Serra da Bocaina no município de Lavras (MG)
Na noite de 1º de junho de 1969, um UFO sobrevoou a cidade de Lavras, região Sul do estado de Minas Gerais, sendo observado por centenas de pessoas. O fotógrafo amador e médico Dr. Rêmulo Tourino Furtini tirou diversas fotografias do estranho objeto, que chegou a fazer um pouso em um pasto existente na época. O sargento Inocêncio França do Tiro de Guerra local e vários atiradores comprovaram o pouso, constatado tecnicamente após o ocorrido. Na época, o caso foi notícia na mídia de todo o país, despertando o interesse da Nasa e até mesmo do extinto bloco soviético.
Ufo é fotografado na madrugada
Naquela fria madrugada de 1º de junho de 1969 algumas pessoas encontram-se nas ruas, já que no tradicional Clube de Lavras estava acontecendo um dos seus famosos bailes. Alguns bares encontravam-se abertos e alguns bêbados ziguezagueavam por aquelas ruas tranquilas.
Era uma noite comum de inverno, como tantas outras em uma cidade interiorana, quando, de repente, um objeto voador não identificado sobrevoou Lavras de norte a sul, de leste a oeste, deixando em polvorosa os boêmios, os motoristas de táxi, os policiais que faziam a ronda naquela noite e algumas pessoas que transitavam pelas ruas da cidade.
Era um disco voador de aproximadamente 50 metros de diâmetro, sendo documentado pelas lentes da câmera do médico Rêmulo Tourino Furtini que depois teve o seu material requisitado pelo Exercito e pela Força Aérea Brasileira (FAB) e, posteriormente, entregue aos cuidados da Nasa, nos Estados Unidos. O material teria sido entregue “para pesquisas”, tanto as fotos, quanto o equipamento utilizado: uma câmera simples e sem recursos técnicos.
O fato foi noticiado em todo o mundo, inclusive no Brasil, apesar de a principal foto (que mostrava um prato com uma pequena cúpula em cima e outra maior em baixo, exibindo suas pequenas janelas) não ter sido publicada em nenhum jornal ou revista brasileira, já que o Brasil passava por momentos difíceis com o regime militar que vivia seus momentos áureos.
Revista ‘O Cruzeiro’ entrevista
Na revista ‘O Cruzeiro’, o mais importante órgão de informação do país naquela época, a matéria, relatando o fato, ocupou duas páginas, com o título “Mistérios nos céus de Lavras” e teve até mesmo uma chamada na capa: “O disco voador mineiro”, dividindo espaço com a atriz Elizabeth Taylor, protagonista do clássico “A Dama das Camélias”. Outros importantes órgãos de imprensa do Brasil também registram o fenômeno, como as revistas Manchete, Fatos&Fotos,Realidade, além de vários jornais.
O médico Rêmulo Tourino Furtini que fotografou o objeto, concedeu entrevista à revista O Cruzeiro, onde declarou que, “Passava pouco de meia noite, já 1º de junho. Na sala de minha casa e em minha companhia estavam minha esposa, sua mãe e uma cunhada. Nisso, o telefone toca. Meu sogro me informa que um objeto estranho estava nos céus da cidade. Fui até a varanda, vi o céu nublado e em meio à escuridão, lá estava a coisa, com um brilho alaranjado no centro e branco na periferia. Não poderia ser nenhum satélite e nem uma estrela. Disso tenho certeza. O objeto não identificado estava mais ou menos 200 metros acima da torre da Rádio Cultura (na época, no bairro Nova Lavras) e distante de mim, uns dois quilômetros”.
Por sorte, o médico tinha em seu poder uma câmera fotográfica. Conforme contou a O Cruzeiro, “Lembrei que tinha um filme virgem na máquina. Corri para dentro. Voltei com a máquina e bati a primeira chapa rapidamente, temendo que o objeto sumisse. Sou fotógrafo amador e, portanto, sem maiores conhecimentos técnicos a respeito. Na máquina estavam estes números: distância 1,4: diafragma: 80 e velocidade: 60. O filme tinha a sensibilidade de 125 asas. Pois bem. Depois de fazer a primeira fotografia, voltei até a sala de minha casa, regulei a máquina novamente e bati novas fotos, em várias velocidades e aberturas de diafragma. Assim, consegui pelo fato de o objeto permanecer parado por alguns minutos”.
O Dr. Rêmulo contou que após fazer as fotos, o objeto fez movimentos estranhos e desapareceu, “Depois, ele deslocou-se para a direita, para cima, para baixo e foi desaparecendo. Movimentos estes, feitos com bastante velocidade. Não dormi naquela noite. Se contasse para alguém, iam me chamar de Louco. Pedi em casa que ninguém comentasse o fato. Com isso, retive o filme por dois dias em minha casa, aguardando o pronunciamento de outras pessoas que não de minha família sobre a estranha visão”.
