinais indicadores, diferentes do verde ao qual estamos tão acostumados.
"Os astrônomos já se concentraram apenas na vegetação antes, mas com uma paleta de cores melhor, os pesquisadores podem agora olhar para além de meio bilhão de anos, e até 2,5 bilhões de anos na história da Terra, para comparar com períodos semelhantes nos exoplanetas," disse Kaltenegger. "Se um alienígena tivesse usado cores para observar se a nossa Terra tinha vida, esse alienígena veria cores muito diferentes ao longo da história do nosso planeta - retrocedendo a bilhões de anos - quando diferentes formas de vida dominavam a superfície da Terra."
Cores de planetas
Os dois pesquisadores modelaram as cores de exoplanetas semelhantes à Terra com diferentes organismos vivos na superfície que porventura sejam baseados em algo como a clorofila.
Os líquens (uma parceria simbiótica de fungos e algas) podem ter colonizado as partes secas da Terra há cerca de 1,2 bilhão de anos e teriam pintado a Terra em um verde acinzentado. Essa cobertura teria gerado uma assinatura vermelha fotossintética "não-vegetativa", dizem os pesquisadores, que seria parte do espectro que ajuda a evitar que os planetas sejam queimados por sua estrela.
"Quando descobrimos um exoplaneta, esta pesquisa nos dá uma gama muito mais ampla para olhar para trás no tempo," disse Kaltenegger. "Estendemos o tempo em que podemos encontrar biota de superfície de 500 milhões de anos (vegetação terrestre disseminada) para cerca de 1 bilhão de anos atrás com líquens e até 2 ou 3 bilhões de anos com cianobactérias."
Isso, é claro, se esses exoplanetas tiverem sido colonizados por formas de vida como a conhecemos. Mas a discussão sobre uma biologia universal ou vidas como não conhecemos, incluindo tipos de vidas exóticas, como uma vida à base de silício, é tão vasta quanto as possibilidades abertas pela vastidão do Universo.
Bibliografia:
Artigo: Expanding the Timeline for Earth's Photosynthetic Red Edge Biosignature
Autores: Jack T. O'Malley-James, Lisa Kaltenegger
Revista: Astrophysical Journal Letters
DOI: 10.3847/2041-8213/ab2769
FONTE: SITE INOVAÇÃO TECNOLOGICA
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