
POR SALVADOR NOGUEIRA
Universo fabrica mais estrelas azuis, maiores que o Sol, do que se pensava, diz estudo.
PEQUENAS E GRANDES
Sem querer desmerecer o Sol, que é o responsável pela energia que alimenta nossa biosfera, mas vamos e venhamos: trata-se de uma estrelinha bem sem-vergonha. No Universo aí fora, há astros bem maiores, azuis, com dezenas ou centenas de vezes mais massa. Eles são menos comuns, mas, pelo visto, não tão incomuns quanto se pensava antes.
A GRAMA DA VIZINHA
Ao estudar com o VLT, no Chile, um berçário de estrelas numa galáxia vizinha da Via Láctea, a Grande Nuvem de Magalhães, um grupo de astrônomos descobriu que o Universo fabrica muito mais estrelas de alta massa do que antes se pensava.
BERÇÁRIO
O foco da investigação, publicada na revista “Science’, foi a Nebulosa da Tarântula (imagem acima), uma região particularmente rica em formação estelar. O estudo mostrou que o nascimento de novas estrelas começou a pipocar para valer naquela área uns 8 milhões de anos atrás e as coisas só começaram a sossegar no último milhão de anos.
CERTIDÃO DE NASCIMENTO
Para constatar isso, eles fizeram um censo de cerca de 800 estrelas, estudando tamanho, temperatura e idade. E aí perceberam que por lá havia muito mais estrelas de alta massa do que o esperado.
TERRA DE GIGANTES
E não é só que há mais estrelas maiores; o tamanho das grandes também é maior que o esperado. A recordista na amostra tem cerca de 200 vezes mais massa que o Sol. Imaginava-se que uma estrela desse porte surgisse apenas raramente, mas o fato de os cientistas já encontrarem uma numa baciada de 800 mostra que deve haver mais delas no Universo do que bebês gigantes em reportagens do G1.
RICO UNIVERSO
A descoberta tem várias implicações. Astros de alta massa costumam morrer explosivamente, como supernovas, e nisso semeiam o cosmos com elementos pesados, essenciais à vida. Após a detonação, o que resta vira uma estrela de nêutrons ou um buraco negro. Se estrelas de alta massa são mais comuns, supernovas também são, assim como estrelas de nêutrons e buracos negros. E isso sugere que o Universo evoluiu quimicamente mais rápido do que se pensava — quase como se estivesse com pressa de ficar interessante.

Imagem mostra marcações usadas por astrônomos para encontrar estrelas maciças (Foto: ESO/LASO)
FONTE: http://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br
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