Fotógrafo fala sobre o filme
O conceituado médico Rêmulo Tourino Furtini passou dois dias guardando o filme em segredo, até que percebeu a grande quantidade de pessoas que haviam visto o UFO sobrevoando os céus de Lavras. Nas rodas de conversa não se falava outro assunto. O filme foi então encaminhado ao Foto Flash, estabelecimento do fotógrafo Paulo Vítor Neves, que também falou à reportagem de O Cruzeiro: “De fato, em dias da semana passada fui procurado pelo Dr. Rêmulo que afirmou ter visto um clarão no céu e um objeto estranho, que havia fotografado. Pediu-me para revelar e verificar se continha alguma coisa, pois não tinha certeza se conseguira gravar algo no filme. Entrei para o laboratório e, depois de alguns minutos, levantei o filme ainda molhado e tentei vê-lo através de uma luz. Pensei que estivesse toda branca a chapa. Mas verifiquei mais devagar e observei certos pontos. Chamei o Dr. Rêmulo, mostrei-lhe o resultado e ele saiu dando pulos de alegria. Quanto ao que foi fixado no filme, não posso adiantar o que seja. Apenas acrescento que, qualquer outro objeto não teria condição de ser fotografado em noite escura como aquela, pois o que apareceu na foto foi a luz da coisa. E só”.
Outras testemunhas
Muitas outras testemunhas puderam observar o fenômeno que, segundo consta, voltou a acontecer nos seguintes dias 02 e 03 de junho. Os repórteres da revista O Cruzeiro chegaram a relacionar até 100 pessoas idôneas que afirmaram ter visto o objeto cintilante cruzando o céu da cidade naquela madrugada. Entre estas pessoas estava o engenheiro civil José Alfredo Unes, então, chefe de setor da Rede Ferroviária Oeste de Minas, que chegou até mesmo a fazer desenhos do que viu para algumas revistas do exterior.
Ele conta que regressava do Clube de Lavras com sua família, quando foi surpreendido com aquela estranha visão, e assim, narrou a O Cruzeiro: “O objeto apareceu na minha rua e possuía uma luminosidade tão grande que não dava para vê-lo além da luz que o envolvia. Então apanhei uma garrafa de cerveja, quebrei e vi aquilo através do vidro partido. Fiquei impressionado e com as pernas tremendo, diante do objeto. Tinha uns 50 metros de diâmetro, uma luz vermelho-alaranjada, uma forma elíptica e uma espécie de cabine virada para baixo saindo de seu interior. Quando se movimentava, somente aparecia sua formação elíptica. Era um objeto não identificado. Não tinha condição de ser nenhum fenômeno meteorológico. Depois, pensando que estivesse tendo visões, procurei um medico. Lembrei-me então, que estava acompanhado por minha filha Ana Maria, que viu aquele objeto deslocando-se em toda direção, em sentido vertical, e cujo clarão vinha em nosso caminho. Também o viram, meu vizinho Paulo Araújo e alguns rapazes que voltavam de uma festa”.
Sargento e atiradores do TG se aproximaram do objeto
O disco voador sobrevoou a sede do Tiro de Guerra, o Colégio N.S. Aparecida, o Jardim São Paulo e chegou até mesmo, a fazer um pouso em um pasto, exatamente onde hoje é a residência do analista de sistemas Mateus Fantazzini, no bairro Centenário.
O referido pouso foi testemunhado por seis atiradores do TG e pelo segundo sargento França Ferreira, então comandante do Tiro de Guerra 04-264. O depoimento do sargento França – depois de autorizado pelo Exército Brasileiro – para O Cruzeiro, foi o seguinte: “Estávamos na sede do Tiro de Guerra, quando um amigo nosso parou de carro indagando se havíamos visto o disco. Passaram outros automóveis e então resolvemos ir também. Vimos o objeto e passamos a discutir. Uns diziam que era uma estrela, outros achavam que era uma luz de um carro. Fomos mais adiante, até onde nosso automóvel pudesse andar. Em certo trecho, saímos correndo em direção à coisa. Lá estava ela, à nossa distância, pouco mais de 100 metros. À nossa frente, uma cerca de arame farpado impedia a passagem. O objeto estava quase a um metro do chão, envolvido por uma luz avermelhada muito forte, impedindo que pudéssemos distinguir sua forma. O atirador Carlos Renato de Souza tentou pular a cerca para observar mais de perto. Impedi a manobra. Então resolvemos dar a volta. Aí, o estranho objeto deu uma volta de 80 graus, na altura da estação da Cemig e foi brilhar dezenas de quilômetros mais abaixo, na altura da estrada que liga Lavras a Ijaci, de onde desapareceu”.
