
Se comprovada a atividade biológica mais cedo que o previsto, isso pode significar que, existindo os ingredientes certos, a vida surge rapidamente no Universo. (NASA/Reprodução)
De acordo com estudo publicado nesta segunda-feira (19), a vida pode ter começado na Terra há 4,1 bilhões de anos, logo após sua formação. Se confirmada, evidência representaria um “avanço científico transformador”
A vida na Terra pode ter surgido há 4,1 bilhões de anos, 300 milhões de anos antes que o esperado pelos cientistas. De acordo com pesquisadores americanos, evidências contidas em partículas de grafite encontradas na Austrália revelam que os seres vivos podem ter aparecido pouco depois que a o disco de poeira e gás cósmico orbitando o Sol se tornou nosso planeta, há cerca de 4,6 bilhões de anos.
Se confirmada, a descoberta significaria um "avanço científico potencialmente transformador", de acordo com o estudo, publicado nesta segunda-feira (19) no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas). Ela mudaria o modo como os cientistas vêem a Terra logo após sua formação - um local mais fértil que o previsto - e também revelaria que a vida não é tão rara no Universo, já que é capaz de surgir tão rápido.
Carbono antigo - Os cientistas da Universidade Stanford e da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, analisaram átomos de carbono de partículas de grafite (substância formada de carbono) contidas em cristais de zircão encontrados em Jack Hills, montanhas australianas conhecidas por exibirem os vestígios geológicos mais antigos do planeta. A análise espectroscópica (que revela a estrutura química e molecular de substâncias em três dimensões) de mais de 10.000 amostras "enriquecidas" com o isótopo de carbono 12, normalmente associado à existência de vida, mostrou uma que foi datada de cerca de 4,1 bilhões de anos. O mais comum é que as amostras que exibem essa relação com o isótopo de carbono não ultrapassem os 3,8 bilhões anos.
"Nosso estudo expande o registro do isótopo do carbono terrestre cerca de 300 milhões de anos antes que as amostras mais antigas encontradas na Groelândia", afirmam os autores no estudo.
De acordo com os cientistas, foram eliminadas as possibilidades de contaminação das amostras por isótopos de carbono mais modernos. O tipo de átomo encontrado pelos cientistas pode também ser provocado por atividades não-biológica, como o impacto de um asteroide. Contudo, para isso, a quantidade de carbono 12 deveria ser bem maior no zircão.
"A vida na Terra pode ter começado quase instantaneamente", disse Mark Harrison, professor da Universidade da Califórnia e um dos autores do estudo, em nota da Universidade. "Com os ingredientes certos, a vida parece se formar rapidamente."
FONTE: REVISTA VEJA
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