
A sonda capturou esta imagem de alta resolução de Plutão e a cores melhoradas no dia 14 de julho de 2015. Combina imagens azuis, vermelhas e infravermelhas obtidas pelo Ralph/MVIC (Multispectral Visual Imaging Camera). A imagem resolve detalhes e cores em escalas tão pequenas quanto 1,3 quilômetros.
Crédito: NASA/JHUAPL/SwRI
As mais recentes imagens de alta resolução de Plutão, obtidas pela sonda New Horizons da NASA, são deslumbrantes e aliciantes, revelando um grande número de detalhes topográficos inéditos.
A imagem seguinte - que mostra uma área perto da linha que separa o dia da noite - captura uma vasta paisagem ondulante de estranhas cristas lineares e alinhadas que deixou os membros da missão New Horizons de boca aberta.
"É uma paisagem única e perplexa que se estende por centenas de quilômetros," afirma William McKinnon, da equipe GGI (Geology, Geophysics and Imaging) da New Horizons e da Universidade de Washington em St. Louis, EUA. "Parecem mais cascas de árvore ou escamas de dragão do que geologia. Isto vai levar tempo a desvendar; talvez seja alguma combinação de forças tectônicas internas e sublimação de gelo impulsionada pela ténue luz solar."
A imagem "pele de cobra" da superfície de Plutão é apenas parte dos dados enviados pela New Horizons durante os últimos dias. A sonda também capturou a imagem de mais alta resolução, até agora, de Plutão, bem como mapas espectrais detalhadas e outras imagens de alta resolução.

Nesta fotografia a cores reforçadas, obtida pela New Horizons, conseguimos ver montanhas arredondadas e de textura bizarra, informalmente chamadas Tartarus Dorsa, que se levantam ao longo do terminador de Plutão e mostram padrões intricados de cumes azul-cinza e material avermelhado no meio. Com cerca de 530 km de largura, combina imagens azuis, vermelhas e infravermelhas registadas pelo Ralph/MVIC no dia 14 de julho e resolve detalhes tão pequenos quanto 1,3 km.
Crédito: NASA/JHUAPL/SwRI
A nova visão de Plutão a "cores estendidas" - obtida pelo instrumento Ralph/MVIC (Multispectral Visual Imaging Camera) no dia 14 de julho e enviada para a Terra no dia 19 de setembro - mostra a extraordinariamente rica paleta de cores de Plutão.
"Nós usámos o canal infravermelho do MVIC para alargar a nossa visão espectral de Plutão," afirma John Spencer, também do GGI e do SwRI (Southwest Research Institute) em Boulder, Colorado, EUA. "As cores da superfície de Plutão foram reforçadas nesta imagem a fim de revelar os detalhes subtis num arco-íris de azuis pálidos, amarelos, laranjas e vermelhos profundos. "Muitas formações geográficas têm as suas próprias cores distintas, contando uma história geológica e climatológica maravilhosamente complexa que apenas agora estamos a começar a descodificar."
Adicionalmente, também foi enviada dia 20 de setembro uma faixa da superfície de Plutão em alta resolução, capturada pelo LORRI (Long Range Reconnaissance Imager) no dia 14 de julho e que se foca nos detalhes da geologia de Plutão. Estas imagens - as de mais alta resolução disponível, até ao momento, de Plutão - revelam características parecidas com dunas, o litoral mais antigo de um lago de gelo glacial encolhido e montanhas angulares de água gelada com penhascos. Os detalhes da cor foram adicionados usando o mapa global do MVIC.

Imagens de alta resolução de Plutão capturadas pela sonda New Horizons da NASA, momentos antes da maior aproximação de dia 14 de julho de 2015. Revelam características tão pequenas quanto 250 metros, desde crateras, passando por cadeias montanhosas e pela superfície texturizada da vasta bacia informalmente chamada Sputnik Planum. As cores foram melhoradas para realçar diferenças subtis. A imagem mede cerca de 530 km de largura.
Crédito: NASA/JHUAPL/SwRI
Este olhar mais de perto à superfície brilhante e lisa da região informalmente chamada Sputnik Planum mostra que na verdade contém padrões densos de fendas, cumes baixos e terreno recortado. Dunas de partículas de gelo volátil e brilhante são uma possível explicação, dizem os cientistas da missão, mas os gelos de Sputnik podem ser especialmente suscetíveis à sublimação e à formação deste terreno enrugado.
Além das novas imagens, foi também obtido um mapa do metano gelado à superfície de Plutão, que revela contrastes marcantes e novas informações composicionais: Sputnik Planum tem metano abundante, enquanto a região informalmente chamada Cthulhu Regio não tem, a não ser nalguns cumes isolados e orlas de crateras. As montanhas ao longo do flanco oeste de Sputnik também não têm metano.
A distribuição do metano pela superfície não é nada simples. As maiores concentrações situam-se nas planícies brilhantes e nas bordas das crateras, e normalmente não existem nos centros das crateras ou nas regiões mais escuras. Fora de Sputnik Planum, o gelo de metano parece favorecer áreas mais claras, mas os cientistas não têm a certeza que tal é assim porque é mais provável o metano concentrar-se aí ou porque a sua condensação ilumina essas regiões.
"É como o clássico problema da galinha e do ovo," afirma Will Grundy, membro da equipa e também do Observatório Lowell em Flagstaff, no estado americano do Arizona. "Não temos a certeza porque é que isto acontece, mas o interessante é que a New Horizons tem a capacidade de fazer mapas composicionais requintados da superfície de Plutão, e isto será crucial para resolver o enigma de Plutão."
"Com estas novas imagens e mapas, virámos uma página no estudo de Plutão, começando a revelar o planeta em alta resolução, tanto em cores como em composição," afirma Alan Stern, investigador principal da New Horizons e também do SwRI. "Gostava que o descobridor de Plutão, Clyde Tombaugh, tivesse vivido para ver este dia."
FONTE: ASTRONOMIA ONLINE
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