Dos seis atiradores, três se aproximaram mais do objeto voador, chegando a estar a menos de cem metros de distância do UFO, separados apenas por uma frágil cerca de arame farpado; são eles: Júlio César Vitorino, Ronaldo de Sousa e Carlos Renato de Souza, o conhecido Nanato, irmão do ex-prefeito, ex-deputado e ex-secretário de Estado Maurício Pádua de Souza.
Nanato levou os repórteres de O Cruzeiro ao local exato da descida da suposta espaçonave, onde surgiu um enorme círculo que chegou a queimar a vegetação. Lá, constatou-se o tamanho do objeto, medindo a sua circunferência.
Fatos despertam interesses
O fato, além de ocupar espaço nos principais veículos de comunicação do Brasil e até do mundo, foi alvo de estudos de várias organizações do Brasil, Europa e Estados Unidos. Despertando até hoje, interesse em pesquisadores diversos.O médico Rêmulo chegou a receber correspondências de vários países do mundo, inclusive, do extinto bloco soviético, todos querendo saber da foto desaparecida.
Dr. Rêmulo Tourino Furtini
Depois de algum tempo e inúmeros estudos de especialistas da Nasa, Exército Brasileiro e FAB, a informação era de que a luminosidade do estranho objeto, não se tratava simplesmente de qualquer luz, mas de uma radiação, descartando de vez o que poderia ser eventualmente taxado fraude pelos incrédulos.
Geul conversou com Dr. Rêmulo em 2000
Em 02 de janeiro de 2000, a equipe de investigação do Grupo de Estudos Ufológicos de Lavras (GEUL) procurou o Dr. Rêmulo Tourino Furtini com o propósito de obter mais informações sobre o notório avistamento de 1º de junho de 1969. O grupo foi muito bem recebido pelo Dr. Rêmulo que confirmou todas as declarações concedidas na época. Acrescentou que as Forças Armadas enviaram-lhe, através de um agente, um detalhado questionário sobre seus hábitos, costumes e estado de saúde, cujo objetivo era traçar o perfil psicológico, verificando a idoneidade do médico. Ele disse que não sofreu nenhuma espécie de ameaça.
Dr. Rêmulo acrescentou também ao GEUL que a foto mais nítida, na qual se podia ver o disco voador, foi confiscada pelo Exército. Nela, notava-se claramente detalhes, tais como, uma janela ao redor da cúpula superior da nave e o mais interessante: uma silhueta de forma aparentemente humana aparecia numa das janelas. Afirmou, que a nave ao partir se posicionou verticalmente e saiu em disparada rumo ao infinito.
Quanto ao material confiscado e enviado à Nasa, Dr. Rêmulo disse nunca ter recebido relatório ou dossiê que esclarecesse o seu conteúdo. Contudo, pôde ficar com as fotografias em papel que mostram a luz em movimento.
Apêndice:
O disco voador que decolou**
Por Pepe Chaves
O caso ocorrido há exatos 40 anos na cidade de Lavras, no Sul de Minas, reúne muitos elementos comuns a um caso ocorrido na mesma época, em Itaúna, região Centro-Oeste do estado. Além de a época ser a mesma, a descrição do formado objeto, suas luzes, sua velocidade e a forma em que ele decolou e sumiu no espaço, segundo as testemunhas itaunenses, coincidem bastante com as descritas pelo Dr. Rêmulo e demais testemunhas de Lavras. Some-se a isso, o fato de ter ocorrido notórios avistamentos de UFOs na região Centro-Oeste naquele ano de 1969. Isso poderá nos levar a crer que, pode se tratar de um mesmo objeto ou seria muita coincidência que dois discos voadores distintos estivessem a vagar pelas mesmas plagas mineiras naquela época.
Porém, o ocorrido em Itaúna, somente duas testemunhas puderam presenciar o legítimo disco voador, diga-se, de uma forma incomum para a maioria dos avistamentos de casos envolvendo UFOs, como veremos adiante. Em verdade, eles presenciaram a decolagem de um disco voador, a qual nos foi descrita com precisão quando estivemos com uma das testemunhas. Ambos são profissionais liberais conhecidíssimos em Itaúna, de idoneidade incontestável e que pagaram um preço alto por tornar pública a experiência que vivenciaram: a ridicularização, inclusive, por parte do prefeito da cidade naquela época.
O fato ocorreu numa das margens da Barragem do Benfica, no ano de 1969, cujo mês infelizmente a testemunha não conseguiu se lembrar. Foram protagonistas deste fabuloso avistamento, Clauto Nogueira Araújo, que nos prestou o depoimento a seguir, e o empresário Nico Viana. Noite escura, os dois amigos pescavam na barragem que abastece a cidade, em um aterro, próximo à fonte da Água Viva, água mineral extraída em Itaúna e comercializada em todo o Brasil.
