
As meninas que teriam visto o ET, os ufólogos, o policial que morreu.
Muitos não falam mais no caso e outros não se sabe onde estão.
Vinte anos já se passaram desde o suposto aparecimento do ET de Varginha (MG). Apesar de conclusões apresentadas pelo Exército Brasileiro em um Inquérito Policial Militar (IPM), o caso ainda permanece um mistério para os moradores da cidade e ufólogos que acompanharam a história.
Muita gente ainda se pergunta o que aconteceu com 'as meninas', se o caso do policial que morreu após um suposto contato com a criatura foi solucionado e o motivo do ufólogo Ubirajara Rodrigues, um dos maiores defensores das investigações desde o início, ter parado de falar sobre o caso.
O G1 foi atrás de respostas para estas perguntas e traz algumas informações sobre o que aconteceu com os principais personagens dessa história.

Kátia Andrade Xavier e as irmãs Liliane Silva e Valquíria Silva são lembradas até hoje como 'as meninas que viram o ET'. Após o caso, elas foram “assediadas” por jornalistas e pesquisadores de todo mundo, além de curiosos. À época ainda bem jovens, hoje são mulheres com a vida formada.
As irmãs se casaram e tiveram filhos. Elas mantêm uma lanchonete que vende sucos naturais no Centro da cidade. Liliane já tem 36 anos e Valquíria, 34. Já Katia, de 42 anos, atualmente está desempregada e se separou do marido com quem tinha um relacionamento na época do caso.
As três nunca voltaram atrás na história e continuam afirmando exatamente as mesmas coisas daquele janeiro de 1996. Não costumam mais dar muitas entrevistas sobre o assunto.
A convite da EPTV Sul de Minas, Kátia Xavier esteve nos estúdios da emissora nesta quarta-feira (20) e mais uma vez reafirmou o que elas viram.

Eurico de Freitas e Oralina de Freitas moravam e trabalhavam em um sítio às margens da BR-491, que dá acesso à cidade de Varginha. Em uma noite, com data não tão clara, teriam avistado uma nave a cerca de 5 metros do chão, sobrevoando o pasto e deixando o gado agitado.
Ao longo dos anos, também sempre contaram a mesma história. Em 2008, o casal deixou o sítio e se mudou para uma casa na cidade. Freitas se aposentou da função de caseiro. Eles afirmam nunca terem sido procurados por autoridades para falar sobre o caso.

Um dos pontos que ainda permanecem como um mistério no caso é a morte de Marco Eli Chereze, que era da Intêligencia da Polícia Militar de Minas Gerais. Conforme relatos dos ufólogos que acompanharam o caso, Chereze teria capturado uma das criaturas sem utilizar qualquer espécie de proteção e a encaminhado para um hospital da cidade.
O policial morreria 26 dias depois, no dia 15 de fevereiro, com uma infecção generalizada de causa desconhecida. Segundo consta no livro "O Caso Varginha", de Ubirajara Rodrigues, Chereze se submeteu a uma cirurgia com um médico militar para a remoção de uma pequena pústula, uma espécie de inflamação sobre a pele. Depois, ele teria tido febre e sofrido com fortes dores em diversas partes do corpo.
Um dos médicos responsáveis pelo caso afirmou que todos os exames foram feitos. Foi detectada uma imunodefiência de causa desconhecida e o policial não reagiu aos medicamentos. A família nunca recebeu uma explicação oficial sobre a morte do policial e atualmente, não gosta de tocar no assunto.

Ubirajara Rodrigues é o autor do livro “O Caso Varginha”, que se tornou referência sobre a história. Trabalhando muito próximo aos militares e presente na cidade desde o começo dos acontecimentos, o ufólogo e advogado teve acesso a diversas informações que até então não estavam disponíveis para o público.
Nos últimos anos, Rodrigues se distanciou do caso e não fala mais sobre o assunto. Ele continua morando em Varginha e é presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) na cidade. O livro dele continua sendo vendido nas bancas.

Juntamente com o jornalista Maxs Portes, Pacaccini é o autor do livro "Incidente em Varginha - Criaturas do espaço no Sul de Minas”. A publicação foi a primeira a tratar o caso e incluía depoimentos de militares, ufólogos, reportagens de jornais locais e até uma sindicância interna do Exército.
Pacaccini foi alvo do IPM aberto pelo Exército, mas terminou inocentado. O inquérito concluiu que o caso não havia passado de um grande mal entendido, e que a criatura avistada pelas meninas seria, na verdade, um morador da cidade.
Segundo o ufólogo Marco Petit, “os militares que comandavam o procedimento policial optaram por apresentar, dentro dos autos, o autor do livro simplesmente como uma pessoa ingênua, incompetente, que havia dado credibilidade a pessoas e fatos inverídicos ao escrever seu livro.”
Alguns anos após a publicação do livro, Pacaccini “desapareceu dos holofotes” e não falou mais sobre o caso. Chegou-se a criar páginas nas redes sociais em busca do paradeiro do ufólogo. Em um vídeo publicado por último em uma delas, um apresentador afirma que Pacaccini hoje seria um empresário e estaria morando numa cidade no interior de Minas Gerais. Ele não foi localizado para falar sobre o tema.

Luis Antônio de Paula, na época com cerca de 30 anos, só foi envolvido no caso após o IPM do Exército ter afirmado que ele teria sido confundido pelas meninas como o ET de Varginha. Com problemas mentais e conhecido na cidade por “Mudinho”, ele costumava ser visto próximo ao local onde as meninas teriam visto a criatura agachado na rua - que seria a posição em que o ET estava.
As meninas, que conheciam ele, sempre negaram essa conclusão. Mudinho continua em Varginha e ainda é visto pelo bairro onde vive.

À época dos acontecimentos, os comandantes das instituições militares foram envolvidos no caso e tiveram que argumentar sobre a movimentação estranha dos veículos oficiais na cidade no dia 20 de janeiro. Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e a Escola de Sargento das Armas (EsSA) sempre negaram qualquer envolvimento com o caso.
Tradicionalmente, os militares não podem comentar casos isoladamente. Apesar de alguns terem concedido entrevistas para os livros publicados pelos ufólogos ao longo dos anos e um deles até ter gravado uma entrevista para o ufólogo Marco Petit, a postura da instituição foi a mesma durante todo o tempo.
Procurado pelo G1, o Exército Brasileiro afirmou que “determinou a abertura de processos investigatórios sobre o fato nos anos de 1996 e 1997. Tais procedimentos resultaram na instauração de um Inquérito Policial Militar (IPM), o qual foi encaminhado, naquela ocasião, à Auditoria da 4ª Circunscrição Judiciária Militar, em Juiz de Fora/MG. O assunto foi encerrado com a conclusão do IPM.” O Exército acrescentou ainda que “não há documentos que tratem sobre assuntos de Ufologia nos arquivos do Exército Brasileiro”.
As outras instituições não se pronunciaram sobre o caso.
Veja também: http://ufos-wilson.blogspot.com.br/2016/01/et-de-varginha-caso-completa-20-anos.html
FONTE: http://g1.globo.com/
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