Eles se encontravam a cerca de 50 metros de distância um do outro, pescando, quando Nico perguntou ao Clauto se ele havia visto uma luz descer atrás de uma montanha bem próxima deles. Clauto respondeu que não viu nada e Nico afirmou que desceu algo por lá e poderia ser um avião, porém, não ouviram barulho algum. Naquele mesmo instante, quando olhavam para o local onde Nico havia visto a luz descer, eis que surge por lá, curiosamente, um cachorro correndo. O animal, que se encontrava a cerca de uns 200 metros deles, estava latindo e chorando muito alto, como que em pânico total, conforme nos descreveu a testemunha.
Para Clauto, aquele cão só poderia ter “apanhado” (atingido de alguma forma), pois parecia chorar de dor, sendo afugentado por algum motivo. Ele nos contou que, “O cachorro saiu feito louco e um negócio, subiu… Aquilo era redondo, espécie de dois pratos juntos, um de boca para o outro, cheio de furinhos no meio dos dois. E o Nico me falou: ‘Nossa Senhora, olha um disco voador ali!’. Nico veio correndo para o meu lado, eu vi aquilo… Parece, que já estava pousado lá, ele foi subindo, uns 20 metros, ficou planando no ar e foi virando, virando (a parte mais fina foi apontando para o alto…) e ele partiu para o céu, numa velocidade que é uma coisa doida. Nessa altura, nós já tínhamos deixado nossas coisas de pescaria lá e estávamos correndo. Já pensou? À noite, você num buraco daquele? Subimos, o carro estava lá em cima”.
Apesar do tamanho susto e da pressa em abandonar o local, Clauto afirmou que durante o momento em que “a coisa” foi subindo, deu para reparar determinados detalhes, que ele nos descreveu, “O objeto era enorme, do tamanho de uma casa, a luminosidade interna, vermelho-escura, vazava pelos buraquinhos que ele possuía no meio, tive a impressão que havia uma espécie de forno lá dentro”. Ele disse que não deu para reparar na cor do objeto, porém, a mesma aparentava ser acinzentada, segundo ele.
Clauto Nogueira informou que o ufólogo mineiro Húlvio Brant Aleixo esteve em Itaúna (Húlvio também esteve em Itaúna no início dos anos 70, para pesquisar o caso das famosas “Luzes do Sítio do Dr. Virgílio”), poucos dias depois para pesquisar seu caso na época.
Ele contou que Húlvio Aleixo lhe mostrou um catálogo com diversos modelos de discos voadores, nele Clauto encontrou exatamente aquele avistado ao lado de Nico, “Eu me arrepio só, de lembrar, veja…”, disse, me mostrando o seu braço arrepiado. O ufólogo de Belo Horizonte explicou que, provavelmente, eles teriam presenciado a ação de uma nave-mãe, que estaria soltando ou recolhendo sondas naquele local ermo. É interessante lembrar que antes de avistarem a grande nave, Nico havia alertado para uma luz que teria descido por trás da serra, o que pode se tratar de algum tipo de periférico, ou sonda (conforme narrados em diversas ocorrências) retornando à suposta nave-mãe.
No entanto, Clauto Nogueira ressalta que, tanto ele, quanto Nico, foram ridicularizados à época, por tornarem pública aquela experiência. “Muita gente nos criticou, falando que estávamos doidos, vendo disco voador. O então prefeito de Itaúna, Sr. Jadir Marinho de Faria (já falecido) foi um dos que mais riu dessa história e nos criticou naquela época”, contou.
Ele disse que se pudesse voltar atrás, não teria tornado a experiência pública, pois o preço de o terem feito, fora demasiadamente alto. Enfatizou que foi muito desagradável o fato de terem sido taxados de “loucos ou lunáticos”, por terem visto algo real, embora, notoriamente, ambos sejam cidadãos exemplares na comunidade em que vivem.
* A matéria ‘A noite em que Lavras parou para ver um UFO’ foi enviada pela GEUL (Lavras-MG) e publicada originalmente na revista UFOMANIA (Pepe Arte Viva Ltda.), nº 02, de maio de 2000. A UFOMANIA era uma revista impressa distribuída aos principais ufólogos em atividade do país e editada por Pepe Chaves, editor de UFOVIA.
** ‘O disco voador que decolou’ – Apêndice: adaptação de trecho do livro “Os UFOs e seus Periféricos” (Pepe Arte Viva Ltda.), de Pepe Chaves.
– Fotos: Arquivo pessoal de Rêmulo T. Furtini.
FONTE: http://alfenasagora.com.br
https://jacanttiarte.blogspot.com/2019/09/blog-post.html
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